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Tipo: Dissertação
Título: Relações entre colonialidade e homofobia internalizada: um estudo com jovens universitários brasileiros
Título em inglês: Relations between coloniality and internalized homophobia: a study with young Brazilian university students
Autor(es): Oliveira Neto, José da Silva
Orientador: Moura Júnior, James Ferreira
Palavras-chave: Colonialidade;Homofobia internalizada;Juventude;Universidade;Coloniality;Internalized homophobia;Youth;High school
Data do documento: 2022
Citação: OLIVEIRA NETO, José da Silva. Relações entre colonialidade e homofobia internalizada: um estudo com jovens universitários brasileiros. Orientador: James Ferreira Moura Júnior. 2022. 204 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2022.
Resumo: A modernidade impôs diversos desafios à maneira como os seres humanos se relacionam, inaugurando novas formas de cada ser humano se relacionar consigo e com a realidade na qual está inserido. A colonialidade de gênero é um dos aguilhões que compõem o funcionamento da modernidade, garantindo que as relações sociais coloniais se mantenham intactas. Nesse cenário, a homofobia é um mecanismo de ação da colonialidade de gênero, atuando na promoção de homofobia internalizada em e por cada pessoa que é exposta ao contexto homofóbico. A universidade é um espaço fundamental para a construção de alternativas frente aos rebatimentos da homofobia, pois ela é responsável pela formação de base dos profissionais e líderes da sociedade, entretanto a universidade também é capturada pela lógica moderno- colonial, havendo a necessidade de que pesquisas entendam os efeitos da colonialidade e da homofobia na produção de homofobia internalizada entre jovens estudantes. Pensando nessas inquietações, chegamos à pergunta de partida deste estudo: “Como a homofobia internalizada afeta o comportamento de jovens univesitários brasileiros em relação a gays e lésbicas?”, a qual foi operacionalizada através dos seguintes objetivos: geral: a) analisar as relações entre homofobia internalizada e colonialidade; específicos: a) descrever as manifestações da homofobia internalizada no Brasil colônia; b) compreender as narrativas de jovens universitários sobre as suas vivências promotoras de homofobia internalizada a partir da colonialidade; e c) identificar os impactos da colonialidade na homofobia internalizada através de elementos autoetnográficos. Tomou-se como base teórico-analítica desta dissertação: a) os Estudos Decolonias; b) a Psicologia Histórico-Cultural e c) a literatura de base sobre homofobia internalizada em jovens universitários. Os estudos que compuseram esta dissertação foram de natureza eminentemente qualitativa, diferenciando-se a partir das estratégias metodológicas empregadas. Assim, foram realizados cinco estudos, a saber: I) um estudo de revisão sistemática de literatura acerca da produção sobre homofobia internalizada entre jovens universitários ao longo dos últimos vinte anos; II) um estudo empírico qualitativo, analisando as narrativas de jovens universitários brasileiros quanto a experiências homofóbicas; III) um estudo teórico- bibiográfico analisando as relações entre colonialidade de gênero e homofobia internalizada; IV) um ensaio teórico-bibliográfico propondo avanços para o conceito de colonialidade de gênero; e V) uma autoetnografia. Conclui-se que a homofobia internalizada é um campo de estudo-intervenção em crescimento apesar da descontinuidade no que tange às produções da área nos últimos anos; ademais, percebeu-se que a homofobia internalizada é um processo psicossocial com raízes profundas localizadas na dinâmica colonial, tendo um imbricamento com a colonialidade do gênero e com seus impactos na sexualidade. Nesse sentido, alguns caminhos de pesquisa se mostraram efetivos para elucidar certas faces da homofobia internalizada, a saber: a autoetnografia e o estudo de narrativas. Em ambos os processos de pesquisa, foram acessados os afetos, as contradições e os vieses coloniais internalizados na relação de jovens com a homofobia internalizada. Os estudos realizados contribuíram para o desvelamento da homofobia internalizada no contexto universitário com jovens, possibilitando a construção de estratégias conscientes frente aos rebatimentos da homofobia internalizada, bem como o fortalecimento de jovens homossexuais universitários.
Abstract: Modernity has imposed several challenges to the way human beings relate to each other, inaugurating new ways for each human being to relate to himself and to the reality in which he is inserted. Gender coloniality is one of the stings that make up the functioning of modernity, ensuring that colonial social relations remain intact. In this scenario, homophobia is a mechanism of action of gender coloniality, acting to promote internalized homophobia in and by each person who is exposed to the homophobic context. The university is a fundamental space for the construction of alternatives to the repercussions of homophobia, since it is responsible for the basic formation of professionals and leaders of society. However, the university is also captured by the modern-colonial logic, and there is a need for research to understand the effects of coloniality and homophobia in the production of internalized homophobia among young students. With these concerns in mind, we arrived at the starting question of this study: "How does internalized homophobia affect the behavior of young Brazilian college students towards gays and lesbians? ", which was operationalized through the following objectives: general: a) to analyze the relations between internalized homophobia and coloniality; specific: a) to describe the manifestations of internalized homophobia in the colonial Brazil; b) to understand the narratives of young college students about their experiences promoting internalized homophobia from coloniality; and c) to identify the impacts of coloniality on internalized homophobia through autoethnographic elements. This dissertation was theoretically and analytically based on: a) Decolonial Studies; b) Cultural-Historical Psychology and c) the literature on internalized homophobia in college students. The studies that composed this dissertation were eminently qualitative in nature, differentiating themselves from the methodological strategies employed. Thus, five studies were conducted, namely: I) a systematic literature review study about the production on internalized homophobia among young college students over the last twenty years; II) a qualitative empirical study analyzing the narratives of young Brazilian college students regarding homophobic experiences; III) a theoretical-bibliographical study analyzing the relationships between gender coloniality and internalized homophobia; IV) a theoretical-bibliographical essay proposing advances for the concept of gender coloniality; and V) an autoethnography. It is concluded that internalized homophobia is a growing field of study-intervention despite the discontinuity in terms of productions in the area in recent years; moreover, it was perceived that internalized homophobia is a psychosocial process with deep roots located in the colonial dynamics, having an imbrication with gender coloniality and its impacts on sexuality. In this sense, some research paths proved to be effective to elucidate certain faces of internalized homophobia, namely: autoethnography and the study of narratives. In both research processes, the affections, contradictions, and colonial biases internalized in the relationship of young people with internalized homophobia were accessed. The studies contributed to the unveiling of internalized homophobia in the university context with young people, enabling the construction of conscious strategies to face the repercussions of internalized homophobia, as well as the empowerment of young college homosexuals.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/65270
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