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Tipo: Tese
Título: Efeitos da estimulação imunológica e farmacológica sobre a transmissão sináptica no gânglio cervical superior de mamíferos
Autor(es): Albuquerque, Aline Alice Cavalcante de
Orientador: Cardoso, José Henrique Leal
Palavras-chave: Sistema Nervoso Autônomo;Gânglios Simpáticos;Mediadores da Inflamação;Potenciação de Longa Duração;Eletrofisiologia;Plasticidade Neuronal
Data do documento: 1997
Citação: ALBUQUERQUE, Aline Alice Cavalcante de. Efeitos da estimulação imunológica e farmacológica sobre a transmissão sináptica no gânglio cervical superior de mamíferos. 1997. 363 f. Tese (Doutorado em Farmacologia) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1997. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/64836
Resumo: Este trabalho científico constou de três estudos realizados no gânglio cervical superior (SCG) isolados de mamíferos e superfundidos com solução nutridora de Locke, equilibrada com O2 (95%)/CO2 (5%), a 37°C , nos dois primeiros e à temperatura ambiente no terceiro. Em todos eles investigou-se alterações na eficiência sináptica através da quantificação de alterações na integral e, em alguns casos, também na amplitude pico a pico do potencial de ação composto (CAP) pós-ganglionar evocado a partir da estimulação elétrica do tronco nervoso cervical simpático a frequências basais que variaram entre 0,2 e 0,033 Hz. No primeiro estudo, realizado em SCG de cobaio, verificou-se a exequibilidade de indução de sensibilização passiva por dois métodos: i) injeção, em animal não sensibilizado, de soro de animal sensibilizado ativamente e ii) incubação de gânglio proveniente de animal não sensibilizado, em soro de animal sensibilizado ativamente. Como ambos os métodos induziram sensibilização, compararou-se a magnitude da alteração da integral do CAP e da liberação de histamina em gânglios sensibilizados ativamente (três injeções de 10 mg/kg de peso corpóreo) e passivamante pelos dois métodos acima descritos. A administração do antígeno sensibilizante, ovalbumina (OVA), aos SCGs sensibilizados pelos três métodos, produziu uma potenciação sustentada do CAP que perdurou por mais de 30 min (potenciação de longa duração induzida pelo antígeno (A-LTP)), e um aumento na liberação de histamina. Nem a magnitude, nem a duração da A-LTP induzida pelas sensibilizações passivas diferiram significativamente dos resultados obtidos com a sensibilização ativa. A magnitude da liberação de histamina foi menor nos casos de sensibilização passiva. A ocorrência de A-LTP em SCGs sensibilizados por métodos passivos indica que o componente celular específico do processo de sensibilização ativa do sistema imunológico não é requerido para o desenvolvimento desse fenômeno e que as células e os mediadores responsáveis pela A-LTP são residentes dos gânglios simpáticos. Tendo sido determinado previamente, que após o choque antigênico, ou seja, após a ativação dos mastócitos, ocorre a liberação de lipídios e mediadores peptidérgicos que podem modular a função sináptica, a segunda etapa desse estudo foi determinar se alguns mediadores derivados dos mastócitos, como a prostaglandina D2 (PGD2; 1,0 pM), o fator de agregação plaquetária (PAF; 0,3 pM), 0 composto U44619 (análogo do tromboxano; 1,0 pM), a bradicinina (BK; 100 pM), o fator de necrose tumoral (TNFa; 7,14 nM) e também a endotelina-1 (ET-1; 0,5 pM) induzem potenciação sináptica no gânglio cervical superior de cobaios, e comparar o efeito de cada um na transmissão sináptica com aquele induzido pelo antígeno sensibilizante (OVA; 10 pg/ml). Os experimentos foram realizados em SCGs isolados de cobaios machos adultos (200-25Og) não sensibilizados ou sensibilizados ativamente à OVA, e mantidos em solução de Locke aerada à 37°C. A potenciação sináptica foi medida através das alterações na integral do potencial de ação composto pós-ganglionar (CAP). Todas as drogas testadas produziram potenciação de longa duração (> 30 min.; LTP) ou de curta duração (< 30 min; STP) na eficiência sináptica, como mostrado pelo aumento na integral do CAP pós-ganglionar. A magnitude da potenciação induzida pelo mediador em nenhum dos casos foi a mesma que aquela da potenciação de longa duração induzida pelo antígeno (A-LTP). O agente que melhor mimetizou o antígeno foi a PGD2, a qual induziu um aumento de 75% na integral do CAP no caso da LTP (antígeno 94%) e um aumento de 34% para a STP (antígeno 91%). O aumento na integral do CAP induzido pelo PAF, U44619, BK, TNFa e ET-1 variou para a LTP de 34 a 47%, e para a STP de 0 a 26%. Esses resultados sugerem que os agentes investigados, podem interagir sinergicamente e assim, significativamente contribuir para a indução da A-LTP No terceiro estudo, realizado em SCG de rato, utilizando modelo de indução de hipertensão que consiste na administração contínua, por mais de um mes, de ouabaina (30 pg/Kg de peso corpóreo/dia), compararam-se a integral e a amplitude pico a pico dos CAPs do ritmo basal de estimulação e após trem de estimulação (40 Hz/20 seg) para induzir potenciação pós-tetânica da transmissão sináptica (PTP) em quatro condições: i) controle, animais receberam infusão contínua do veículo; ii) pré-hipertensão, animais receberam ouabaina durante quatorze dias; iii) ouabaina, animais receberam ouabaina durante 47 dias; iv) digoxina, animais receberam 30 pg/Kg de peso corpóreo/dia durante 35 dias. Apenas na condição ouabaina a pressão arterial média do rato se tomou significativamente mais alta do que no controle. Em todas as condições, exceto no controle, houve um aumento significante da integral e da amplitude pico a pico do CAP do ritmo basal, o que sugere ser esta alteração relacionada com a administração prolongada dos glicosídios cardioativos. A PTP foi alterada apenas na condição ouabaina, o que sugere que esta alteração esteja relacionada com a indução de hipertensão. Os dados deste estudo demonstram que a administração prolongada, contínua de glicosídios cardioativos pode induzir alterações de parâmetros eletrofisiológicos ganglionares, cuja significância funcional não foi elucidada neste estudo.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/64836
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