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Tipo: Tese
Título: Aripiprazol protege camundongos jovens do comportamento autista-símile e déficits de memória induzidos por tratamento materno com ácido valproico
Autor(es): Ferreira, Emerson de Oliveira
Orientador: Andrade, Geanne Matos de
Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista;Aripiprazol;Memória;Ácido valpróico;Neuroproteção
Data do documento: 26-Mai-2021
Citação: FERREIRA, Émerson de Oliveira. Aripiprazol protege camundongos jovens do comportamento autista-símile e déficits de memória induzidos por tratamento materno com ácido valpróico. 2021. 119 f. Tese (Doutorado em Ciências Médicas) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/64802. Acesso em: 04 abril 2022.
Resumo: O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits na comunicação social e comportamentos repetitivos. O aripiprazol (APZ) é um antipsicótico atípico que diminui o comportamento autistasímile induzido pelo ácido valpróico-VPA em camundongos. No presente estudo foi examinado os efeitos do tratamento materno com APZ (10 mg/kg, i.p.) em camundongos jovens expostos no período pré-natal ao VPA. Para isso, camundongos Swiss fêmeas (n=8) foram acasaladas com machos (n=8) em gaiolas separadas (1 casal por gaiola = 8 casais) durante o período reprodutivo (6-8 semanas de idade) e distribuídos na seguinte ordem de tratamentos: Veículo (V); V + APZ; VPA e VPA + APZ. Lavados vaginais foram coletados todas as manhãs para análise citológica, e a presença de espermatozoides foi considerada o primeiro dia de gestação (DG). No 11,5º e no 12º dias gestacionais, as fêmeas prenhes do grupo V receberam solução salina 0,9%, (i.p.) e as do grupo V+APZ, receberam soro fisiológico 0,9% + APZ (10 mg/kg), (i.p.). As fêmeas gestantes dos grupos VPA e VPA+APZ receberam VPA (500 mg/kg, i.p.) no 12,5º dia para a indução do modelo animal de autismo e o grupo VPA+APZ, duas doses preventivas de Aripiprazol (10 mg/kg, i.p.); a primeira dose no 11,5º dia e a segunda dose no 12º dia. Nesse mesmo grupo, foi administrado VPA (500 mg/kg, i.p.) no 12,5ºdia. As proles provenientes dessas parturições foram analisadas em testes comportamentais relacionados ao neurodesenvolvimento, interação social, comunicação, estereotipias, memória e ansiedade. No córtex pré-frontal medial (CPFm) e hipocampo, foram avaliados a viabilidade neuronal, os níveis de dopamina, as expressões de Sinaptofisina (Syp), da Proteína Associada ao Sinaptossoma de 25kDa (SNAP-25) e da Proteína Associada ao Microtúbulo 2 (MAP-2). Além disso, foi avaliada uma possível interferência do APZ no efeito anticonvulsivante do VPA, usando o modelo de convulsão induzidas por pentilenotetrazol (PTZ). O tratamento materno com APZ preveniu significativamente a perda de peso corporal, o atraso no auto-endireitamento postural e a abertura dos olhos. O APZ também evitou os déficits de interações e comunicações sociais avaliados no juvenile play test, no aparato de três câmaras e no teste que envolve odores (teste olfatório em paradigma discriminativo e teste do cheiro materno). Em relação a estereotipia, o APZ preveniu significativamente os animais dos comportamento repetitivo, obsessivo e ansiogênico induzidos pelo VPA. No que se refere à memória, o APZ preveniu os camundongos expostos ao VPA, dos déficits de memória de trabalho (teste do labirinto em Y) e de memória aversiva (teste da esquiva passiva). O APZ preveniu significativamente a morte neuronal e a diminuição dos níveis de dopamina no CPFm, e preveniu a redução da viabilidade celular e da imunorreatividade para Sinaptofisina, SNAP-25 e MAP-2 no CPFm e no hipocampo. Além disso, o APZ (10 mg/kg) não interferiu com o efeito anticonvulsivante do VPA (15 mg/kg) em animais com convulsões induzidas por PTZ. Concluímos que o tratamento com APZ em camundongos prenhes expostos ao VPA protege a prole da indução do fenótipo comportamental semelhante ao TEA e este efeito pode estar relacionado, pelo menos em parte, ao aumento da função dopaminérgica, à proteção neuronal e plasticidade sináptica no CPFm e hipocampo. O APZ pode servir como um alvo terapêutico eficaz na prevenção do comportamento autista induzido pelo tratamento com VPA durante a gravidez.
Abstract: Autism spectrum disorder (ASD) is a neurodevelopmental disorder characterized by deficits in social communication and repetitive behaviors. Aripiprazole (APZ) is an atypical antipsychotic that decreases the autistic-like behavior induced by valproic acidVPA in mice. In the present study, the effects of maternal APZ treatment (10 mg / kg, i.p.) on young mice exposed in the prenatal period to VPA were examined. For this, female Swiss mice (n = 8) were mated with males (n = 8) in separate cages (1 couple per cage = 8 couples) during the reproductive period (6-8 weeks of age) and distributed to Vehicle (V); V + APZ; VPA and VPA + APZ. Vaginal lavages were collected every morning for cytological analysis, and the presence of sperm was considered the first day of pregnancy “gestational day” (GD). On the 11.5th and 12th gestational days, pregnant females of V group received 0.9% saline (ip) and V + APZ group received 0.9% saline + APZ (10 mg/kg), (ip). The pregnant females of the VPA and VPA + APZ groups received VPA (500 mg/kg, ip) on the 12th day for the induction of the animal model of autism and the VPA + APZ group, two preventive doses of Aripiprazole (10 mg/kg, ip); the first dose on the 11.5th day and the second dose on the 12th day. In this same group, VPA (500 mg/kg, i.p.) was administered on the 12,5th day. The offspring from these parturitions were analyzed in behavioral tests related to neurodevelopment, social interaction, communication, stereotypes, memory and anxiety. In the medial prefrontal cortex (mPFC) and hippocampus, neuronal viability, dopamine levels, expressions of Synaptophysin (Syp), 25kDa Synaptosome Associated Protein (SNAP-25) and Microtubule-Associated Protein 2 were evaluated (MAP-2). In addition, a possible interference of APZ in the anticonvulsant effect of VPA was evaluated, using the pentylenetetrazole-induced seizure model (PTZ). Maternal treatment with APZ significantly prevented body weight loss, delayed postural self-straightening and eye opening. APZ also avoided the deficits in interactions and social communications assessed in the juvenile play test, in the three-chamber apparatus and in the test involving odors (olfactory test in discriminative paradigm and maternal smell test). Regarding stereotypy, APZ significantly prevented animals from repetitive, obsessive and anxiogenic behavior induced by VPA. With regard to memory, APZ prevented mice exposed to VPA, from deficits in working memory (Y-labyrinth test) and aversive memory (passive avoidance test). APZ significantly prevented neuronal death and decreased dopamine levels in mCFP, and prevented reduced cell viability and immunoreactivity for synaptophysin, SNAP-25 and MAP-2 in mCFP and the hippocampus. In addition, APZ (10 mg / kg) did not interfere with the anticonvulsant effect of VPA (15 mg / kg) in animals with PTZ-induced seizures. We conclude that treatment with APZ in pregnant mice exposed to VPA protects the offspring from inducing the behavioral phenotype similar to TEA and this effect may be related, at least in part, to increased dopaminergic function, neuronal protection and synaptic plasticity in CPFm and hippocampus. APZ can serve as an effective therapeutic target in preventing autistic behavior induced by treatment with VPA during pregnancy
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/64802
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