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Tipo: Tese
Título: Processamento leitor na compreensão e retenção de informações em textos acadêmicos e jornalísticos em mídias impressa e digitais
Autor(es): Lemos, Keyla Maria Frota
Orientador: Borges, Vládia Maria Cabral
Palavras-chave: Processamento leitor;Textos acadêmicos;Textos jornalísticos;Leitura digital
Data do documento: 2021
Citação: LEMOS, Keyla Maria Frota. Processamento leitor na compreensão e retenção de informações em textos acadêmicos e jornalísticos em mídias impressa e digitais. Orientadora: Vládia Maria Cabral Borges. 2021. 308 f. Tese (Doutorado em Linguística) - Programa de Pós-Graduação em Linguística, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021.
Resumo: Há consenso entre estudiosos de que as tecnologias digitais revolucionaram o ensino, não apenas pela vasta oferta de informações a um clique de distância, mas também pelas oportunidades que oferecem de colaboração e interação para a construção e democratização do conhecimento. Entretanto, não é unânime que as tecnologias digitais favoreçam a compreensão na atividade da leitura. Há décadas a leitura digital tem sido escrutinada na tentativa de averiguar se as mídias digitais podem ser ferramentas válidas para o ensino. Desenvolvemos nossa pesquisa com o intuito de investigar os níveis de compreensão e retenção das informações de textos acadêmicos e jornalísticos lidos em diferentes meios digitais e no meio impresso, a fim de verificar se há diferenças significativas na leitura nesses meios. Esta pesquisa se apoia nos estudos teóricos sobre leitura como uma atividade interativa e complexa (GOODMAN, 1967, 1988; SMITH, 1971; RUMELHART, 1985; CARRELL, 1988). Também discutimos os processos envolvidos na compreensão leitora (KINTSCH; RAWSON, 2013), abordamos o papel da memória no processamento de textos (CONNOR; RUSSELL, 2016; TOMITCH, 2003), com foco na representação do texto na memória através da análise proposicional de Kintsch e van Dijk (1983) e discorremos acerca das estratégias utilizadas no momento da leitura, tanto cognitivas como metacognitivas, com base em Kleiman (1995) e Mokhtari e Sheorey (2001). Por fim, realizamos uma revisão sistemática de 61 pesquisas, nacionais e internacionais, com o objetivo de levantarmos o estado da arte acerca do processamento textual em mídias digitais. Com isso em mente, realizamos uma pesquisa quasi-experimental com 24 participantes, proficientes em língua inglesa e experientes em leitura, impressa e digital. A primeira fase da pesquisa (quantitativa) envolveu a leitura de textos e a realização de testes de compreensão e retenção, para que avaliássemos o quanto os leitores compreenderam e retiveram dos textos lidos, dois acadêmicos (resumo e introdução de artigos científicos) e dois jornalísticos (uma noticia acadêmica e uma noticia jornalística) quando lidos em meios digitais diversos (celular, tablet e computador) e em meio impresso. Testes estatísticos (ANOVA e Teste t) não identificaram diferenças significativas na compreensão ou na retenção em relação ao texto lido ou ao meio de leitura. Na segunda fase da pesquisa (qualitativa) quatro participantes (os que obtiveram melhores resultados nos testes da primeira fase) leram quatro textos em quatro meios distintos e responderam a testes de compreensão enquanto verbalizavam seu raciocínio para a resolução das questões dos testes. A transcrição e análise dos Protocolos Verbais nos permitiu verificar quais estratégias foram utilizadas nos diferentes meios de leitura. Identificamos o uso de estratégias de leitura 377 vezes nos Protocolos, sendo utilizadas 16 tipos diferentes de estratégias, 7 estratégias metacognitivas e 9 estratégias cognitivas. Não verificamos diferenças no uso das estratégias em relação ao tipo de texto lido ou ao meio de leitura utilizado. Embora nossa pesquisa não tenha revelado que a leitura em mídias digitais compromete – ou favorece – a compreensão e a retenção de informações na leitura de textos acadêmicos e jornalísticos, futuras pesquisas seriam necessárias para a obtenção de resultados conclusivos.
Abstract: There is consensus among scholars that digital technologies have revolutionized teaching, not only because of the amount of information just a click away, but also because of the opportunities they offer for collaboration and interaction for the construction and democratization of knowledge. However, it is not unanimous that digital technologies favor reading comprehension. For decades, digital reading has been scrutinized in an attempt to verify if digital media can be used as valid tools for teaching. We developed our research in order to investigate the levels of understanding and retention of information from academic and journalistic texts read in different digital media and in print, in order to check if there would be significant differences in reading in these media. This research is supported by theoretical studies on reading as an interactive and complex activity (GOODMAN, 1967, 1988; SMITH, 1971; RUMELHART, 1985; CARRELL, 1988). We also discussed the processes involved in reading comprehension (KINTSCH; RAWSON, 2013), approached the role of memory in text processing (CONNOR; RUSSELL, 2016; TOMITCH, 2003), focusing on the representation of text in memory through the propositional analysis of Kintsch and van Dijk (1983) and discussed the strategies used for reading, both cognitive and metacognitive, based on Kleiman (1995) and Mokhtari and Sheorey (2001). Finally, we conducted a systematic review of 61 national and international works, in order to raise the state of the art about text processing in digital media. With this in mind, we conducted a semiexperimental research with 24 participants, proficient in English and experienced in reading, print and digital. The first phase of the research, quantitative, involved reading texts and carrying out comprehension and retention tests, in order to assess how much readers understood and retained information from the texts read, two academic (abstract and introduction of scientific articles) and two journalists (academic news and journalistic news) when read in different digital media (cell phone, tablet and computer) and in print. Statistical tests (ANOVA and t test) did not identify significant differences in comprehension or retention in relation to the text read or the media used for reading. In the second (qualitative) phase of the research, four participants (those who obtained the best results in the tests of the first phase) read four texts in four different media and answered comprehension tests while verbalizing their reasoning for solving the test questions. The transcription and analysis of the Verbal Protocols allowed us to verify which strategies were used in the different media used for reading. We identified the use of reading strategies 377 times in the Protocols; readers used 16 different strategies, 7 metacognitive and 9 cognitive. We did not find differences in the use of the strategies in relation to the type of text read or the media used for reading. Although our research did not reveal that digital reading can hinder – or benefit – comprehension and retention of information when we read academic and journalistic texts, further inquiry is needed so we can achieve conclusive results.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/63896
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