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Tipo: Tese
Título: Educação e opressão de gênero na obra “Mitos da dominação masculina”: um estudo fundamentado na ontologia marxiana
Autor(es): Lima, Ana Joza de
Orientador: Gomes, Valdemarin Coelho
Palavras-chave: Educação;Opressão de gênero;Ontologia marxiana;Emancipação feminina;Emancipação humana
Data do documento: 2021
Citação: LIMA, Ana Joza de. Educação e opressão de gênero na obra “Mitos da dominação masculina”: um estudo fundamentado na ontologia marxiana. Orientador: Valdemarin Coelho Gomes. 2021. 233 f. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós- Graduação em Educação Brasileira, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021.
Resumo: O presente estudo versa sobre a relação entre educação e opressão de gênero, tendo como objetivo identificar a função do complexo educativo na reprodução desse problema social. Para atingir esse objetivo identificar a função do complexo educativo na reprodução desse problema social. Para atingir esse objetivo, realizamos uma análise da obra “Mitos da dominação masculina”, de Eleanor Burke Leacock (2019),em busca de compreender qual o papel da educação no processo de transição de uma sociedade assentada no igualitarismo para novas relações alicerçadas na exploração e na opressão de gênero; examinamos ainda os fundamentos históricos e sócio-culturais da opressão de gênero a partir das contribuições do marxismo, bem como analisamos a natureza ontológica da educação, apontando sua função na reprodução das relações de exploração e opressoras no seio da sociedade de classes, bem como seus limites e contradições no que se refere à opressão de gênero. O pressuposto teórico-metodológico da nossa pesquisa é a ontologia do ser social fundada por Karl Marx (1818-1883), mediante o qual se buscou apreender a natureza e a especificidade da opressão de gênero e do complexo educativo enquanto processualidades históricas e sócio-culturais fundadas na forma como o ser humano produz sua existência no âmbito da reprodução social. A exposição da pesquisa é feita em 4 (quatro) capítulos, sendo o primeiro dedicado à análise dos dados etno-históricos da obra “Mitos da dominação masculina”, o segundo ao estudo dos fundamentos históricos da opressão de gênero, o terceiro versa sobre a natureza ontológica da educação a partir das contribuições marxiano-lukacsianas. No quarto e último capítulo discutimos a relação entre educação e opressão de gênero, retomando a experiência dos povos narrada na obra de Leacock (2019) e incluindo novos elementos que dão mostras do caráter opressor das práticas educativas realizadas naquela sociedade, além de ampliar esse debate a partir das considerações acerca de como a educação escolar historicamente tem contribuído com a reprodução social da opressão de gênero. As discussões realizadas reforçam a premente necessidade de um maior esclarecimento acerca das bases sócio-culturais e históricas das desigualdades de gênero e do lugar da educação na reprodução social dessas relações, revelando suas contradições e limites. A partir da experiência dos povos montagnais-naskapi, destacamos que a educação, quando praticada para atender aos interesses da sociedade de classes, se consubstanciou em uma prática opressora na medida em que teve por função precípua acelerar e consolidar as mudanças que vinham ocorrendo na base da estrutura social; corroborando o processo de transição de relações sociais igualitária às relações de exploração e da opressão de gênero. Essa realidade particular expressa um traço universal da educação na 8 sociedade de classe, cuja função majoritária tem sido de reforçar a exploração da classe dominante dos meios produtivos. Apesar do reconhecimento dos limites ontológicos da educação na sociedade de classes, ao considerar a especificidade do ser social, seu desenvolvimento sempre desigual e contraditório, também entendemos que a educação pode se constituir como ferramenta eficaz contra a opressão de gênero, mas somente e na medida em que se configure como uma atividade educativa emancipatória. Para isso, a educação precisa voltar-se para a superação das contradições que fundam a opressão de gênero e todas as demais formas de opressão, desde suas bases comuns: as relações sociais assentadas no trabalho alienado e suas mediações necessárias, a propriedade privada e a sociedade de classes.
Abstract: The study deals with the relationship between education and gender oppression, aiming to understand the role of the educational complex in the reproduction of this social problem. To achieve this goal, we analyzed the work "Myths of Male Dominance", written by Eleanor Burke Leacock (2019), in order to understand the role of education in the process of transition from a society based on egalitarianism to new relationships based on exploitation and in gender oppression; we also examined the historical and socio-cultural foundations of gender oppression from the point of view of Marxist contributions, as well as we analyzed the ontological nature of education, pointing out its role in the reproduction of exploitative and oppressive relations within class society, along with their limits and contradictions regarding gender oppression. The theoretical-methodological assumption of our research is the ontology of social being founded by Karl Marx (1818-1883), through which we sought to apprehend the nature and specificity of gender oppression and the educational complex as historical and socio-cultural processes based on the way human beings produce their existence in the context of social reproduction. The exposition of the research is displayed in 4 (four) chapters, the first being dedicated to the analysis of the ethno-historical data presented in the work "Myths of male dominance ", the second, to the study of the historical foundations of gender oppression, the third treating about the ontological nature of education from the perspective of the Marxian-Lukacsian contributions. In the fourth and last chapter, we discussed the relationship between education and gender oppression, resuming the experience of peoples narrated in the work of Leacock (2019) and including new elements that show the oppressive character of educational practices carried out in that society, in addition to broadening this debate in view ofthe considerations about how school education has historically contributed to the social reproduction of gender oppression. The discussions carried out reinforce the pressing need for greater clarification about the socio-cultural and historical bases of gender inequalities and the place of education in the social reproduction of these relationships, revealing their contradictions and limits. Based upon the experience of the MontagnaisNaskapi, we emphasized that education, when put to meet the interests of class society, became an oppressive practice insofar as it had the primary function of accelerating and consolidating the changes that had been taking place on the framework of the social structure; corroborating the process of transition from egalitarian social relations to relations of exploitation and gender oppression.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/61157
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