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Tipo: Tese
Título: As construções do materno em contextos de pobreza e vulnerabilidade psicossocial: contribuições para uma clínica do cuidado materno-infantil
Título(s) alternativo(s): Las construcciones de lo materno en los contextos de pobreza y de la vulnerabilidad psicosocial: contribuciones para la clínica de atención materno-infantil
Título em inglês: The maternal constructions in contexts of poverty and psychosocial vulnerability: contributions to a clinical of mother-infant care
Autor(es): Dauer, Érika Teles
Orientador: Martins, Karla Patrícia Holanda
Palavras-chave: Serviços de Saúde Materno-Infantil;Pobreza;Trauma psíquico;Confiança (Psicologia);Clínica psicanalítica institucional;Psicanálise
Data do documento: 2021
Citação: DAUER, ÉrikaTeles. As construções do materno em contextos de pobreza e vulnerabilidade psicossocial: contribuições para uma clínica do cuidado materno-infantil. Orientadora: Karla Patrícia Holanda Martins. 2021. 199 f. Tese (Doutorado em Psicologia) - Programa de Pós-graduação em Psicologia, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021.
Resumo: Este trabalho encontra origem na prática clinica com as famílias atendidas pelo Instituto da Primeira Infância (Iprede), as quais, em sua maioria, participam do cenário social brasileiro atravessado pela pobreza e vulnerabilidades psicossociais, que poderá provocar restrições e privações ao exercício da liberdade e à realização de suas necessidades fundamentais. Frente à iniciativa de montar um grupo com as mães, evidenciou-se como a dimensão de sua sexualidade oferece uma dosagem à provisão de cuidados indispensável à saúde maternoinfantil. No entanto, essa tarefa é complexificada nas situações em que as mães precisam estar constantemente envolvidas em questões cruciais para a própria sobrevivência, podendo acarretar na irrupção do traumático quando vivenciam experiências de desamparo, desautorização e desorganização subjetiva. Através de um percurso metodológico de natureza bibliográfica, que encontra na perspectiva psicanalítica intersubjetiva o eixo de suas reflexões, investigam-se sobre as construções do materno nos contextos de pobreza e vulnerabilidades psicossociais, com o objetivo de contribuir para uma clínica do cuidado materno-infantil. As teorizações de Ferenczi e Winnicott serviram de ponto de partida para a compreensão de uma natureza humana pautada nas relações objetais, ressaltando a função que a mãe e a família desempenham nas operações de constituição e desenvolvimento. A depender do modo como se estabelece o vínculo entre o individuo e seu cuidador primário, a presença do outro poderá alcançar potencial facilitador ou traumático à subjetivação. Em nosso percurso, a relação de cuidados materno-infantis representou uma importante matriz para fundamentar o estabelecimento de uma clínica orientada para a singularidade da experiência e sua ressignificação, a partir de uma prática que ofereça o reconhecimento e proporcione a elaboração das expressões de sofrimento, dor e mal-estar, respeitando as diferentes formas de organização individual e comunitária. Desse modo, as condutas terapêuticas deverão reconstruir as bases do cuidado materno, procedendo à maneira de uma mãe carinhosa que apresenta ao bebê o mundo em pequenas porções e possibilitando ao paciente (re)viver experiências confiáveis. No que diz respeito ao contexto da nossa investigação, por meio da oferta de auxílio e segurança para lidar com as desproporções do ambiente social, as práticas clínicas poderão propiciar a criação de meios facultativos aos processos de introjeção, bem como a construção de novas alternativas e formas de vida.
Abstract: This work has its origins in clinical practice with the families served by the Instituto da Primeira Infância (Iprede), who, in their majority, are part of the Brazilian poverty and psychosocial vulnerable social scenario, which may lead to restrictions and deprivations to their right of freedom and in the fulfillment of their fundamental needs. Faced with the initiative of setting up a group with the mothers, it became evident how the dimension of their sexuality offers a measure to the provision of care that is essential to mother-infant health. However, the complexity of this task increases in situations where the mothers need to be constantly involved in crucial issues for their survival, which may even lead to the development of trauma when they experience conditions of helplessness, deauthorization, and subjective disorganization. Through a bibliographic methodological path, based on inner thoughts of the intersubjective psychoanalytic perspective, the constructions of the maternal in the contexts of poverty and psychosocial vulnerabilities are investigated, to contribute to a clinic of mother-infant care. Ferenczi and Winnicott's theorizations were a starting point for the understanding of human nature based on object relations, highlighting the role that the mother and the family play in the infant's psychic constitution and development. The presence of the other may reach a potential facilitator or traumatic to subjectivity, subject to how the link between the individual and his primary caregiver is established. In our study, the relation of mother-infant care was an important foundation for establishing a clinic oriented towards a singularity of the experience and its reframing, working from a practice that offers recognition and provides the elaboration of expressions of suffering, pain, and malaise, taking account of the different forms of individual and community organization. In this way, therapeutic approaches should reconstruct the bases of maternal care, proceeding in the manner of a loving mother who presents the world bit by bit to the baby and enabling the patient to (re) live reliable experiences. Regarding the context of our investigation, through the offer of help and security to deal with the disproportion of the social environment, clinical practices may encourage the creation of alternative paths to introjection, as well as the construction of new alternatives and Life forms.
Resumen: El origen de esta pesquisa se encuentra en la práctica clínica, en la escucha de las familias que concurren al Instituto de la Primera Infancia (Iprede), donde en su mayoría, hacen parte de la escena social brasileña que atraviesa la pobreza y vulnerabilidad psicosocial, causales de restricciones y privación al ejercicio de la libertad y en la realización de sus necesidades fundamentales. Ante la iniciativa de conformar un grupo con las madres de esas familias, se hizo evidente cómo la dimensión de la sexualidad convoca a la necesidad de una prestación de cuidados que es fundamental para la salud materno-infantil. Sin embargo, esta tarea se complica en situaciones en las que las madres necesitan estar constantemente involucradas en temas cruciales para su propia supervivencia, lo que puede resultar en el estallido de un trauma al vivir experiencias de impotencia, desautorización y desorganización subjetiva. A partir de un recorrido metodológico bibliográfico, que encuentra en la perspectiva psicoanalítica intersubjetiva el eje de sus reflexiones, se investiga las construcciones de lo materno en los contextos de pobreza y de la vulnerabilidad psicosocial, con el objetivo de contribuir para la clínica de atención materno-infantil. Sirvieron como punto de partida para la comprensión de la naturaleza humana basada en las relaciones objetales, las teorizaciones de Ferenczi y Winnicott, destacando el papel que juegan la madre y la familia en las operaciones de constitución y desarrollo. Dependiendo de cómo se establezca el vínculo entre el individuo y su cuidador principal, la presencia del otro puede llegar a ser en potencial, facilitador o traumático para el proceso de subjetivación. En nuestro camino, la relación del cuidado materno-infantil representó una matriz importante para sostener el establecimiento de una clínica orientada a la singularidad de la experiencia y su resignificación, basada en una práctica que ofrece reconocimiento y aporta la elaboración del sufrimiento, dolor y malestar, respetando las distintas formas de organización individual y comunitaria. De esta manera, los abordajes terapéuticos deben reconstruir las bases del cuidado materno, accionando como una madre amorosa que presenta el mundo al bebé en porciones pequeñas y dando posibilidades al paciente de (re)vivir experiencias confiables. En cuanto al contexto de nuestra investigación, a través del ofrecimiento de ayuda y seguridad para lidiar con la desproporción del entorno social, las prácticas clínicas pueden incentivar la creación de medios opcionales para los procesos de introyección, así como la construcción de nuevas alternativas y formas de vida.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/59716
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