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Tipo: Tese
Título: Estratigrafia do mercúrio (Hg) como indicador de mudanças paleoambientais
Autor(es): Benigno, Ana Paula Aquino
Orientador: Lacerda, Luiz Drude de
Coorientador: Saraiva, Álamo Feitosa
Palavras-chave: Mercúrio;Rochas sedimentares;Bacia do Araripe
Data do documento: 2019
Citação: BENIGNO, A. P. A. Estratigrafia do mercúrio (Hg) como indicador de mudanças paleoambientais. 2019. 164 f. Tese (Doutorado em Ciências Marinhas Tropicais) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais, Instituto de Ciências do Mar - LABOMAR, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2019.
Resumo: As transições ocorridas entre diferentes períodos geológicos são marcadas por mudanças dramáticas como mostrado no registro geológico, incluindo crises biológicas, flutuações no nível do mar e/ou modificações da composição atmosférica. Para se compreender e interpretar os cenários dessas mudanças, bem como, as condições paleoambientais de formação dos estratos sedimentares, observa-se um crescente uso de traçadores geoquímicos e isotópicos. As baixas concentrações de mercúrio (Hg) encontradas naturalmente na superficie da Terra ao longo de diversas eras geológicas faz com que este elemento seja um importante traçador ambiental para identificar picos de acumulação em sedimentos, podendo ser provisoriamente relacionadas a diferentes processos naturais, como vulcanismo, intemperismo, mudanças climáticas e/ou crises ambientais extremas. Nessa perspectiva, o presente trabalho apresenta resultados obtidos sobre a estratigrafia do Hg em rochas sedimentares, coletadas na Bacia do Araripe. A Bacia do Araripe, localizada no nordeste brasileiro, é conhecida mundialmente por seu diversificado conteúdo fossilífero. Nesta região, foram coletadas 27 amostras em outubro/2016 e maio/2018, em diferentes formações constituintes, Rio da Batateira, Crato, Ipubi e Romualdo da Bacia do Araripe, que pertencem ao Cretáceo. As amostras de rocha foram devidamente acondicionadas e transportadas para o Laboratório de Biogeoquímica Costeira do Labomar/UFC, preservadas em frascos fechados em ambiente seco, climatizado a 20°C até serem analisadas. O teor de Hg foi determinado utilizando o método de digestão parcial ácida descrita na literatura, sendo os extratos quantificados por Espectrometria de Absorção Atômica com Geração de Vapor Frio (CVAAS). Todas as análises foram realizadas em duplicata, sendo simultaneamente, analisado um material de referência de sedimento estuarino (NIST 1646A) para avaliar a precisão e recuperação do método. Até o momento, além da análise de Hg, foi realizada análise de carbono orgânico total (TOC) através do método descrito por Yeomans e Bremner (1988), adaptada por Mendonça e Matos (2005). As formações Rio da Batateira, Crato, Ipubi, Romualdo apresentaram picos anômalos de Hg. Além disso, o aumento do teor de Hg nas formações supracitadas não mostra correlação com os teores de TOC, sugerindo que as anomalias de Hg resultaram de uma maior entrada de espécies de Hg atmosférico. As informações obtidas trazem à luz a necessária compreensão das variações nos padrões de composição química da Bacia do Araripe, ainda largamente desconhecidos, sendo necessário ampliar o campo investigativo que permita compreender as modifições paleoambientais e paleoclimáticas em escala regional.
Abstract: The transitions occurring between different geological periods are marked by dramatic changes in the geological record, biological crises, sea level fluctuations and/or changes in atmospheric composition. In order to understand and interpret the scenarios of these changes, as well as the paleoenvironmental conditions of formation of the sedimentary strata, there is an increasing use of geochemical and isotopic tracers. The low concentrations of mercury (Hg) found naturally on the surface of the Earth over several geological periods makes this element an important environmental tracer to identify accumulation peaks in sediments and may be provisionally related to different natural processes such as volcanism, weathering, climate change and/or extreme environmental crises. In this perspective, the present work presents initial results on the stratigraphy of Hg in sedimentary rocks, collected in the Araripe Basin. The Araripe Basin, located in northeastern Brazil, is known worldwide for its diverse fossiliferous content. In this region, 27 samples were collected in october/2016 and may/2018, in different constituent formations Rio da Batateira, Crato, Ipubi and Romualdo, sections of the Araripe Basin, that belong the Cretaceous. The samples were duly conditioned and transported to Laboratory of Coastal Biogeochemistry in Labomar/UFC, preserved in hermetically sealed bottles in a dry environment, conditioned at 20°C until analyzed. The Hg content was determined using the method of acid digestion described in the literature, the extracts being quantified by Atomic Absorption Spectrometry with Generation of Cold Vapor. All analyses were performed in duplicate, while an estuarine sediment reference material (NIST 1646A) was analysed to evaluate the accuracy and recovery of the method. To date, in addition to the Hg analysis, total organic carbon (TOC) analysis was performed using a method described by Yeomans and Bremner (1988), adapted by Mendonça and Matos (2005). Rio de Batateira, Crato, Ipubi and Romualdo formations presented the highest Hg peaks. In addition, the increase in Hg content in the aforementioned formations does not show a correlation with the TOC content, suggesting that the Hg anomalies resulted from a greater entry of atmospheric Hg species. The information obtained brings to light the necessary understanding of the variations in the chemical composition patterns of the Araripe Basin, still largely unknown, and it is necessary to expand the field of investigation that allows understanding the paleoenvironmental and paleoclimatic changes on a regional scale.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/47818
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