Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/42340
Tipo: Tese
Título: Novos biomarcadores de lesão renal aguda em envenenamento humano por serpentes do gênero bothrops
Autor(es): Albuquerque, Polianna Lemos Moura Moreira
Orientador: Daher, Elizabeth de Francesco
Palavras-chave: Bothrops;Micotoxicose;Lesão Renal Aguda;Biomarcadores;Coagulação Intravascular Disseminada
Data do documento: 8-Mai-2019
Citação: ALBUQUERQUE, P. L. M. M. Novos biomarcadores de lesão renal aguda em envenenamento humano por serpentes do gênero bothrops. 2019. 155 f. Tese (Doutorado em Ciências Médicas) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2019.
Resumo: Lesão Renal Aguda (LRA) é uma complicação grave e precoce associada à mordedura de serpentes do gênero Bothrops. O objetivo deste estudo é investigar a função de biomarcadores como: NGAL (neutrophil gelatinase-associated lipocalin), MCP-1 humano (human monocyte chemotactic peptide- 1), KIM-1 (kidney injury molecule-1), VCAM-1 (vascular cell adhesion molecule 1) e IL-6 (interleukin-6) no diagnóstico precoce da LRA causada por serpentes venenosas. Métodos: Estudo prospectivo no qual foram analisadas amostras seriadas de sangue e urina de 58 pacientes hospitalizados por mordedura de Bothrops sp., após assinatura de consentimento informado. Os novos biomarcadores renais foram quantificados por imunoensaio (ELISA) durante admissão hospitalar. Curvas ROC (Receiver Operating Characteristic) foram construídas durante admissão hospitalar. Foram analisados fatores de risco para o desenvolvimento da LRA e funções tubulares -frações de excreção de [Na]+ (FENa), [K]+ (FEK) e uréia (FEUr). Os pacientes foram divididos em grupos LRA e Não-LRA de acordo com os critérios da KDIGO (Kidney Disease Improving Global Outcomes). Um grupo controle foi constituído de 12 voluntarios sadios. Variáveis com distribuição não-normal foram expressas como mediana e percentil 25° - 75°. Fatores de risco para LRA foram determinados através da análise multivariada, incluindo variáveis significantes estatisticamente na análise univariada. Análise estatística foi realizada através dos programas GraphPad Prism v.8 (GraphPad Software, San Diego, CA, EUA) e SAS/Stat v.13.2 – (Sistema para Windows). Resultados: Os grupos LRA e Não-LRA consistiram igualmente de adultos jovens (mediana 42,5 (10 – 65) vs 39 (12 – 64) anos; P=0,39), da área rural, sexo masculino, com tempo decorrido entre mordedura e administração do soro antiofídico prolongado (mediana 9 (1 – 76,2) vs 10,5 (4 – 157) horas; P=0,64). O grupo LRA apresentou altos níveis de MCP-1 urinário (mediana 547,5 (334,6 – 986,6) vs 274,1 (112 – 675,9) pg/mgCr; P=0,01) e NGAL urinário (mediana 21,28 (12,08 – 41,67) vs 12,73 (4,5 – 24,9) ng/mgCr; P=0,03). NGAL sérico, VCAM-1, KIM-1 e IL-6 urinários na admissão foram semelhantes entre os grupos LRA e não-LRA. O modelo da análise multivariada incluiu [Na]+ sérico mínimo (mEq/L), hemoglobina minima (g/dl), proteinúria (mg/gCr) e tempo de tromboplastina parcialmente ativada (TTPa) admissional. [Na]+ sérico mínimo (P=0,01, OR=0.73, 95% CI: 0.57–0.94) e TTPa (P=0,031, OR=26,27, 95% CI: 1.34–512.11) estavam independentemente associadas com LRA. Proteinúria apresentou correlação positiva com uMCP-1 (r=0,70, P<0.0001) e uNGAL (r=0,47, P=0,001). Fração de excreção de [Na]+ (FENa) correlacionou com uMCP-1 (r=0,47, P=0,001) and uNGAL (r=0,56, P<0,0001). A comparação entre os níveis de uMCP-1 e uNGAL apresentados pelo grupo controle e LRA revelaram aumento significativo e gradual destes biomarcadores (P<0,0001). Mesmas comparações entre grupo controle e não-LRA apresentaram significativo aumento (P<0,05). Creatinina sérica (sCr) apresentou o melhor desempenho (AUC=0,85) em comparação com novos biomarcadores e a fração de excreção de [K]+ (FEK) apresentou alta acurária em predizer LRA em comparação com as FE de [Na]+ e uréia (AUC=0,92). Conclusão: Anormalidade de coagulação, caracterizada por TTPa anormal foi associada com o desenvolvimento de LRA relacionada ao veneno botrópico, sugerindo importante mecanismo fisiopatológico. NGAL e MCP-1 urinários foram bons preditores do desenvolvimento da LRA. A sCr apresentou melhor desempenho em diagnosticar LRA à admissão hospitalar. FEK emergiu como uma outra ferramenta diagnóstica precoce da LRA. Correlações positivas entre uNGAL e uMCP-1 com proteinúria e FENa devem sinalizar dano glomerular e tubular.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/42340
Aparece nas coleções:DMC - Teses defendidas na UFC

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2019_tese_plmmalbuquerque.pdf5,84 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.