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Tipo: TCC
Título: Cultivo de camarões marinhos no Oeste do Ceará (Brasil): as relações entre o vírus da Mionecrose Infecciosa (Imnv) e as variações ambientais.
Autor(es): Oliveira Neto, Júlio Mesquita de
Orientador: Costa, Francisco Hiran Farias
Palavras-chave: Camarão (Crustáceo) - Brasil, Nordeste;Camarão marinho - Criação;Camarão marinho - Mionecrose infecciosa;Camarão marinho - Variações ambientais;Engenharia de Pesca
Data do documento: 2007
Citação: OLIVEIRA NETO, Júlio Mesquita de. Cultivo de camarões marinhos no Oeste do Ceará (Brasil): as relações entre o vírus da Mionecrose Infecciosa (Imnv) e as variações ambientais. 2007. 24 f. Monografia (Graduação em Engenharia de Pesca)-Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2007.
Resumo: A indústria de cultivo de camarões marinhos é um dos sistemas de produção de organismos aquáticos que mais cresce no mundo. Durante as duas últimas décadas, a aqüicultura de camarões marinhos tem crescido a uma taxa média anual de 16% ao ano , com receitas geradas de U$ 7,3 bilhões em 2002 . O presente trabalho tem por objetivo comparar a relação das variações ambientais com o vírus da mionecrose infecciosa (IMNV) em duas fazendas comerciais de camarões marinhos utilizando sistema de produção semi-intensivo (fazendas A e B) localizadas nas cidades de Chaval e Camocim, no Estado do Ceará, Brasil. Neste estudo, os dados de produção foram amostrados entre os anos de 2003 e 2005 e as variações ambientais comparadas (salinidade e temperatura da água e o índice pluviométrico anual). Os dados analisados foram agrupados de acordo com o período do ano ligado ao evento chuvoso (período chuvoso — 1.° semestre — ou período seco — 2.° semestre). O tempo de cultivo (dias), densidade de estocagem (PL/m2), peso inicial e final (g), fator de conversão alimentar — FCA (g ração/g camarão), sobrevivência (%), produtividade (kg/ha/ciclo) e a taxa de crescimento diário — CCD (%) foram obtidos durante 162 despescas de camarões cultivados totalizando 2.000 toneladas. O camarão marinho Penaeus vannamei tolera uma ampla faixa de salinidade, de 0,5-45 ppt, desenvolvendo-se confortavelmente a 7- 34 ppt, mas crescendo particularmente melhor em salinidades baixas ao redor de 10-15 ppt (onde o ambiente e a hemolinfa são iso-osmóticos). O P. vannamei pode ser cultivado em águas com temperatura variando entre 28 e 32 °C, pH de 6,0 a 9,0, oxigênio dissolvido entre 3-5 mg/L, não havendo fortes restrições para a turbidez que, preferencialmente, deverá variar entre 10-50 mg/L. Durante o período estudado, os parâmetros físico-químicos da água foram influenciados, principalmente, pelos períodos chuvoso e seco, mas não houve variações que pudessem contribuir para um aumento das mortalidades causadas pelo vírus da mionecrose infecciosa (IMNV). Contudo, pode-se observar que, principalmente, quando variações positivas na salinidade ocorrem verifica-se que as mortalidades causadas pelo IMNV são incrementadas. Por exemplo, em 2004, a fazenda A realizou um cultivo de 107 dias, obtendo camarões com peso médio de 10,3 g, uma conversão alimentar de 1,78:1 e uma sobrevivência de 28,5%. Nesse sentido, uma relação entre a salinidade e o vírus da necrose hematopoiética e hipodérmica infecciosa (IHHNV) tem sido observada em Litopenaeus vannamei. Após a análise dos resultados coletados e interpretados, as seguintes conclusões foram obtidas: Os parâmetros físico-químicos (oxigênio dissolvido, pH, temperatura e turbidez) da água que foram monitorados não variaram ao longo dos cultivos nem tampouco ao longo dos anos estudados, ficando sempre na faixa ótima de conforto para o Litopenaeus vannamei. Os valores de salinidade variaram de forma mais drástica, atingindo nos viveiros níveis mínimos de até 0-2 ppt, o que significa um maior custo energético do L. vannamei para manter seu equilíbrio osmótico, podendo ser sugerido que nos cultivos onde a variação de salinidade teve uma grande amplitude, havia uma maior predisposição por parte dos camarões a uma determinada enfermidade. Finalmente, a ocorrência do IMNV nessas fazendas e em outras fazendas do Nordeste do Brasil reduziu os investimentos em carcinicultura marinha, contribuindo para uma queda nos níveis de produção, lucratividade e geração de divisas, tendo ainda afetado os postos de trabalho.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/38189
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