Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/37278
Tipo: | Dissertação |
Título: | A vida no crime é louca: as relações criminais em um complexo de favelas |
Autor(es): | Pires, Artur de Freitas |
Orientador: | Paiva, Luiz Fábio Silva |
Palavras-chave: | Violência;Conflitos sociais;Relações criminais;Violence;Social conflicts |
Data do documento: | 2018 |
Citação: | PIRES, Artur de Freitas. A vida no crime é louca: as relações criminais em um complexo de favelas. 2018. 299. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Fortaleza (CE), 2018. |
Resumo: | Esta pesquisa é uma tentativa de compreender o sentido ou as conexões de sentido das ações praticadas pelas pessoas envolvidas diretamente com as atividades criminais em bairros populares. O recorte analítico é o que estou denominando Grande Tancredo Neves: um complexo de comunidades pauperizadas circunvizinhas situadas na região sudeste de Fortaleza, de aproximadamente 40 mil habitantes, que se interconectam e se segregam pelos tráficos de armas e drogas, mas também se entremeiam e aproximam-se pelas redes de vizinhança, pelos laços afetivos e de parentesco, bem como pelos comércios e serviços. Intento tecer uma análise interpretativo-hermenêutica das relações criminais e suas respectivas artes de fazer, ou seja, as práticas e agenciamentos operados pelos agentes da criminalidade pobre, procurando entender o praticante de delitos e seu processo de subjetivação: os sentimentos de pertença ao território, a construção de uma identidade marginal, a “escolha” pela “carreira” criminal, as redes de socialidade, os códigos de conduta e comportamento, os rituais de passagem e os momentos liminares da “vida no crime”, a alegada “crueldade”, e, por fim, sua agência ambígua, duplamente vinculada: de um lado, resistência e antidisciplina à ordem hegemônica; por outro, reprodução de parte dos mecanismos de poder e dominação dessa mesma estrutura. Enfim, compreender o agente criminal pauperizado não como uma mônada alienada à sua configuração sociohistórica, mas inserido em um fenômeno reticular, em uma complexa e infinita rede interdependente de relações, que amiúde ativa ações contraditórias. Apresento caminhos teórico-metodológicos que foram traçados para a compreensão do objeto, bem como tento fazer uma descrição densa do campo em diálogo com uma análise sobre as redes e as maneiras de sociabilidade que se estabelecem entre as pessoas do local. O trabalho foi desenvolvido sob três eixos: i. um mergulho teórico-reflexivo em trabalhos anteriores com temáticas afins; ii. uma análise histórico-documental de jornais e revistas, mormente de veículos locais; iii. sobretudo por meio de uma imersão etnográfica, “de perto e de dentro”. As técnicas metodológicas empreendidas são a observação direta e participante, as entrevistas não sistematizadas – as conversas nas calçadas, bares, mercadinhos, feiras e praças – e entrevistas semiestruturadas, a partir de um roteiro-base. Estas são realizadas principalmente com praticantes de modalidades criminais diversas, como roubo, assalto, tráfico de drogas e armas, etc., mas também ocorrem com pessoas que não encampam atividades ilícitas – e que formam a maioria dos moradores e moradoras do local. |
Abstract: | This research is an attempt to understand the sense of actions practiced by people involved with criminal activities at popular neighborhoods. The focus analytical and the field search is on the Grande Tancredo Neves, a roughly 40 thousand inhabitant’s complex of slums that interconnect and segregate themselves by drugs and guns trafficking, but also join themselves and approach by neighborhoods networks, affective and kinship relations, as well as by trading and services. I aim make an hermeneutics analysis of criminal relations and theirs manners to do the crime operated by poor “criminals”, seeking understand theirs subjective processes: the territorial’s feelings, the construction of a marginal identity, the “choice” by criminal “career”, the sociability networks, the behavior’s codes, the rituals and liminal moments of “thug life”, the famous “cruelty”, and, at last, theirs ambiguous actions: in one sense, resistance and antidiscipline against hegemonic order; by other side, reproduction of some power and domination mechanisms of this structure. At all, I want to understand the poor criminal agent not as isolated of your social and historic configuration, but inserted in a netlike phenomenon, therefore, in an infinite and complex interdependent network of relations, that often activate contradictory actions. I bring some theoretical-methodological paths that I am following to arrive at the object, as well as attempt to make a dense description of the Grande Tancredo Neves, in addition to analyze the sociability manners and networks of local people. This investigation is developed under three battlefronts: i. a theoretical-reflexive diving in previous writings with similar themes; ii. an historical-documental analysis of newspapers and magazines, mainly of local press; iii. above all through an ethnography immersion, “up close and from inside”. The methodological techniques performed are direct and participant observation, non-systematized interviews – chats at sidewalks, bars, corner stores, street markets, public squares etc. – and semi-structured interviews, from a script previously elaborated. These ones are made mainly with criminal agents of diverse modalities, as robbery, assault, drugs and guns trafficking etc., but also occur with people non-involved with criminal activities – by the way, these persons constitute the absolute majority of local inhabitants. |
URI: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/37278 |
Aparece nas coleções: | PPGS - Dissertações defendidas na UFC |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
2018_dis_afpires.pdf | 4,07 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.