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Tipo: Dissertação
Título: Poças de rios intermitentes como modelos de metacomunidade: qual processo explica a organização desses sistemas?
Título em inglês: Intermittent river pools as metacommunity models: which process explains the structuration of these systems?
Autor(es): Queiroz, Amanda Caroline Faustino de
Orientador: Terra, Bianca de Freitas
Palavras-chave: Estrutura de metacomunidades;Dispersão;Filtro ambiental;Peixes
Data do documento: 2018
Citação: QUEIROZ, Amanda Caroline Faustino de. Poças de rios intermitentes como modelos de metacomunidade: qual processo explica a organização desses sistemas?. 2018. 53 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Recursos Naturais)-Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.
Resumo: Metacomunidade é definida como um conjunto de comunidades locais ligadas pela dispersão de espécies que possivelmente interagem entre si. Nesse contexto, os processos dentro da metacomunidade ocorrem em escalas locais, com as interações entre e dentro das populações ocorrendo em cada mancha e, em escalas regionais, com processos como a dispersão, abrangendo conjuntos de manchas. Atualmente, a Teoria de Metacomunidades é baseada em quatro perspectivas conceituais, neutral, patch dynamics, mass effects e species sorting, que guiam os estudos empíricos. A principal distinção entre essas perspectivas está baseada na heterogeneidade do habitat e na capacidade de dispersão das espécies. O objetivo do presente estudo foi entender como as metacomunidades de peixes em poças de rios intermitentes são estruturadas a partir de análises da composição e abundância de espécies, de variáveis ambientais, de interação biótica (predação) e dados espaciais. Comunidades de peixes de oito rios (fase de poça) distribuídos em três bacias hidrográficas do noroeste do Estado do Ceará foram consideradas para este estudo. Arrastos com redes de pesca foram realizados para a amostragem das assembleias de peixes e a caracterização das poças se deu através da medição de variáveis que representassem o micro e mesohabitat. As variáveis espaciais foram obtidas através da marcação das coordenadas geográficas no centro de cada poça. Através de análises de partição de variância (pRDA) e de decaimento de similaridade (DDR) foi observado que os fatores espaciais foram os que mais explicaram as variações nas comunidades (manchas). No entanto, esse resultado foi observado apenas quando analisado em larga escala (todas as poças amostradas), quando analisados em escalas menores (poças dentro dos trechos) os fatores ambientais foram determinantes para estruturação das comunidades de peixes. A predação também teve um papel relevante e quando analisada separadamente dos fatores ambientais e espaciais, ela foi o fator que mais explicou a variação das comunidades (manchas) de peixes. Nossos resultados evidenciam a importância dos processos espaciais através da limitação de dispersão, e da escala utilizada, na estruturação de metacomunidades, mas também ressaltam como o contexto espacial dos sistemas intermitentes pode ser determinante em estruturar as comunidades de peixes. Da mesma forma, as interações biológicas também podem ser relevantes quando analisadas separadamente da matriz de variáveis ambientais. Nesse trabalho nós também destacamos como a utilização de dois métodos de análises podem trazer informações complementares aos estudos de metacomunidades. Assim, podemos atestar como as metacomunidades de peixes em rios intermitentes são estruturadas principalmente a partir da influência de fatores espaciais, guiados pela limitação de dispersão, acentuada pela organização e funcionamentos dos rios intermitentes e, capacidade de dispersão dos organismos. Fatores ambientais também tiveram influência em escalas locais, com processos determinísticos como a predação e a filtragem ambiental estruturando as comunidades locais.
Abstract: A metacommunity is a set of local communities linked by dispersal with possible interactions between them. In this context, the local and regional scales are addressed in the theory by the environmental and dispersal factors occurring in the communities. The dispersal will happen regionally, among the metacommunities patches (local communities), and the local process (the environmental factors and species interactions) will occur within each metacommunity patch. Currently, the metacommunities theory is based on four conceptual perspectives, neutral, patch dynamics, mass effects and species sorting, which guide the empirical studies. The main distinction among those perspectives is based on the habitat heterogeneity and dispersal capacity of the species. In the present study, we aimed to understand how fish metacommunities in intermittent rivers are structured through analyzes of species composition and abundance, environmental, biotic interaction (predation) and spatial data. We sampled the fish assemblages in pools of eight rivers sites located in three watersheds from semiarid region of Brazil. The number of seine haul were proportional to the size of each water pool and the environmental characterization was done by measuring variables that represented the micro and mesohabitat. The spatial variables were obtained through the geographic coordinates of each pool. Through analysis of variance partitioning (pRDA) and distance decay similarity relationship (DDR) we observed that spatial factors were the ones that most explained the variation in the fish community (patches). However, this result was observed only when analyzed on a large scale (all pools sampled). When analyzed at smaller scale (pools within rivers sites) the environmental factors were also determinant for structuring the fish communities. Predation also played a relevant role and when analyzed separately from environmental and spatial factors, it was the factor that most explained the variation of the fish communities. Our results highlight the importance of spatial processes through the limitation of dispersion, and scale used in structuring metacommunities, but also outlines how the spatial context of the intermittent river system can be determinant in structuring fish communities. Biological interactions, such predation, may also be relevant when taken into account. We also highlight how the use of two methods of analysis can bring complementary information to metacommunity studies. Finally, we could attest how fish metacommunities in intermittent rivers are structured mainly by the influence of spatial factors, with the dispersal mode of organisms and spatial context of the river system accentuating the dispersal limitation. In local scale, environmental factors also played a significant role in shaping the metacommunities through deterministic process such as predation and species sorting.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/33203
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