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Tipo: Tese
Título: Inventário de uma memória consagrada: Benjamim Santos nos interstícios do Teatro Pernambucano (1960-1970)
Título em inglês: Inventory of a consecrated memory: Benjamim Santos in the interstices of the Pernambuco Theater (1960-1970)
Autor(es): Cavalcante Júnior, Idelmar Gomes
Orientador: Nogueira, Antonio Gilberto Ramos
Palavras-chave: Santos, Benjamim, 1939 – Crítica e interpretação;Grupo Teatro de Arribação – História -Pernambuco;Estética;Memory;Theater
Data do documento: 2017
Citação: CAVALCANTE JÚNIOR, Idelmar Gomes. Inventário de uma memória consagrada: Benjamim Santos nos interstícios do teatro pernambucano (1960-1970). 2017. 315f. - Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-Graduação em História, Fortaleza (CE), 2017.
Resumo: Esta tese analisa a constituição de uma “memória oficial” para o teatro pernambucano. Para isso, procurou observar a sua constituição em um espaço marcado não apenas por lembranças, mas também pelo esquecimento. Nele, essa memória se tornou possível graças aos apelos de uma tradição intelectual e artística pernambucana voltada inequivocamente para o fortalecimento do sentimento de pernambucanidade. A memória do teatro em Pernambuco se estabelece, portanto, dentro de uma narrativa que acompanha a trajetória dos grupos que tiveram grande inserção nos meios intelectuais e midiáticos, além de sucesso nos palcos. Grupos que não apenas souberam se auto-representar de forma clara, criando assim, um lugar social privilegiado para si dentro da cultura pernambucana, mas que encontraram meios para que sua jornada se fixasse na memória coletiva. A vitória desses grupos, que procuraram expressar os valores e tradições de Pernambuco, tornou-se equivalente à vitória do teatro pernambucano e, por extensão, à vitória da própria cultura pernambucana; e por isso ela foi se fixando no tempo, pois no fundo não é só sobre teatro que se quer falar, mas de Pernambuco. Um estado que – considera-se – seria capaz de liderar o Nordeste. Pernambuco de Gilberto Freyre, Ariano Suassuna, Hermilo Borba Filho e Valdemar de Oliveira; um estado de intelectuais consagrados e onde a tradição se apropria da modernidade. Na mesma proporção, e em sentido contrário, um teatro que não presta tributo ou que possui atitudes iconoclastas despertam nos meios oficiais de divulgação cultural desconfiança ou silêncio. Foi o que aconteceu com o teatro que se verificou na segunda metade dos anos sessenta, do qual o dramaturgo e diretor Benjamim Santos participou. Considerado “vazio” pelas narrativas consagradas que dão sentido à memória coletiva, esse teatro costuma ter pouco ou nenhum espaço na historiografia local e nos empreendimentos memorialísticos. Neste sentido, Benjamim é apresentado neste trabalho como um mediador que possibilita argumentar os consensos e dissensos inerentes à construção dessa “memória oficial” do teatro pernambucano, cuja constituição é pensada de forma genealógica. Para tanto, especialmente livros, jornais e memórias individuais foram analisados para que fosse possível pensar a criação dessa memória numa ambiência em que ela não tivesse surgido plena, por ato de uma potência antecipadora de um sentido, mas o resultado de acontecimentos dispersos, resultado possível do jogo casual das dominações. O trabalho está vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisa em Patrimônio e Memória – GEPPM – UFC/ CNPq.
Abstract: This doctoral thesis analyzes the constitution of an “official memory” to the theater of Pernambuco. In order to do that, it attempted to observe its constitution in a space marked not only by remembrances, but also by forgetfulness. At this space, this memory became possible thanks to appeal of an intellectual and artistic memory of Pernambuco wrongly dedicated to strength the feeling of “pernambucanidade”. The memory of theater in Pernambuco is set, therefore, inside a narrative that follows the trajectory of groups which had a large access to intellectual and media fields, besides huge success on stages. Groups which not only knew how to represent themselves, creating a social privileged space for themselves in the culture of Pernambuco, but also found ways to insert their journey into the collective memory. These group victories which tried to express values and traditions of Pernambuco became equivalent to the victory of the theater of Pernambuco and, by extension, to the victory of Pernambuco’s own culture; and because of that it started to get fixed into time, as its main interest is not to speak about the theater, but about Pernambuco. A state that considers itself able to lead the northeast. Pernambuco of Gilberto Freyre, Ariano Suassuna, Hermilo Borba Filho and Valdemar de Oliveira; a state of renowned intellectuals and where tradition incorporates modernity. At the same proportion, and in the opposite way, a theater which does not pay tribute or have iconoclast attitudes arise, in the official means of cultural divulgation, distrust or silence. This is what happened with the theater in the second half of the 1960s, when Benjamim Santos, playwright and director, took part of it. This theater is considered “empty” by renowned narratives that attribute meanings to the collective memory for it usually has little or no space at the local historiography and in memorialist ploys. So that, this essay presents Benjamim as a mediator who enables the discussion of the consensus and the dissents related to the construction of this “official memory” of the theater of Pernambuco whose constitution is thought in a genealogic way. This way, books, newspapers and individual memories were analyzed in order to think this memory creation in an ambience from which it did not emerge fully, caused by a meaning anticipatory potency, but as the result of vague happenings, possible result of casual domination games. The essay is linked to the “Grupo de Estudos e Pesquisa em Patrimônio e Memória – GEPPM – UFC/ CNPq”.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/22504
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