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Tipo: Tese
Título : Sintomas dispépticos e retardo no esvaziamento gástrico de sólidos em pacientes com diagnóstico de doença renal crônica : repercussão da hipervolemia e impacto na qualidade de vida
Título en inglés: Dyspeptic symptoms and delayed gastric emptying of solids in patients with chronic kidney disease : impact of fluid overload and impact on quality of life
Autor : Salles Júnior, Luiz Derwal
Tutor: Santos, Armênio Aguiar dos
Co-asesor: Souza, Marcellus Henrique Loiola Ponte de
Palabras clave : Insuficiência Renal Crônica;Diálise Renal;Dispepsia
Fecha de publicación : 2012
Citación : SALLES JUNIOR, Luiz Derwal. Sintomas dispépticos e retardo no esvaziamento gástrico de sólidos em pacientes com diagnóstico de doença renal crônica : repercussão da hipervolemia e impacto na qualidade de vida. 2012. 221 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012.
Resumen en portugués brasileño: Introdução. As queixas clínicas extrarrenais mais comuns em pacientes com doença renal crônica (DRC) são de origem gastrintestinal. As causas para estes distúrbios são multi-fatoriais. Dispepsia é bastante comum entre pacientes submetidos à hemodiálise (HD). Alguns destes sintomas estão intimamente ligados ao retardo no esvaziamento gástrico. Estudos experimentais demonstraram que a sobrecarga de volume aumenta o tempo de esvaziamento gástrico e o impacto dos sintomas dispépticos na qualidade de vida (QV) dos pacientes ainda não está bem estabelecido. Objetivo. Verificar a associação de dispepsia com retardo no esvaziamento gástrico (EG) e qualidade de vida, e de hipervolemia com dispepsia e EG em pacientes com DRC submetidos à HD. Métodos. O estudo foi realizado em uma única unidade de HD, localizada na região Norte do Estado do Ceará, Nordeste do Brasil. A amostra foi constituída por 50 pacientes. Para avaliação de dispepsia foi utilizado o questionário Porto Alegre de sintomas dispépticos (PADYQ). O EG foi avaliado pelo teste respiratório com a utilização do ácido octanóico ligado ao 13carbono com o cálculo do tlag e t1/2. Foi realizado teste de saciedade, através da ingestão contínua de refeição líquida calórica (15ml/min). A qualidade de vida foi avaliada pelo questionário “The Medical Outcomes Study 36-Item Short Form Health Questionnaire” (SF-36). O volume de excesso do líquido extracelular foi estimado pela razão entre o peso do paciente ao realizar o teste respiratório e o peso seco conhecido do paciente. A associação de dispepsia com EG e qualidade de vida foi testada pela correlação dos escores obtidos pelo PADYQ com tlag, t1/2 e escores gerados pelo SF-36 e pela comparação das médias de tlag , t1/2 e escores do SF-36 entre pacientes dispépticos (escore do PADYQ ≥ 6) e não-dispépticos (<6). A associação da hipervolemia com EG e dispepsia foi testada pela correlação do volume de excesso do líquido extracelular com tlag, t1/2 e escores do PADYQ e pela comparação das médias de tlag, t1/2 e escores do PADYQ de acordo com o percentual de excesso de líquido extracelular (≤ 15% versus > 15%). Resultados. Trinta e quatro pacientes (68%) foram classificados como dispépticos. Trinta pacientes (60%) apresentaram retardo no tempo de EG avaliado pelo t1/2, e 18 (36%) pelo tlag. Os escores de dispepsia foram positivamente correlacionados com t1/2 (r=0,37; p=0,01). Os pacientes dispépticos apresentaram tempos de EG mais longos, t1/2 (238 ± 92,9 min vs. 185,5 ± 45,5 min; p=0,04). O teste de saciedade não se associou com dispepsia, tlag ou t1/2. Os pacientes com excesso de líquido extracelular > 15% apresentaram tempos de EG menores, tlag (p0,01) e t1/2 (p<0,05), quando comparados aos com excesso de líquido extracelular ≤ a 15%. Quatro dimensões de QV apresentaram escores menores entre os pacientes dispépticos: dor (53,3 vs. 73,3; p=0,04), vitalidade (53,8 vs. 71,8; p=0,01), aspectos sociais (62,4 vs. 81,3; p<0,05) e saúde mental (66,5 vs. 79,7; p=0,01). Os escores de dispepsia foram negativamente correlacionados com seis dimensões de QV: capacidade funcional (r=-0,40; p=0,01), dor (r=-0,42; p<0,01), vitalidade (r=-0,52; p<0,01), aspectos sociais (r=-0,34; p=0,03), aspectos emocionais (r=-0,34; p=0,03), e saúde mental (r=-0,35; p=0,02). Em um modelo multivariado, os escores de dispepsia foram preditores independentes de seis dimensões de QV, exceto estado geral de saúde e vitalidade. Conclusões. O retardo no EG, avaliado pelo t1/2, deve ser visto como um possível fator causal de dispepsia entre pacientes com DRC em HD. Os resultados mostraram dispepsia fortemente associada a baixos níveis de QV.
Abstract: Introduction. The most common non-renal complaint in end-stage renal disease (ESRD) patients are gastrointestinal disorders. The causes for these disorders are multi-factorial. Dyspepsia is very common among patients undergoing hemodialysis (HD). Some of these symptoms are closely linked to delayed gastric emptying. Experimental studies demonstrated that volume overload increases gastric emptying time, and the impact of dyspeptic symptoms on patients’ quality of life (QOL) is not well-established. Objective. To assess the association of dyspepsia with delayed gastric emptying (GE) and QOL, and of hypervolemia with dyspepsia and delayed gastric emptying (GE) in ESRD patients under HD. Methods. The study was performed in the only renal unit in the northern part of Ceará state, northeast Brazil. The sample comprised 50 patients. In order to evaluate dyspepsia we administered the Porto Alegre dyspeptic symptoms questionnaire (PADYQ). GE was assessed by the octanoic acid breath test using 13carbon in order to calculate tlag and t1/2. We carried out a satiety drinking test using continuous intake of caloric liquid meal (15ml/min). QOL was evaluated by “The Medical Outcomes Study 36-Item Short Form Health Questionnaire” (SF-36). Extracellular fluid excess was estimated by weight pre-breath test/dry-weight ratio in the moment breath test was performed. The association of dyspepsia with GE and QOL was tested by the correlation of PADYQ scores with tlag, t1/2 and SF-36 scores, and by the comparison of the mean tlag, t1/2 and SF-36 scores between dyspeptic (PADYQ score ≥ 6) and non-dyspeptics (<6). The association of hypervolemia with GE and dyspepsia was tested by the correlation of extracellular fluid excess with tlag, t1/2 and PADYQ scores, and by the comparison of mean tlag, t1/2 and PADYQ scores according to the percentage of extracellular fluid excess (≤ 15% versus >15%). Results. There were 34 (68.0%) dyspeptic patients. Thirty patients (60.0%) presented delayed gastric emptying assessed by t1/2 and 18 (36.0%) by tlag. Dyspepsia score was positively correlated with t1/2 (r=0.366; p=0.01). Dyspeptics had longer gastric emptying time assessed by t1/2 (238.0 ± 92.9 min vs. 185.5 ± 45.5 min; p=0.04). Satiety drinking test was not associated with dyspepsia, tlag and t1/2. Hyper hydrated patients presented GE longer times, tlag (p<0,01) and t1/2 (p<0,05), when compared to those with excess extracellular fluid ≤ 15%. Four dimensions of QOL scores were lower among dyspeptic patients: bodily pain (53.3 vs. 73.3; p=0.04), vitality (53.8 vs. 71.8; p=0.01), social functioning (62.4 vs. 81.3; p<0.05) and mental health (66.5 vs. 79.7; p=0.01). Dyspepsia scores were negatively correlated with six dimensions of QOL: physical functioning (r=-0.40; p=0.01), bodily pain (r=-0.42; p<0.01), vitality (r=-0.52; p<0.01), social functioning (r=-0.34; p=0.03), role-emotional (r=-0.34; p=0.03), and mental health (r=-0.35; p=0.02). In the multivariate model, dyspepsia scores were independent predictors of six of the eight QOL dimensions, except general health and vitality. Conclusions. Delayed gastric emptying assessed by t1/2 must be seen as a possible factor provoking dyspepsia among HD patients. These results showed dyspepsia as strongly associated with a lower level of QOL.
URI : http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/15324
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