Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/83476| Tipo: | Tese |
| Título: | Evolução sedimentar holocênica da planície costeira de Icapuí, Nordeste do Brasil |
| Título em inglês: | Holocene sedimentary evolution of the Icapuí coastal plain, Northeast Brazil |
| Autor(es): | Silva Neto, Cláudio Ângelo da |
| Orientador: | Duarte, Cynthia Romariz |
| Palavras-chave em português: | Strandplain;Luminescência opticamente estimulada;Minerais pesados |
| CNPq: | CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA |
| Data do documento: | 2025 |
| Citação: | SILVA NETO, Cláudio Ângelo da. Evolução sedimentar holocênica da planície costeira de Icapuí, Nordeste do Brasil. 2025. 156 f. Tese (Doutorado em Geologia) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2025. |
| Resumo: | Esta tese reconstitui a gênese e evolução da Planície Costeira de Icapuí (CE), um strandplain holocênico desenvolvido em ambiente semiárido, cuja existência desafia o modelo clássico de barreiras costeiras sustentadas por aporte fluvial expressivo. Propõe-se que sua formação resulta da interação entre regressão holocênica, corrente de deriva litorânea persistente de leste para oeste, múltiplas fontes sedimentares (falésias, deflação eólica, plataforma rasa) e forte compartimentação do espaço de acomodação condicionada por herança neotectônica da Bacia Potiguar. A abordagem integrou fotointerpretação de aerofotografias históricas (1950-1980), modelos digitais de terreno de LiDAR aerotransportado (0,5 m), datações por luminescência opticamente estimulada (LOE), análises granulométricas e de minerais pesados, estatística espacial, sensoriamento remoto e análise multivariada. As idades LOE (4,53 ± 0,45 ka a 0,35 ± 0,06 ka AP) demonstram que toda a planície emersa é holocênica, refutando interpretações anteriores de terraços pleistocênicos superficiais e permitindo estabelecer um modelo evolutivo diacrônico dividido em cinco estágios. No Estágio A (≈ 4,5-1,9 ka AP), forma-se o primeiro conjunto de cordões litorâneos, preservado apenas como paleosuperfície tabular dissecada. Um hiato deposicional de ~2,6 ka indica retrogradação costeira associada à aridificação regional e redução do aporte sedimentar. No Estágio B (≈ 1,9–1,2 ka AP), a retomada do aporte e a influência de anomalias estruturais favorecem a instalação de lagunas retrobarreira e a construção de cordões em ambos os flancos da área. O Estágio C (≈ 1,2–0,35 ka AP) é marcado por intensa capacidade de trapeamento sedimentar, progradação contínua e desenvolvimento de spits e esporões orientados de leste a oeste, sugerindo migração de inlet e reorganização da conexão laguna-mar. No Estágio D (≈ 0,35-0,075 ka AP), evidências morfológicas e idades indicam o fechamento de uma antiga desembocadura, o estabelecimento de uma nova barreira externa e posterior abertura do inlet atual. No Estágio E (≈ 75 anos AP-presente), a soldagem de ilhas-barreira e a colmatação interna configuram a morfologia mais jovem, marcada pela interação entre planícies de maré interna e externa. A granulometria (108 amostras) revela afinamento sistemático e assimetria negativa predominante, compatíveis com o Caso B de McLaren e Bowles, indicando transporte seletivo e persistente por deriva. A assembleia de minerais pesados (41 amostras) documenta enriquecimento expressivo em hornblenda e diluição de minerais ultraestáveis (ZTR), refletindo filtração hidrodinâmica e seleção por equivalência mineralógica, não mudança de proveniência. O Índice de Eficiência Deposicional desenvolvido a partir dos três momentos de Pearson operacionaliza os princípios da GSTA para superfícies diacrônicas, permitindo mapear a coerência granulométrica com os processos de transporte. A coincidência entre máximos de progradação e altos estruturais reforça que a herança neotectônica controla zonas de ancoragem sedimentar e modula o potencial progradacional do strandplain. Demonstra-se, assim, que strandplains volumosos podem desenvolver-se em margens semiáridas sem aporte fluvial significativo, desde que existam fontes sedimentares contínuas, deriva eficiente e controle estrutural capaz de criar hotspots de acomodação. |
| Abstract: | This thesis reconstructs the genesis and evolution of the Icapuí Coastal Plain (CE), a Holocene strandplain developed in a semi-arid environment, whose existence challenges the classic model of coastal barriers sustained by significant fluvial input. It proposes that its formation results from the interaction between Holocene regression, a persistent east-to-west longshore drift current, multiple sedimentary sources (cliffs, aeolian deflation, shallow platform), and strong compartmentalization of the accommodation space conditioned by the neotectonic legacy of the Potiguar Basin. The approach integrated photointerpretation of historical aerial photographs (1950- 1980), airborne LiDAR digital terrain models (0.5 m), optically stimulated luminescence (OSL) dating, granulometric and heavy mineral analyses, spatial statistics, remote sensing, and multivariate analysis. The LOE ages (4.53 ± 0.45 kyr to 0.35 ± 0.06 kyr BP) demonstrate that the entire emerged plain is Holocene, refuting previous interpretations of shallow Pleistocene terraces and allowing the establishment of a diachronic evolutionary model divided into five stages. In Stage A (≈ 4.5-1.9 kyr BP), the first set of coastal ridges is formed, preserved only as a dissected tabular paleosurface. A depositional hiatus of ~2.6 ka indicates coastal retrogradation associated with regional aridification and reduced sediment supply. In Stage B (≈ 1.9- 1.2 kyr BP), the resumption of supply and the influence of structural anomalies favor the formation of backbarrier lagoons and the construction of ridges on both flanks of the area. Stage C (≈ 1.2–0.35 kyr BP) is marked by intense sedimentary trapping capacity, continuous progradation, and the development of east-to-west oriented spits and spurs, suggesting inlet migration and reorganization of the lagoon-sea connection. In Stage D (≈ 0.35-0.075 kyr BP), morphological evidence and ages indicate the closure of an old estuary, the establishment of a new external barrier, and the subsequent opening of the current inlet. In Stage E (≈ 75 years BP-present), the welding of barrier islands and internal silting configure the youngest morphology, marked by the interaction between inner and outer tidal flats. Grain size analysis (108 samples) reveals systematic fineness and predominant negative asymmetry, consistent with Case B of McLaren and Bowles, indicating selective and persistent transport by drift. The heavy mineral assemblage (41 samples) documents significant enrichment in hornblende and dilution of ultrastable minerals (RTZ), reflecting hydrodynamic filtration and selection by mineralogical equivalence, not a change in provenance. The Depositional Efficiency Index, developed from Pearson's three moments, operationalizes the principles of GSTA for diachronic surfaces, allowing the mapping of granulometric coherence with transport processes. The coincidence between progradation maxima and structural highs reinforces that neotectonic heritage controls sedimentary anchoring zones and modulates the progradational potential of the strandplain. This demonstrates that voluminous strandplains can develop on semi- arid margins without significant fluvial input, provided there are continuous sedimentary sources, efficient drift, and structural control capable of creating accommodation hotspots. |
| URI: | http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/83476 |
| ORCID do(s) Autor(es): | https://orcid.org/0000-0002-6749-9438 |
| ORCID do Orientador: | https://orcid.org/0000-0002-0255-4045 |
| Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
| Aparece nas coleções: | DGL - Teses defendidas na UFC |
Arquivos associados a este item:
| Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
|---|---|---|---|---|
| 2025_tese_casilvaneto.pdf | 6,24 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.