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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/81288
Type: | Tese |
Title: | Saúde digital e Covid-19 nos BRICS: a liderança da China e a perspectiva do Brasil na pandemia |
Authors: | Alencar, Nadyelle Elias Santos |
Advisor: | Barreto, Ivana Cristina de Holanda Cunha |
Keywords in Brazilian Portuguese : | Covid-19;Pandemias;Saúde Pública;Saúde Digital;Cooperação Sul-Sul |
Keywords in English : | Covid-19;Pandemics;Public Health;Digital Health;South-South Cooperation |
Knowledge Areas - CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICA |
Issue Date: | 2025 |
Citation: | ALENCAR, Nadyelle Elias Santos. Saúde digital e Covid-19 nos BRICS: a liderança da China e a perspectiva do Brasil na pandemia. 2025. Tese (Doutorado em Saúde Pública) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, 2025. Disponível em: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/81288. Acesso em: 13 jun. 2025. |
Abstract in Brazilian Portuguese: | As pandemias acompanham a história da humanidade. Recentemente, o enfrentamento da COVID-19, que figura entre os maiores desafios do século XXI, ressaltou a importância da digitalização na saúde e de mecanismos de colaboração internacional, como o BRICS, para superar ameaças à saúde global. O presente estudo objetiva analisar o uso da saúde digital para o enfrentamento da COVID-19 em países membros do BRICS, com ênfase nos casos do Brasil e da China. Inicialmente, conduziu-se uma revisão de escopo sobre soluções em saúde digital para vigilância, prevenção/controle e manejo clínico da COVID-19 nos BRICS. Foram contempladas cinco etapas: 1) definição da pergunta de pesquisa, 2) levantamento de documentos, 3) seleção de documentos, 4) extração de dados e 5) sumarização e apresentação dos resultados. Em seguida, um estudo de casos múltiplos sobre o Brasil e a China comparou os países e o desenvolvimento da saúde digital, tendo a COVID-19 como ponto de inflexão. A escolha dos países foi motivada pelo interesse particular na realidade brasileira, pelo protagonismo da China no uso de soluções digitais para o enfrentamento da pandemia, e pelos desempenhos contrastantes na superação da crise, com o Brasil registrando a maior e a China a menor taxa de mortalidade por COVID-19 entre os BRICS. Três etapas foram seguidas: 1) definição e planejamento, 2) preparação, coleta e análise e 3) análise e conclusão. Por meio da revisão de escopo, envolvendo bases de dados e literatura cinzenta, dos 8.551 registros iniciais, 481 foram incluídos, dos quais 900 menções a soluções em saúde digital foram extraídas. Identificou-se o protagonismo da China, seguida pela Índia, em número de soluções; o Brasil aparece em terceiro. As soluções foram em sua maioria de abrangência subnacional e financiamento público. Em relação aos tipos tecnológicos, além da eSaúde, tecnologias emergentes como inteligência artificial e mega dados tiveram destaque. A parceria público-privada na China e o alcance internacional das soluções na Índia foram diferenciais. A cooperação intra-BRICS foi fraca. Houve ênfase no uso de soluções digitais pelos serviços de dados para vigilância e pelos profissionais da saúde para manejo clínico da COVID-19. O estudo de casos múltiplos confirmou a teoria inicial de que as capacidades nacionais prévias influenciaram o modo como os países desenvolveram e implementaram soluções em saúde digital para o enfrentamento da COVID-19. A China partiu de uma posição de vantagem, resultado da priorização da saúde e da digitalização do setor, intensificada após a epidemia de SARS em 2002, que se tornou um marco para a transformação digital na saúde. Desde então, o país investiu no fortalecimento da capacidade produtiva autônoma em tecnologia e infraestrutura, lançando projetos nacionais voltados para tecnologias emergentes, como inteligência artificial e mega dados, com o apoio do setor privado e incentivo à cooperação regional. Durante a pandemia, foram adotadas medidas rigorosas para contenção da COVID-19 na China, com a integração de abordagens tradicionais e soluções digitais na execução de ações de saúde pública, como a identificação de casos, o rastreamento de contatos e o monitoramento da cadeia de transmissão da doença. No cenário pós-COVID-19, as prioridades chinesas incluem reduzir desigualdades no acesso à saúde digital, dar continuidade ao desenvolvimento da indústria nacional, padronizar e integrar dados, além de aprimorar as políticas de privacidade e segurança de dados. No Brasil, a digitalização da saúde avançou em ritmo mais lento. Antes da COVID-19, o país buscava integração nacional, mas questões básicas, como a informatização dos estabelecimentos de saúde, ainda estavam em aberto. Durante a pandemia, o negacionismo do Governo Federal brasileiro resultou em uma resposta de mitigação mais moderada, subestimando os efeitos da crise sanitária e levando a desfechos insatisfatórios. Em 2020, o lançamento da Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2020-2028 buscou implantar a Rede Nacional de Dados em Saúde, mas a dificuldade para o cumprimento das metas dentro do prazo estabelecido revela a dificuldade em avançar na implementação da saúde digital no país. A telemedicina ganhou destaque com a regulamentação pioneira das teleconsultas, mas deficiências em infraestrutura, dificuldades na execução de planos estratégicos e a ausência de coordenação nacional limitaram os avanços. No período pós-COVID-19, a saúde digital ganhou novo impulso com a criação da Secretaria de Informação e Saúde Digital (2023) e o lançamento do programa SUS Digital (2024), voltado à transformação digital do sistema de saúde brasileiro. Brasil e China possuem um forte potencial para colaboração estratégica: o Brasil pode se beneficiar da experiência chinesa em infraestrutura tecnológica e inovação em saúde, enquanto a China pode inspirar-se em elementos do modelo brasileiro de atenção básica. Em parceria, podem colaborar para promover a interoperabilidade, reduzir desigualdades regionais e fortalecer suas indústrias de saúde. O presente estudo destacou a relevância da cooperação bilateral não apenas para a troca de experiências, mas também para o fortalecimento das posições estratégicas de ambos os países no cenário internacional, com impacto na agenda de saúde do Sul Global. |
Abstract: | Pandemics have accompanied human history. Recently, the response to COVID-19, one of the greatest challenges of the 21st century, highlighted the importance of digitalization in healthcare and of international cooperation mechanisms, such as BRICS, in addressing global health threats. This study aims to analyze the use of digital health in addressing COVID-19 in BRICS member countries, with a focus on Brazil and China. Initially, a scoping review was conducted on digital health solutions for surveillance, prevention/control, and clinical management of COVID-19 in BRICS countries. Five steps were followed: 1) defining the research question, 2) identifying relevant documents, 3) selecting documents, 4) extracting data, and 5) summarizing and presenting the results. Next, a multiple case study on Brazil and China compared the countries and the development of digital health, with COVID-19 as a turning point. The selection of countries was driven by a particular interest in the Brazilian context, by China's leading role in the use of digital solutions to tackle the pandemic, and by their contrasting performances in overcoming the crisis - Brazil recorded the highest and China the lowest COVID-19 mortality rates among the BRICS countries. Three steps were followed: 1) defining and planning, 2) preparation, data collection, and analysis, and 3) analysis and conclusion. Through the scoping review, involving databases and gray literature, 481 out of 8,551 initial records were included, from which 900 mentions of digital health solutions were extracted. China's leadership in the number of solutions was identified, followed by India, with Brazil in third place. Most solutions were subnational in scope and publicly funded. Regarding technological types, in addition to eHealth, emerging technologies such as and big data were highlighted. The public-private partnership in China and the international reach of solutions in India were distinguishing factors. Intra-BRICS cooperation was weak. Emphasis was placed on the use of digital solutions by data services for surveillance and by healthcare professionals for clinical management of COVID-19. The multiple case study confirmed the initial theory that pre-existing national capacities influenced how countries developed and implemented digital health solutions to address COVID-19. China started from a position of advantage, the result of its longstanding prioritization of health and digitalization in the sector - a process accelerated after the 2002 SARS epidemic, which became a turning point for digital health transformation. Since then, the country has invested in strengthening its autonomous technological and infrastructural capacity, launching national projects focused on emerging technologies such as artificial intelligence and big data, supported by the private sector and encouraged by regional cooperation. During the pandemic, strict containment measures were implemented to control the spread of COVID-19 in China, combining traditional approaches with digital solutions to support public health efforts such as case identification, contact tracing, and monitoring the disease’s transmission chain. In the post-COVID-19 context, China’s priorities include reducing inequalities in access to digital health, continuing to develop the national industry, standardizing and integrating data, and improving data privacy and security policies. In Brazil, digital health advanced at a slower pace. Before the pandemic, the country was working toward national integration, but basic issues - such as the digitalization of health facilities - remained unresolved. During the pandemic, the Brazilian federal government’s denialism resulted in a more moderate mitigation response, downplaying the severity of the health crisis and leading to unsatisfactory outcomes. In 2020, the launch of the Digital Health Strategy for Brazil 2020-2028 aimed to implement the National Health Data Network. However, the difficulty in meeting the targets within the established timeframe highlights the challenges of advancing digital health implementation in the country. Telemedicine gained prominence with the pioneering regulation of teleconsultations, but infrastructure deficiencies, difficulties in executing strategic plans, and the lack of national coordination limited progress. In the post-COVID-19 period, digital health in Brazil gained renewed momentum with the creation of the Secretariat for Information and Digital Health (2023) and the launch of the SUS Digital program (2024), aimed at digitally transforming the Brazilian health system. Brazil and China hold strong potential for strategic collaboration: Brazil could benefit from China’s experience in technological infrastructure and health innovation, while China may find inspiration in elements of Brazil’s primary health care model. Together, they can collaborate to promote interoperability, reduce regional inequalities, and strengthen their health industries. This study emphasized the importance of cooperation between countries, not only to share experiences but also to strengthen their strategic positions in the international context, contributing to the health agenda in the Global South. |
URI: | http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/81288 |
Author's ORCID: | https://orcid.org/0000-0002-5602-7339 |
Author's Lattes: | http://lattes.cnpq.br/0048992171901562 |
Advisor's ORCID: | https://orcid.org/0000-0001-8447-3654 |
Advisor's Lattes: | http://lattes.cnpq.br/0926082188345417 |
Access Rights: | Acesso Aberto |
Appears in Collections: | PPGSP - Teses defendidas na UFC |
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2025_tese_nesalencar.pdf | Tese de Nadyelle Elias Santos Alencar | 4,37 MB | Adobe PDF | View/Open |
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