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Tipo: Tese
Título: Mercúrio (Hg), isótopos estáveis (δ15N &δ13C) e recomendações de segurança alimentar para tubarões e peixes pelágicos de nível trófico superior no Oceano Atlântico.
Autor(es): Goyanna, Felipe Augusto de Alencar
Orientador: Lacerda, Luiz Drude de
Coorientador: Bezerra, Moisés Fernandes
Palavras-chave em português: Mercúrio;Isótopos;Tubarões;Atum;Contaminação;Atlântico
Palavras-chave em inglês: Mercury;Isotopes;Sharks;Tuna;Contamination;Atlantic
Data do documento: 2024
Citação: GOYANNA, Felipe Augusto de Alencar. Mercúrio (Hg), isótopos estáveis (δ15N &δ13C) e recomendações de segurança alimentar para tubarões e peixes pelágicos de nível trófico superior no Oceano Atlântico. 2024. 130 f. Tese (Doutorado em Ciências Marinhas Tropicais). Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais - Instituto de Ciências do Mar - LABOMAR - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2024.
Resumo: Peixes oceânicos predadores de alto nível trófico são utilizados como espécies sentinelas na avaliação da presença de contaminantes persistentes nos oceanos de todo o mundo, como por exemplo o mercúrio (Hg). Além disso, são espécies que são consumidas globalmente por humanos, que eventualmente podem ser expostos à intoxicação alimentar. Nesta perspectiva, a tese tem como objetivo realizar uma análise das concentrações de Hg e as proporções de nitrogênio (15N/14N) e carbono (13C/12C) em relação a um padrão de referência em espécies de peixes oceânicos capturados no oceano Atlântico Equatorial. O primeiro capítulo foi destinado a realizar uma ampla revisão em todo o Atlântico e Mediterrâneo, na qual foram selecionadas diversas publicações, entre 1973 e 2022, analisadas e devidamente compiladas, com o objetivo de investigar a contaminação por Hg em nove espécies de peixes ósseos, Thunnus thynnus, Thunnus albacares, Thunnus obesus, Thunnus atlanticus, Thunnus alalunga, Katsuwonus pelamis, Xiphias gladius, Coryphaena hippurus e Euthynnus alletteratus, bem como duas espécies de tubarões, Prionace glauca e Isurus oxyrinchus. Foi verificada diferença significativa entre tubarões e peixes ósseos, com concentrações mais altas de Hg nos tubarões. As regiões de ocorrência foram divididas em quatro grandes áreas, mas não foram observadas diferenças significativas entre regiões. Das espécies selecionadas, nove apresentaram indivíduos com valores de concentração de Hg que excederam os limites de segurança estabelecidos pelas agências de saúde em todo o mundo. O segundo capítulo foi destinado a reportar o primeiro registro de concentrações de Hg e isótopos estáveis (δ13C e δ15N) em T. alalunga capturadas no Oceano Atlântico Oeste Equatorial, tendo em vista que se trata de uma das principais espécies de atum consumidas no mundo. Foi verificado que as concentrações de Hg em T. alalunga, sendo 92% de metil-Hg, são mais altos do que em outras sub-regiões do Oceano Atlântico, apesar de seu tamanho corporal menor. As concentrações de Hg encontradas são semelhantes às dos oceanos Pacífico e Índico, mas inferiores às do Mediterrâneo. Esses resultados são discutidos considerando as possíveis diferenças nos valores de isótopos estáveis (δ15N e δ13C) das populações de T. alalunga de várias áreas oceânicas e em comparação com outras espécies de atum em todo o mundo. O terceiro capítulo é destinado a reportar as análises de Hg e isótopos estáveis (δ15N e δ 13C), bem como apresentar recomendações de consumo em oito espécies de peixes oceânicos predadores capturados no Oceano Atlântico Oeste Equatorial. Foram encontradas diferenças significativas nas concentrações de Hg e isótopos entre as espécies. As concentrações de Hg foram mais altas em I. oxyrinchus, X. gladius e P. glauca, respectivamente, intermediárias em T. alalunga, Istiophorus albicans e T. obesus, enquanto que as concentrações de Hg foram mais baixas em T. albacares e C. hippurus. Os valores mais altos de δ 15N foram observados em I. oxyrinchus, X. gladius e P. glauca, em comparação com C. hippurus, I. albicans e T. albacares, que apresentaram os valores mais baixos. Valores intermediários foram observados em T. obesus e T. alalunga. Os valores mais altos de δ13C foram observados em C. hippurus em comparação com T. alalunga, P. glauca e X. gladius. Somente I. oxyrinchus, P. glauca e X. gladius ultrapassaram o limite máximo regional de 1.000 ng.g-1 de Hg, estabelecido na legislação brasileira. Finalmente, foram realizadas recomendações de consumo mensal por humanos para cada espécie estudada. Os valores médios de consumo seguro variaram de 22,3 ± 23,6 g.dia-1 para adultos a 4,8 ± 5,0 g dia-1 para crianças em consumidores gerais. A taxa de consumo foi maior em T. albacares e C. hippurus, menor em I. oxyrinchus e X. gladius. O número estimado de refeições por mês variou entre 0 a 11, considerando uma porção de 150 e 75 g para adultos e crianças, respectivamente. As crianças devem evitar o consumo das espécies X. gladius e I. oxyrinchus.
Abstract: High trophic level predatory ocean fish are used as sentinel species to assess the presence of persistent contaminants in the world's oceans, such as mercury (Hg). In addition, they are species that are consumed globally by humans, who may eventually be exposed to food poisoning. With this in mind, the thesis aims to analyze Hg concentrations and the proportions of nitrogen (15N/14N) and carbon (13C/12C) in relation to a reference standard in oceanic fish species caught in the Equatorial Atlantic Ocean. The first chapter was designed to carry out a broad review across the Atlantic and Mediterranean, in which several publications were selected between 1973 and 2022 were selected, analyzed and duly compiled, with the aim of investigating Hg contamination in nine species of bony fish, Thunnus thynnus, Thunnus albacares, Thunnus obesus, Thunnus atlanticus, Thunnus alalunga, Katsuwonus pelamis, Xiphias gladius, Coryphaena hippurus and Euthynnus alletteratus, as well as two shark species, Prionace glauca and Isurus oxyrinchus. A significant difference was found between sharks and bony fish, with higher Hg concentrations in sharks. The regions of occurrence were divided into four large areas, but no significant differences were observed between regions. Of the species selected, nine had individuals with Hg concentration values that exceeded the safety limits set by health agencies worldwide. The second chapter was designed to report the first record of Hg concentrations and stable isotopes (δ13C and δ15N) in T. alalunga caught in the Western Equatorial Atlantic Ocean, given that it is one of the main tuna species consumed worldwide. It was found that Hg concentrations in T. alalunga, 92% of which are Methyl-Hg, are higher than in other sub-regions of the Atlantic Ocean, despite its smaller body size. The Hg concentrations found are similar to those in the Pacific and Indian Oceans, but lower than those in the Mediterranean. These results are discussed considering the possible differences in stable isotope values (δ15N and δ13C) of T. alalunga populations from various oceanic areas and in comparison with other tuna species around the world. The third chapter is designed to report Hg and stable isotope (δ15N and δ13C) analyses, as well as present consumption recommendations in eight species of predatory oceanic fish caught in the Western Equatorial Atlantic Ocean. Significant differences in Hg and isotope concentrations were found between species. Hg concentrations were highest in I. oxyrinchus, X. gladius and P. glauca, respectively, intermediate in T. alalunga, Istiophorus albicans and T. obesus, while Hg concentrations were lowest in T. albacares and C. hippurus. The highest δ15N values were observed in I. oxyrinchus, X. gladius and P. glauca, compared to C. hippurus, I. albicans and T. albacares, which showed the lowest values. Intermediate values were observed in T. obesus and T. alalunga. The highest δ13C values were observed in C. hippurus compared to T. alalunga, P. glauca and X. gladius. Only I. oxyrinchus, P. glauca and X. gladius exceeded the regional maximum limit of 1,000 ng.g-1 of Hg established by Brazilian legislation. Finally, recommendations for monthly consumption by humans were made for each species studied. The average safe consumption values ranged from 22.3 ± 23.6 g.day-1 for adults to 4.8 ± 5.0 g day-1 for children in general consumers. The consumption rate was higher in T. albacares and C. hippurus, lower in I. oxyrinchus and X. gladius. The estimated number of meals per month ranged from 0 to 11, considering a portion of 150 and 75 g for adults and children, respectively. Children should avoid eating X. gladius and I. oxyrinchus.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/77685
ORCID do(s) Autor(es): https://orcid.org/0000-0001-6247-9983
Currículo Lattes do(s) Autor(es): http://lattes.cnpq.br/9903978615031096
ORCID do Orientador: https://orcid.org/0000-0002-3496-0785
Currículo Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/8886217002903392
ORCID do Coorientador: https://orcid.org/0000-0001-9418-1874
Currículo Lattes do Coorientador: http://lattes.cnpq.br/8257282348380552
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Aparece nas coleções:LABOMAR - Dissertações defendidas na UFC

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