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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/76814
Tipo: | Dissertação |
Título: | “A gente combinamos de escre(viver)”: pesquisando gênero com estudantes numa escola pública do Grande Bom Jardim |
Título em inglês: | "we agreed to write (live)": researching gender with students at a public school in the Grande Bom Jardim |
Autor(es): | Soares, Mayara Ruth Nishiyama |
Orientador: | Miranda, Luciana Lobo |
Palavras-chave em português: | Escrevivência;Gênero;Escola pública;Arte;Pesquisa-intervenção |
Palavras-chave em inglês: | Writing-living;Gender;Public school;Art;Research-intervention |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA |
Data do documento: | 2024 |
Citação: | SOARES, Mayara Ruth Nishiyama. “A gente combinamos de escre(viver)”: pesquisando gênero com estudantes numa escola pública do Grande Bom Jardim. 2024. 271 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2024. |
Resumo: | A presente pesquisa traz como campo de investigação a articulação entre territórios escolares, gênero e escrevivência por meio de uma pesquisa-intervenção em uma escola pública localizada na região do Grande Bom Jardim (GBJ). Escrevivência é um conceito criado pela escritora Conceição Evaristo, e tem o compromisso com o engajamento anti-racista e decolonial que, em primazia, denuncia a condição feminina e afrodiaspórica. Surge como uma possibilidade de escrita implicada com os modos de subjetivação de quem as escreve. A pergunta que nos movimentou foi: Como a escrevivência inventa uma pesquisaCOM sobre gênero em uma escola pública de ensino médio localizada na região do Grande Bom Jardim em Fortaleza/CE? Elencamos como objetivo geral analisar a Escrevivência como dispositivo de uma pesquisaCOM sobre gênero em uma escola pública de ensino médio localizada na região do Grande Bom Jardim em Fortaleza/CE. Como desdobramento deste, os objetivos específicos da dissertação foram: 1) Discutir a relação entre escrevivência e decolonização para as políticas de pesquisa implicadas; 2) Analisar os efeitos de utilizar a escrevivência como operador para o campo da pesquisa-intervenção realizada COM jovens secundaristas 3) Mapear o uso da escrevivência como elaboração das experiências de gênero (re)produzidas no cotidiano da escola lócus da pesquisa. Para tal investigação, aposta-se em uma articulação do pós-estruturalismo com os estudos contra-coloniais, aliançada ao feminismo negro e com o apoio de teóricas/os que discutem escola, gênero, escrevivência, juventudes e arte. A construção metodológica desta pesquisa tem bases ética-teórica-metodológicas da Pesquisa-Intervenção (PI) e do PesquisarCOM, ambas se fazem importantes para esta investigação que é implicada com a decolonização dos processos de pesquisa. Para isso, foi utilizada a aliança com o Programa de Iniciação Científica do Ensino Médio (PIBIC-EM), que possibilitou uma radicalização do fazer COM. O local é em uma escola pública de ensino médio do Grande Bom Jardim. Aqui foram utilizados os seguintes dispositivos metodológicos, relacionados às escrevivências de campo: 1) Diários-escreviventes, realizadas pela equipe de pesquisadoras/es; 2) Oficinas artísticas: CURA(DOR)IA em foco, resultado das produções artísticas oriundas desse dia de culminância da pesquisa. O plano de análise foi composto por essas estratégias metodológicas que produziram imagens, escritos, textos, poemas, entre outras materialidades artísticas. Como método de análise dos dados aposta-se na utilização aposta-se na utilização da cartográfica operada sob um viés interseccional. A escrevivência viabilizou uma forma possível dos jovens contarem suas histórias, histórias essas em contrapartida ao colonialismo. A escrevivência como ferramenta de escrita contaminada diz de uma experiência marginalizada, no caso desta pesquisa, escrever COM juventudes negras, dissidentes de gênero e sexualidade sobre suas experiências em uma escola na periferia de Fortaleza significa denunciar as tramas violentas de extermínio aos nossos corpos, estruturadas por uma lógica necropolítica da precarização da vida. Além do potencial denunciativo, a escrevivência se transmuta em seu potencial de resistência e reivindicação política já que contrapõe a essas políticas de silenciamento, inviabilização e vulnerabilização da vida dentro e fora do contexto escolar. |
Abstract: | This research investigates the articulation between school territories, gender and writing-living through a research-intervention in a public school located in the Grande Bom Jardim (GBJ) region. Writhing-living is a concept created by the writer Conceição Evaristo, and is committed to anti-racist and decolonial engagement that primarily denounces the female and Afro-diasporic condition. It emerges as a possibility of writing that is implicated in the modes of subjectivation of those who write them. The question that moved us was: How does writing-living invent a researchwith on gender in a public high school located in the Greater Bom Jardim region of Fortaleza/CE? Our general objective was to analyze writing-living as a device for researchCOM on gender in a public high school located in the Grande Bom Jardim region of Fortaleza, Ceará. As a result of this, the specific objectives of the dissertation were: 1) To discuss the relationship between writing-living and decolonization in terms of the research policies involved; 2) To analyse the effects of using writing-living as an operator in the field of research-intervention carried out with young secondary school students; 3) Mapping the use of writing-living as an elaboration of the gender experiences (re)produced in the daily life of the school where the research was carried out. This research is based on an articulation of post-structuralism with counter-colonial studies, allied to black feminism and with the support of theorists who discuss school, gender, writing, youth and art. The methodological construction of this research is based on the ethical-theoretical-methodological foundations of Intervention Research (PI) and Search With, both of which are important for this investigation, which is implicated in the decolonization of research processes. To this end, the alliance with the High School Scientific Initiation Program (PIBIC-EM) was used, which made it possible to radicalize with. The location was a public high school in Grande Bom Jardim. The following methodological devices were used here, related to field experiences: 1) Writing-living-diaries, carried out by the team of researchers; 2) Artistic workshops: CURA(DOR)IA em foco, the result of the artistic productions arising from this culminating day of the research. The analysis plan was made up of these methodological strategies that produced images, writings, texts, poems and other artistic material. The method used to analyze the data is based on the use of cartography operated under an intersectional bias. The writing-living provided a possible way for young people to tell their stories, stories that were a counterpoint to colonialism. Writing-living as a contaminated writing tool tells of a marginalized experience, in the case of this research, writing with black youth, dissidents of gender and sexuality about their experiences in a school on the outskirts of Fortaleza means denouncing the violent plots of extermination of our bodies, structured by a necropolitical logic of the precariousness of life. In addition to its denunciatory potential, the writing-living is transmuted into a potential for resistance and political vindication, since it opposes these policies of silencing, making life unviable and vulnerable inside and outside the school context. |
URI: | http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/76814 |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
Aparece nas coleções: | PPGP - Dissertações defendidas na UFC |
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