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Tipo: Dissertação
Título: Terra, água e trabalho: impactos sociais e ambientais da eucaliptocultura no Maranhão (1990-2018)
Autor(es): Vilanova, Francisco Rairan dos Santos
Orientador: Funes, Eurípedes Antônio
Palavras-chave em português: Silvicultura;Cerrado;Maranhão;História ambiental
Palavras-chave em inglês: Forestry;Environmental history
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Data do documento: 2023
Citação: VILANOVA, Francisco Rairan dos Santos. Terra, água e trabalho: impactos sociais e ambientais da eucaliptocultura no Maranhão (1990-2018). 2023. 150 f. Dissertação (Mestrado em História) - Programa de Pós-Graduação em História Social, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023.
Resumo: Esta pesquisa analisa o avanço da monocultura do eucalipto no Maranhão, entre os anos de 1990 e 2018, sob o ponto de vista da História Ambiental e aspectos da História Social. O avanço do agronegócio brasileiro sobre o bioma Cerrado fez surgir o projeto de fronteira agrícola que aproxima os territórios dos estados da Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão, que atende pela sigla do MATOPIBA. Esse projeto, sobretudo no caso do Maranhão, serviu como mecanismo de atração de empresários ligados ao setor madeireiro e agroexportador de grãos, que encontraram na região condições favoráveis na aquisição de terras, incentivos fiscais, financiamentos e riqueza hídrica. Soma-se a estes fatores, a fragilidades legais do ponto de vista da proteção às populações do campo, do Cerrado que cobre grande parte do território maranhense. Nesse sentido, procuramos discutir até que ponto a exploração de eucalipto, uma planta cuja morfologia depende de uma carga hídrica muito intensa, representa um risco à natureza, às populações campesinas e principalmente ao bioma Cerrado. Para isso, levantamos um debate que problematiza as ferramentas e os mecanismos do modelo de produção capitalista, e, especialmente, a postura do agronegócio que consiste em uma severa transformação dos recursos naturais em matérias primas e mercadorias, num processo brutal que minimiza e rejeita os direitos de grupos vulnerabilizados e que dependem da natureza para sobreviver. O recorte temporal abrange desde o momento em que foi implantado o projeto CELMAR no Maranhão, no início dos anos 1990, até um dos últimos registros de conflitos por terra envolvendo o negócio da monocultura de eucalipto e campesinos locais, no estado, em 2018. Para isso apoiamo-nos nas discussões sobre os conflitos pela água, um fenômeno crescente na medida em que a grandes empresas restringem o acesso às fontes de água de modo que seus interesses produtivos sejam assegurados. Outro vetor importante é a noção de que as monoculturas devem sempre se impor em relação a uma agricultura heterogênea em termos de vantagens produtivas. Neste sentido, se faz necessário compreender a transformação da natureza em mercadoria no contexto da globalização. As fontes consistem principalmente nos cadernos de conflitos no campo da Comissão Pastoral da Terra – CPT, fontes hemerográficas, entrevistas, relatórios de produção, dados estatísticos e folhetos de associações. A metodologia compreende análise dos dados e a história oral em associação com a bibliografia consultada.
Abstract: This research analyzes the advancement of eucalyptus monoculture in Maranhão, between the years 1990 and 2018, from the point of view of Environmental History and aspects of Social History. The advance of Brazilian agribusiness in the Cerrado biome gave rise to the agricultural border project that brings together the territories of the states of Bahia, Tocantins, Piauí and Maranhão, which goes by the acronym of MATOPIBA. This project, especially in the case of Maranhão, served as a mechanism to attract businesspeople linked to the timber and grain agro-export sector, who found favorable conditions in the region for land acquisition, tax incentives, financing and water wealth. Added to these factors are legal weaknesses from the point of view of protecting rural populations, the Cerrado that covers a large part of Maranhão's territory. In this sense, we seek to discuss the extent to which the exploitation of eucalyptus, a plant whose morphology depends on a very intense water load, represents a risk to nature, to rural populations and mainly to the Cerrado biome. To this end, we raise a debate that problematizes the tools and mechanisms of the capitalist production model, and, especially, the stance of agribusiness, which consists of a severe transformation of natural resources into raw materials and goods, in a brutal process that minimizes and rejects the rights of vulnerable groups who depend on nature to survive. The time frame ranges from the moment the CELMAR project was implemented in Maranhão, in the early 1990s, until one of the last records of land conflicts involving the eucalyptus monoculture business and local peasants, in the state, in 2018. For this is based on discussions about conflicts over water, a growing phenomenon as large companies restrict access to water sources so that their productive interests are assured. Another important vector is the notion that monocultures must always prevail over heterogeneous agriculture in terms of productive advantages. In this sense, it is necessary to understand the transformation of nature into merchandise in the context of globalization. The sources mainly consist of notebooks on conflicts in the field of the Comissão Pastoral da Terra – CPT, newspaper sources, interviews, production reports, statistical data and leaflets from associations. The methodology comprises data analysis and oral history in association with the bibliography consulted.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/75972
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Aparece nas coleções:PPGH - Dissertações defendidas na UFC

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