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Tipo: Dissertação
Título: População em situação de rua e o seu processo saúde-doença-cuidado
Título em inglês: Homeless population and its health-illness-care process
Autor(es): Sousa, Samyla Fernades de
Orientador: Ximenes, Verônica Morais
Palavras-chave: Pessoas em situação de rua;Saúde;Cuidado;Apoio social;Covid-19;Homeless people;Health;Care;Social support
Data do documento: 2023
Citação: SOUSA, Samyla Fernandes de. População em situação de rua e o seu processo saúde-doença-cuidado. Orientadora: Verônica Morais Ximenes. 2023. 157 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023.
Resumo: A População em Situação Rua (PSR) sofre com a pobreza extrema, insegurança, exposição de riscos e são negados como seres humanos. Sofrem com falta de bem-estar físico e emocional, evidenciando vulnerabilidade às doenças infectocontagiosas, crônicas, psiquiátricas entre outras. Embora, a PSR tenha o direito de acessar os serviços de saúde, o acesso se torna limitado por preconceitos, imposições indevidas e alta demanda de usuários. Diante dessas barreiras, a PSR vai formando novas formas de cuidados que não estão somente ligados às políticas públicas de saúde, mas que envolvem outras políticas públicas, os recursos informais, populares e do contexto das suas relações tecidas nas ruas. Assim, a pesquisa tem como objetivo geral compreender o processo saúde-doença-cuidado vivenciado pela população em situação de rua e, como objetivos específicos, analisar os significados da saúde, da doença e do cuidado na visão delas, como também, descrever o impacto da pandemia do COVID-19 no processo saúde-doença-cuidado desse grupo e identificar as práticas de cuidados em saúde desenvolvidas por elas. Para alcançar os objetivos partimos de um método qualitativo, realizando entrevistas semiestruturadas A pesquisa aconteceu no Centro Pop Unidade Centro de Fortaleza-CE, da qual participaram dessa pesquisa 7 participantes que viviam em situação de rua a pelo menos 1 ano, e que fazia atendimento ou eram acompanhados pelo Órgão Social citado. Os participantes foram nomeados com nomes fictícios. O corpus da pesquisa foi composto pela transcrição das entrevistas gravadas em áudio, e a análise dos dados utilizados de conteúdos temáticos com apoio do software Atlas T.I. As categorias de análise foram situação de rua, condições de vida, pandemia da COVID-19, processo saúde-doença e cuidado. Os resultados e as análises apontaram que as condições de vida dos participantes são circunscritas a inúmeras dificuldades e relações sociais marcadas por preconceito, desvalorização e estigmatização. A PSR sofre com condições insalubres e sem acesso as necessidades básicas, mostrando todo sofrimento das suas vivências. A pandemia da COVID-19 atravessou a vida dessas pessoas de forma desafiadora, tornando suas condições de vida ainda mais difíceis. Notamos que não ocorre uma homogeneidade de significados de saúde-doença bem delineados, quando ponderados sob a ótica desses participantes. Seus processos de saúde-doença-cuidado estão envoltos dos seus contextos de vida, suas subjetividades e estão relacionadas às questões socioeconômicas, políticas, ambientais eculturais que influenciam esse processo. Em relação aos cuidados é perceptível a redes de apoio nos cuidados com esse grupo e como adquiriram estratégias para o cuidado de si de acordo com os seus contextos de vida. Pensar na saúde, como atualmente é conceituada em uma perspectiva ampla, se distancia das condições de vida da PSR, que merecem mais políticas públicas e ações baseadas nos seus contextos de vida e que tratem com dignidade suas questões nos seus processos saúde-doença-cuidado para que tenham saúde e vida com qualidade.
Abstract: The Homeless Population suffers from extreme poverty, insecurity, exposure to risks and are denied their status as human beings. They suffer from lack of physical and emotional well-being, showing vulnerability to infectious, chronic, and psychiatric diseases, among others. Although the Homeless Population has the right to access health services, the access becomes limited by prejudice, undue impositions, and high demand of users. Facing these barriers, the Homeless Population is creating new forms of care that are not only linked to public health policies, but that involve other public policies, informal and popular resources and the context of their relationships on the streets. Thus, the research aims to understand the health-illness-care process experienced by the homeless population and, as specific objectives, to understand the meanings of health, disease, and care in the perspective of homeless people, to describe the impact of the COVID-19 pandemic on the health-illness-care process of this group, and to identify the health care practices developed by them. To achieve the purposes we used a qualitative method, conducting semi-structured interviews. The research took place in the Centro Pop Center of Fortaleza-CE, which participated in this research 7 participants who lived on the streets for at least 1 year, and were assisted or accompanied by the mentioned social equipment. The participants were named with fictitious names. The corpus of the research was composed by the transcription of the audio recorded interviews and the data analysis used the thematic content analysis with the support of the Atlas T.I. software. The results and analysis pointed out that the living conditions of the participants are circumscribed to numerous difficulties and social relations marked by prejudice, devaluation, and stigmatization. The homeless population suffers from unhealthy conditions and lacks access to basic needs, showing all the suffering of their experiences. The pandemic of COVID-19 crossed the lives of these people in a challenging way, making their living conditions even more difficult. We noticed that there is no uniformity of well-defined meanings of health-illness, when considered from the point of view of these participants. Their health-illness-care processes are involved in their life contexts, their subjectivities, and are also related to socioeconomic, political, environmental, and cultural issues that influence this process. Regarding care, it is perceptible the support networks in the care of this group and how they acquired strategies for self-care according to their life contexts. Thinking about health, as it iscurrently conceptualized from a broad perspective, distances itself from the living conditions of the homeless population, which deserve more public policies and actions based on their life contexts and that treat with dignity their issues in their healthdisease-care processes so that they have health and life quality.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/73015
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