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Tipo: Dissertação
Título: Fatores associados à funcionalidade de mulheres com dor pélvica crônica
Autor(es): Martins, Natany Santos
Orientador: Moreira, Mayle Andrade
Coorientador: Nascimento, Simony Lira do
Palavras-chave: Dor Pélvica;Dor Crônica;Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde;Catastrofização;Depressão
Data do documento: 2023
Citação: MARTINS, Natany Santos. Fatores associados à funcionalidade de mulheres com dor pélvica crônica. 2023. Dissertação (Mestrado em Fisioterapia e Funcionalidade) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/72158. Acesso em: 10 maio. 2023.
Resumo: Introdução: A dor pélvica crônica (DPC) se caracteriza pela presença de dor localizada na pelve, que persiste por 6 meses ou mais, e que pode envolver a pelve e regiões adjacentes. Sua origem pode estar relacionada a múltiplos fatores ou condições, que muitas vezes se sobrepõem e podem coexistir em um único indivíduo. Assim, os impactos gerados na vida das mulheres com DPC não se detêm à ocorrência de dor física prolongada, mas se estendem a fatores psicossociais, desencadeando comprometimento funcional que leva ao surgimento de incapacidades. Desta forma, é importante a investigação da funcionalidade, fundamentada na Classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde (CIF), e de seus fatores associados em mulheres com DPC. A literatura atual aborda diversos aspectos, como função sexual, dor, atividade física e sintomas depressivos em mulheres com DPC, entretanto ainda são necessários estudos que explorem quais fatores estão associados à funcionalidade nesta população. Objetivo: explorar os fatores associados à funcionalidade em mulheres com DPC. Métodos: Estudo transversal, realizado com mulheres com DPC, entre 18 e 45 anos, assistidas nos ambulatórios de dor pélvica crônica, endometriose e fisioterapia pélvica da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), Fortaleza. A coleta de dados foi realizada, entre dezembro de 2020 e outubro de 2022, por meio de entrevista, utilizando formulário estruturado com dados sociodemográficos e clínicos, medidas antropométricas, histórico uroginecológico e obstétrico, e autorrelato da prática de atividade física. Após o formulário, as participantes responderam aos instrumentos: World Health Disability Assessment Schedule 2.0 (WHODAS 2.0), Pain Catastrophizing Scale (PCS), Female Sexual Function Index (FSFI), Tampa Scale for Kinesiophobia (TSK) e Patient Health Quality – 9 (PHQ-9); e realizaram o teste de sentar-levantar da cadeira. Para análise dos dados foram utilizadas médias e desvios-padrão, testes de correlação de Pearson, teste T de Student e regressão linear múltipla, considerando o nível de significância de 5%. Resultados: Foram avaliadas 168 mulheres com média de 34,2 (± 6,9) anos. Aquelas que apresentaram maior intensidade e catastrofização da dor, disfunção sexual, cinesiofobia, sintomas depressivos, que não praticam atividade física regular e com pior desempenho no teste sentar e levantar apresentaram piores níveis de funcionalidade. No modelo de regressão linear múltipla, observamos que mulheres com pensamentos catastróficos relacionados à dor (β = 6,40; IC95% 0,44;12,36) e com sintomas depressivos (β = 12,03; IC95% 6,61;17,45) apresentaram maiores prejuízos na funcionalidade. Conclusão: Este estudo sugere que a ocorrência de DPC se mostra relacionada a fatores de caráter psicológico (catastrofização da dor e sintomas depressivos), e não somente biofísico, os quais podem levar à incapacidade. Reforçamos a necessidade do olhar integral à mulher com DPC, ressaltando a importância de abordagem multiprofissional e de uma adequada linha de cuidado, abrangendo os componentes da funcionalidade.
Abstract: Introduction: Chronic pelvic pain (CPP) is characterized by the presence of localized pain in the pelvis, persisting for 6 months or more, and may involve the pelvis and adjacent regions. Its origin may be related to multiple factors or conditions, which often overlap and can coexist in a single individual. Thus, the impacts generated in the lives of women with CPP are not limited to the occurrence of prolonged physical pain, but extend to psychosocial factors, triggering functional impairment that leads to disability. Therefore, it is important to investigate functioning, based on the International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF), and its factors in women associated with CPP. The current literature addresses several aspects, such as sexual function, pain, physical activity, and depressive symptoms in women with CPP, however, studies are still needed to explore which factors are associated with functioning in this population. Objective: Exploring the factors associated with functioning in women with chronic pelvic pain (CPP). Methods: Cross-sectional study, carried out with women with CPP, between 18 and 45 years old, assisted at the chronic pelvic pain, endometriosis, and pelvic physiotherapy clinics at Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), Fortaleza. Data collection was carried out between December 2020 and October 2022, through interviews, using a structured form with sociodemographic and clinical data, anthropometric measurements, urogynecological and obstetric history, and self-report of physical activity practice. After the form, the participants answered the instruments: World Health Disability Assessment Schedule 2.0 (WHODAS 2.0), Pain Catastrophizing Scale (PCS), Female Sexual Function Index (FSFI), Tampa Scale for Kinesiophobia (TSK) and Patient Health Quality – 9 ( PHQ-9); and performed the sit-to-stand test. For data analysis we used means and standard deviations, Pearson's correlation tests, Student's t-test, and multiple linear regression, considering a significance level of 5%. Results: 168 women with a mean age of 34.2 (± 6.9) years were evaluated. Those with greater pain intensity and catastrophizing, sexual dysfunction, kinesiophobia, depressive symptoms, who do not practice regular physical activity and with worse performance in the sit and stand test, had worse levels of functioning. In the multiple linear regression model, we observed that women with catastrophic thoughts related to pain (β = 6.40; 95%CI 0.44;12.36) and with depressive symptoms (β = 12.03; 95%CI 6.61; 17,45) showed greater impairments in functionality. Conclusion: This study suggests that the occurrence of CPP is related to psychological factors (pain catastrophizing and depressive symptoms), and not only biophysical, which can lead to disability. We reinforce the need for a comprehensive look at women with CPP, emphasizing the importance of a multidisciplinary approach and an adequate line of care, covering the components of functioning.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/72158
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