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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/72006
Tipo: | Tese |
Título: | Alterações cognitivas e polimorfismo da apolipoproteína E (APOE) em pacientes com neurocovid longo |
Título em inglês: | Cognitive alterations and apolipoprotein E (APOE) polymorphism in patients with long neurocovid |
Autor(es): | Tavares Júnior, José Wagner Leonel |
Orientador: | Braga Neto, Pedro |
Coorientador: | Sobreira Neto, Manoel Alves |
Palavras-chave: | COVID-19;Comprometimento Cognitivo;SARS-CoV-2;Demência;Apolipoproteínas E |
Data do documento: | 24-Mar-2023 |
Citação: | TAVARES JÚNIOR, José Wagner Leonel. Alterações cognitivas e polimorfismo da apolipoproteína E (APOE) em pacientes com neurocovid longo. 2023. 109 f. Tese (Doutorado em Ciências Médicas) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/72006. Acesso em: 03 maio. 2023. |
Resumo: | As manifestações neurológicas associadas à COVID-19 foram descritas desde o início da pandemia. Além das manifestações neurológicas gerais, queixas cognitivas e comprometimento cognitivo associados à COVID-19 foram descritos nas fases aguda/subaguda da doença (<12 semanas da infecção) e após essas fases, em um quadro que recebeu a denominação de Long-Covid ou Covid longa. A apolipoproteína E (apoE) é importante no transporte do colesterol, está relacionada ao risco de doença de Alzheimer esporádica, é codificada pelo gene APOE no braço longo do cromossomo 19 e compreende três variantes alélicas (E2, E3 e E4). Com relação à pesquisa do polimorfismo do gene APOE em pacientes com COVID-19, quadros de COVID-19 mais graves foram relacionados à presença do alelo E4. Até onde sabemos, apenas uma publicação do nosso grupo avaliou as manifestações cognitivas após a COVID-19 e as correlacionou com polimorfismos do gene APOE. O objetivo do nosso estudo foi investigar se o polimorfismo do gene APOE está relacionado às manifestações cognitivas em pacientes com Covid longa. Este estudo transversal foi realizado com pacientes com COVID-19, atendidos ambulatorialmente em Fortaleza, entre julho de 2020 até abril de 2022. Além de ficha clínica padronizada, testes para avaliação cognitiva, psiquiátrica e funcional foram aplicados. Os pacientes foram classificados cognitivamente em normais, declínio cognitivo subjetivo (DCS), comprometimento cognitivo leve (CCL) ou demência. Esses três últimos grupos foram reunidos sob o termo declínio cognitivo (DC). Foram coletados tubos de sangue periférico para pesquisa do polimorfismo do gene APOE. O número final de pacientes incluídos neste estudo foi de 219, avaliados, em média, 4,5 meses após a COVID-19. Houve predomínio do sexo feminino (64,7%). A média de idade foi de 46 ± 15 anos, com a maioria dos pacientes com escolaridade superior a 8 anos (N = 176; 80,4%). A maioria dos pacientes não foi internada na fase aguda da doença (74,7%). A maioria dos pacientes (64,7%) teve como queixa principal os sintomas de declínio cognitivo, e as alterações cognitivas foram a principal queixa no nosso estudo, mesmo em casos leves de COVID-19 em uma população majoritariamente ambulatorial. O grupo declínio cognitivo apresentou maior frequência do alelo E4 em comparação ao grupo normal (30,6 vs 16,4%, respectivamente, p=0,038). O grupo DC também apresentou maior frequência de distúrbios do sono em relação ao grupo normal (35,7 vs 17,1%, respectivamente, p=0,004) e maior frequência de sintomas ansiosos em relação ao grupo normal (30,8 vs 17,1%, respectivamente, p=0,028). Neste estudo, as queixas de memória foram comuns após as fases aguda e subaguda da doença. Nosso estudo ainda encontrou no grupo com DC uma maior 8 frequência de queixas de sono e de sintomas de ansiedade. Em nosso estudo, indivíduos com declínio cognitivo não apresentaram frequência maior de depressão. Em relação ao subtipo do declínio cognitivo encontrado, a maior parte dos pacientes apresentou declínio cognitivo subjetivo. Os escores das baterias de avaliação cognitiva não apresentaram diferenças entre os grupos com e sem declínio cognitivo, impedindo traçar no presente estudo um perfil cognitivo com os domínios cognitivos mais afetados. O acompanhamento longitudinal desses pacientes é fundamental para determinar a duração desse comprometimento cognitivo. Também, a avaliação neuropsicológica desses pacientes pode contribuir para uma melhor caracterização dos quadros de DCS ou CCL e determinação dos domínios cognitivos mais afetados. Estudos futuros com avaliação de biomarcadores de doenças neurodegenerativas no líquido cefalorraquidiano ou plasma podem trazer uma ligação entre a COVID-19 e o aparecimento ou agravamento de doenças neurodegenerativas. |
Abstract: | Neurological manifestations associated with COVID-19 have been described since the beginning of the pandemic. In addition to the general neurological manifestations, cognitive complaints and cognitive impairment associated with COVID-19 have been described in the acute/subacute phases of the disease (<12 weeks of infection) and after these phases, in a condition that has been named Long-Covid. Apolipoprotein E (apoE) is important in cholesterol transport, is related to the risk of sporadic Alzheimer's disease, is encoded by the APOE gene on the long arm of chromosome 19, and comprises three allelic variants (E2, E3, and E4). Regarding the investigation of the APOE gene polymorphism in patients with COVID-19, more severe COVID-19 conditions were related to the presence of the E4 allele. To the best of our knowledge, only one publication from our group evaluated cognitive manifestations after COVID-19 and correlated them with polymorphisms of the APOE gene. The aim of our study was to investigate whether the APOE gene polymorphism is related to cognitive manifestations in patients with long-term Covid. This cross-sectional study was carried out with patients with COVID-19, treated as outpatients in Fortaleza, between July 2020 and April 2022. In addition to a standardized clinical record, tests for cognitive, psychiatric and functional assessment were applied. Patients were classified cognitively as normal, subjective cognitive decline (SCD), mild cognitive impairment (MCI) or dementia. These last three groups were brought together under the term cognitive decline (CD). Peripheral blood tubes were collected to investigate the polymorphism of the APOE gene. The final number of patients included in this study was 219, evaluated, on average, 4.5 months after COVID-19. There was a predominance of females (64.7%). Mean age was 46 ± 15 years, with most patients having more than 8 years of schooling (N = 176; 80.4%). Most patients were not hospitalized in the acute phase of the disease (74.7%). Most patients (N = 143; 64.7%) had symptoms of memory impairment as their main complaint, and cognitive changes were the main complaint in our study, even in mild cases of COVID-19 in a mostly outpatient population. The cognitive decline group had a higher frequency of the E4 allele compared to the normal group (30.6 vs 16.4%, respectively, p=0.038). The CD group also showed a higher frequency of sleep disorders compared to the normal group (35.7 vs 17.1%, respectively, p=0.004) and a higher frequency of anxiety symptoms compared to the normal group (30.8 vs 17. 1%, respectively, p=0.028). In this study, memory complaints were common after the acute and subacute phases of the disease. Our study also found a higher frequency of sleep complaints and anxiety symptoms in the CD group. In our study, individuals 10 with cognitive decline did not have a higher frequency of depression. Regarding the subtype of cognitive decline found, most patients had subjective cognitive decline. The scores of the cognitive assessment batteries did not show differences between the groups with and without cognitive decline, preventing us from drawing a cognitive profile with the most affected cognitive domains in the present study. Longitudinal follow-up of these patients is essential to determine the duration of this cognitive impairment. Also, the neuropsychological evaluation of these patients can contribute to a better characterization of DCS or MCI and determination of the most affected cognitive domains. Future studies evaluating biomarkers of neurodegenerative diseases in cerebrospinal fluid or plasma may bring a link between COVID-19 and the onset or worsening of neurodegenerative diseases. |
URI: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/72006 |
Aparece nas coleções: | DMC - Teses defendidas na UFC |
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