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Tipo: Dissertação
Título: Ocorrência e perfil de resistência aos antimicrobianos de bactérias isoladas de lavado broncoalveolar de pacientes internados em hospitais de Fortaleza no período de janeiro de 1996 a dezembro de 2001
Título em inglês: Occurrence and antimicrobial resistance profile of bacteria isolated from bronchoalveolar lavage of patients admitted to hospitals in Fortaleza in the period from January 1996 to December 2001
Autor(es): Bandeira, Tereza de Jesus Pinheiro Gomes
Orientador: Rodrigues , Jorge Luiz Nobre
Palavras-chave: Broncopneumonia;Sistema Respiratório;Testes de Sensibilidade Microbiana
Data do documento: 2002
Citação: BANDEIRA, T. J. P. G. Ocorrência e perfil de resistência aos antimicrobianos de bactérias isoladas de lavado broncoalveolar de pacientes internados em hospitais de Fortaleza no período de janeiro de 1996 a dezembro de 2001. 2002. 101 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina, Fortaleza, 2002.
Resumo: Justificativa – A pneumonia hospitalar (PH) é causa de morbidade e mortalidade elevadas em pacientes hospitalizados. A terapia antimicrobiana empírica adequada e precoce pode salvar a vida de mais da metade dos pacientes com PH e deve ser baseada em padrões locais de sensibilidade a antimicrobianos. Praticamente todo tratamento de PH é, inicialmente, empírico. O objetivo deste trabalho é contribuir com o conhecimento do padrão regional de resistência de microrganismos nesse contexto. Metodologia – Foram estudados 588 resultados de culturas de lavado bronco-alveolar (LBA) de pacientes internados em Fortaleza, processados na rotina de um laboratório privado, no período de janeiro de 1996 a dezembro de 2001. Como resultado de pesquisa aos prontuários médicos desses pacientes, dois grupos foram criados: Grupo 1, com n=147, composto por pacientes com pneumonia hospitalar (PH) notificada segundo os critérios do Center for Disease Control and Prevention (CDC); Grupo 2, com n=382, pacientes com pneumonia não-hospitalar (PNH). Utilizou-se a técnica quantitativa de cultivo descrita nos trabalhos de Kahn e Jones (1987), Salata et al. (1987) e Carvalho (1997). Identificação e antibiogramas foram realizados no equipamento VITEK BioMerrieux, exceto para Streptococcus pneumoniae e Stenotrophomonas maltophilia cujos antibiogramas foram realizados pelo método Kirby-Bauer e E-test respectivamente. Resultados – No Grupo 1, os cinco microrganismos mais freqüentes foram Pseudomonas aeruginosa [56 casos (38,1%)], Staphylococcus aureus [24 casos (16,3%)], Klebsiella pneumoniae [12 casos (8,2%)], Acinetobacter spp [12 casos (8,2%)] e Serratia marcescens [10 casos (6,8%)]. No Grupo 2, encontraram-se, mais freqüentemente, Pseudomonas aeruginosa [113 casos (29,6%)], Staphylococcus aureus [89 casos (23,3%)], Klebsiella pneumoniae [32 casos (8,4%)] e Acinetobacter spp [31 casos (8,1%)]. Não foi observada diferença significativa entre os dois grupos para a etiologia. O mesmo ocorreu com o perfil de resistência dos organismos, exceto para o Grupo 1 com S. aureus/oxacilina (p=0,027) e P. aeruginosa/piperacilina/tazobactam (p=0,003). No perfil de resistência do conjunto total de amostras (n=751), destaca-se a de P. aeruginosa ao imipenem, de 40,8%; de Acinetobacter spp ao imipenem, de 10,0%; de Acinetobacter spp a Ampicilina/Sulbactam, de 44,3%; e de S. aureus a oxacilina, de 67,3%. O intervalo de tempo entre a data de internação e a realização da cultura foi maior do que 7 dias em 60,18% dos casos. Conclusão - no trato respiratório, o problema da multiresistência bacteriana é evidente e preocupante com alta prevalência de bacilos gram-negativos multiresistentes, marcadamente P. aeruginosa e Acinetobacter spp., assim como elevada resistência a oxacilina nas amostras de Staphylococcus aureus. O Grupo 2 não possui características de pneumonia comunitária (PC), provavelmente, porque o tempo entre a internação e a realização da cultura foi longo o suficiente para permitir a colonização do trato respiratório superior pela microflora do ambiente hospitalar. É possível que o Grupo 2 seja constituído por pacientes com pneumonia comunitária severa refratária à antibioticoterapia que necessita internação, ou que tiveram várias internações anteriores, com conseqüente colonização por microflora hospitalar. Investigações subseqüentes devem conferir atenção especial a esse aspecto. Pode ser útil, neste contexto, o emprego de técnicas de Biologia Molecular para melhor caracterização dos microrganismos isolados.
Abstract: Hospital acquired pneumonia (HAP) is associated with high morbidity and mortality in hospitalized patients. Early, appropriate, and adequate empiric antibiotic therapy can save lives of more than half of all HAP patients and must be based on local data. This study will provide local patterns of antibiotic resistance. Practically all primary therapy of HAP is empiric and information from surveillance program of a given hospital is very important. We studied 588 Bronchoalveolar lavage cultures results from hospitalized patients performed in a private lab during a period of 6 years from 1996 to 2001. As a result of searching patient’s records, two groups were assigned: Group 1, n=147, patients with HAP notified by Nosocomial Infection Commission according to Center for Disease Control and Prevention-CDC; Group 2, n=382, patients with No-Nosocomial Pneumonia. Bacteriologic cultures were done quantitatively with a threshold of >= 105 according to Kahn and Jones (1987), Salataet al. (1987) and Carvalho (1997). Identification and susceptibility tests were performed on VITEK BioMerrieux except for Streptococcus pneumoniae and Stenotrophomonas maltophilia. In patients from Group 1, the five most frequent agents were: P. aeruginosa 56 cases (38,1%), S.aureus 24 (16,3%), K. pneumonia 12 (8,2%), Acinetobacter spp 12 (8,2%) and S. marcescens 10 (6,8%). Group 2 shows: P. aeruginosa 113 (29,6%), Staphylococcus aureus 89 (23,3%), Klebsiella pneumoniae 32 (8,4%), Acinetobacter spp 31 (8,1%) and Candida spp 20 (5,2%). There was no significant difference between resistance profile of isolates when distributed in two groups except S. aureus/Oxacilina (p=0,027), P.aeruginosa/Piperacilina/Tazobactam (p=0,003). The resistance profile in total (n=751) was: P. aeruginosa/Imipenem 40,8%, Acinetobacter spp/Imipenem 10,0%, Acinetobacter spp/AmpicilinaSulbactam 44,3% e S. aureus/Oxacilina 67,3%. The time between admission date and culture request was more than 7days in 60,18% in both groups. Conclusion: a) drug-resistance in lower respiratory tract infection(LRTI) is a serious concern mainly with high prevalence of multi-R gram-negative like P. aeruginosa and Acinetobacter with high resistance for Imipenem and other β- Iactâmic and S. aureus with high resistance to Oxacilina. There was no significant difference between the two groups. Group 2 did not show characteristics of Community-Acquired Pneumoniae (CAP) maybe because of large intervals of time between admission and request of culture, or this kind of patient had either severe CAP with no response to prior multiple antimicrobial therapy or previous hospitalizations or even had recent hospitalization and consequent colonization. Forwards molecular studies should be performed on isolates to provide better characterization of lower respiratory tract pathogens.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7082
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