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Tipo: Dissertação
Título: Capacidade física, funcional e funcionalidade em indivíduos com transtornos mentais: estudo transversal multicêntrico
Autor(es): Silva, Saulo de Lima
Orientador: Moraleida, Fabianna Resende de Jesus
Coorientador: Nunes, Ana Carla Lima
Palavras-chave: Transtornos Mentais;Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde;Teste de Caminhada;Força da Mão;Desempenho Físico Funcional;Equipe de Assistência ao Paciente
Data do documento: 16-Dez-2023
Citação: SILVA, Saulo de Lima. Capacidade física, funcional e funcionalidade em indivíduos com transtornos mentais: estudo transversal multicêntrico. 2023. Dissertação (Mestrado em Fisioterapia) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/70037. Acesso em: 11 jan. 2023.
Resumo: Os transtornos mentais são uma das principais causas de incapacidade em nível mundial e estão entre as dez principais causas globais do aumento da carga de doenças. Mudanças na saúde física podem estar associadas à funcionalidade dessa população. Entretanto, ainda existem lacunas na literatura que possam ligar funcionalidade e medidas voltadas à capacidade física e funcional. Medidas de força de preensão manual e da capacidade funcional de exercício possuem potencial utilidade como marcadores associados ao nível de funcionalidade em indivíduos com transtornos mentais, por serem parte do constructo de funcionalidade, de acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). No entanto, a literatura ainda é limitada para indicar o quanto fatores de saúde física podem estar relacionados à funcionalidade dessa população. Portanto, o objetivo deste estudo foi verificar a associação entre o nível de funcionalidade com a força de preensão manual e a capacidade funcional de exercício de indivíduos com transtornos mentais. Foi realizado um estudo transversal, multicêntrico, em parceria com pesquisadores das instituições Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade Federal do Ceará (UFC). Coletamos dados de 75 indivíduos em atendimento ambulatorial com diagnóstico médico estabelecido de esquizofrenia, depressão maior, transtorno bipolar ou transtornos de ansiedade, com idade entre 18 e 65 anos. O desfecho primário foi o nível de funcionalidade avaliado através do WHODAS 2.0 na versão de 12 itens. Os desfechos secundários foram a força de preensão manual e a capacidade funcional de exercício, mensurada através do teste de caminhada de 2 minutos (TC2M). Também coletamos informações sociodemográficas, tempo de atividade física e comportamento sedentário (SIMPAQ), severidade dos sintomas psiquiátricos (MST-1) e comorbidades (SCQ). Foram realizadas análises descritivas, de correlação e regressão linear múltipla para analisar a associação do nível de funcionalidade com os desfechos secundários, ajustado por covariáveis clínicas. O valor médio de funcionalidade dos participantes foi 32,19 (± 18,05) em um total de 100 pontos. A distância média percorrida foi de 151,53 ± 31,49 metros, enquanto o valor médio da força de preensão manual foi de 31,20 ± 11,43 quilogramas-força. A força de preensão manual e a capacidade funcional de exercício foram significativa e inversamente associadas à pontuação do WHODAS 2.0, ou seja, quanto maior a força de preensão manual e a capacidade funcional de exercício, maior o nível de funcionalidade. Um modelo de regressão linear múltipla demonstrou que a força de preensão manual (Beta -0,194 95% IC:-0,593 -0,013) e a capacidade funcional de exercício (Beta -0,219, 95% IC: -0,235 -0,016) foram preditores significativos independentes da variância do nível de funcionalidade,sendo ajustados pelo centro de coleta, idade, escolaridade e severidade dos sintomas psiquiátricos. Nossos achados sugerem a importância de incorporar estas medidas de avaliação da saúde física na assistência em saúde mental, o que pode ajudar a identificar alvos de intervenção e explorar seus efeitos em prol da melhora da funcionalidade. Além disso, reflete a necessidade de um cuidado em saúde integrado e interprofissional para avaliação e monitoramento do nível de funcionalidade dessa população.
Abstract: Mental disorders are one of the leading causes of disability worldwide and are among the top ten global causes of the increasing burden of disease. Changes in physical health may be associated with the functioning of this population. However, there are still gaps in the literature that can link functioning and measures aimed at physical and functional capacity. Measures of handgrip strength and functional exercise capacity have potential utility as markers associated with the level of functioning in individuals with mental disorders, as they are part of the functioning construct, according to the International Classification of Functioning, Disability, and Health (ICF). However, elements of physical health that could impact the functioning of this population were little explored. Therefore, the objective of this study was to verify the association between the level of functioning with the handgrip strength and the functional capacity of exercise of individuals with mental disorders. A cross-sectional, multicenter study was carried out in partnership with researchers from the Federal University of Santa Maria (UFSM) and Federal University of Ceará (UFC) institutions. We collected data from 75 outpatients with an established medical diagnosis of schizophrenia, major depression, bipolar disorder, or anxiety disorders, aged between 18 and 65 years. The primary outcome was the level of functioning assessed using WHODAS 2.0 in the 12-item version. Independent variables were handgrip strength and functional exercise capacity, measured using the 2-minute walk test (2MWT). We also collected sociodemographic information, time of physical activity and sedentary behavior (SIMPAQ), the severity of psychiatric symptoms (MST-1), and comorbidities (SCQ). Descriptive, correlational, and multiple linear regression analyzes were performed to analyze the association of the level of functioning with secondary outcomes, adjusted for clinical covariates. Participants' mean functioning score was 32.19 (± 18.05) in a total of 100 points. The mean distance covered was 151.53 ± 31.49 meters, while the mean value of handgrip strength was 31.20 ± 11.43 kilograms-force. Handgrip strength and functional exercise capacity were significantly and inversely associated with the WHODAS 2.0 score, that is, the higher the handgrip strength and functional exercise capacity, the higher the level of functioning. A multiple linear regression model showed that handgrip strength (Beta -0.194 95% CI: -0.593 -0.013) and functional exercise capacity (Beta -0.219, 95% CI: -0.235 -0.016) were significant independent predictors of the variance of the level of functioning, being adjusted by the collection center, age, education level and the severity of psychiatric symptoms. Our findings suggest the importance of incorporating these physical health assessment measures into mental health care, which can help identify intervention targets and explore their effects on improving functioning. In addition, it reflects the need for integrated and interprofessional health care to assess and monitor the level of functioning of this population.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/70037
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