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Tipo: Dissertação
Título: Hanseníase em mulheres : uma avaliação na perspectiva da anticoncepção e da gestação
Título em inglês: Leprosy in women : na assessment from the perspective of contraception and pregnancy
Autor(es): Nogueira, Paula Sacha Frota
Orientador: Moura, Escolástica Rejane Ferreira
Palavras-chave: Hanseníase;Planejamento Familiar
Data do documento: 2011
Citação: NOGUEIRA, P. S. F. Hanseníase em mulheres: uma avaliação na perspectiva da anticoncepção e da gestação. 2011. 97 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.
Resumo: A hanseníase acomete, principalmente, pessoas jovens em plena capacidade reprodutiva, que necessitam de cuidados no campo da anticoncepção, uma vez que a gestação e a lactação podem agravar o quadro clínico de mulheres e representar riscos para o bebê. Estabeleceu-se como objetivos descrever o perfil reprodutivo e o perfil da hanseníase em um grupo de mulheres em idade fértil; conhecer a prática anticonceptiva do grupo pesquisado e sua adequabilidade com relação à presença da hanseníase; avaliar o conhecimento de mulheres com hanseníase sobre as particularidades do uso de Métodos Anticoncepcionais (MAC) relacionadas à patologia e sobre os riscos maternos e fetais associados à mesma; e verificar associação estatística entre o intervalo de tempo até o diagnóstico de hanseníase e o Grau de Incapacidade Física (GIF) apresentado pelas mulheres no momento do diagnóstico; surgimento do diagnóstico da hanseníase com o período da gravidez e/ou lactação e pós-parto imediato; e ser usuária de Anticoncepcional Hormonal Combinado e apresentar reação hansênica. Tratou-se de estudo avaliativo, transversal, realizado com 200 mulheres com hanseníase, em idade fértil, acompanhadas no Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia de Fortaleza-CE. Os dados foram coletados de março a outubro de 2011, por meio de entrevista e revisão de prontuários. Para avaliar o conhecimento foram utilizadas escalas Likert. Foi realizada análise estatística descritiva utilizando freqüência absoluta e relativa, média, desvio padrão e intervalo de confiança, e análise estatística bivariada, sendo as associações entre as variáveis categóricas verificadas por meio dos testes de Qui-Quadrado, Qui-Quadrado com correção de continuidade e Qui-Quadrado de tendência. Para todas as análises foram consideradas como estatisticamente significantes aquelas com p=0,05. O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do local do estudo, segundo Resolução nº 196/96, aprovado conforme protocolo 012/2011, e as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As mulheres apresentaram média de idade de 39 anos, predomínio de relacionamento com parceiro fixo, e renda per capita de R$ 170,74. Predominou a forma clínica dimorfa (86 – 43%), a poliquimioterapia multibacilar (111 – 55,5%) e o GIF zero no diagnóstico (160 – 80%). O surgimento e/ou diagnóstico de hanseníase durante a gravidez ou lactação dói afirmada por 50 (25%) mulheres, sendo que no período de fertilidade ótima (16 a 35 anos) foi afirmada por 31 (40,2%). Quanto à prática anticoncepcional, 163 (81,5%) mulheres usavam algum MAC, sendo os mais citados laqueadura (71 – 43,5%), o anticoncepcional oral combinado (41 – 25,1%) e o preservativo masculino (30 – 18,4%); 58 (35,3%) faziam uso de MAC contra-indicado para sua condição clínica. Predominou o nível de conhecimento limitado (114 – 57%) na avaliação sobre os riscos para o bebê, moderado (95 – 47,5%) na avaliação sobre os risco para a mãe, e limitado (107 – 53,5%) na avaliação sobre o uso de MAC seguros. Não foi encontrada associação estatística significante entre o tempo até o diagnóstico e o GIF (p=0,0461), entre surgimento dos sinais e sintomas da hanseníase ou diagnóstico com gestação/lactação, sendo os valores de p= 0,335 e 0,871, respectivamente; e entre o uso de MAC hormonal combinado e o surgimento ou diagnóstico de reação hansênica (p=0,156). Concluiu-se que mulheres com hanseníase necessitam de atenção anticoncepcional, com orientação eficaz para os MAC indicados para sua condição clínica, de modo a contribuir para o alcance do nível de conhecimento extenso. Apesar do estudo não ter revelado associação estatística significante entre gravidez/lactação com o surgimento/diagnóstico da hanseníase, a busca de casos suspeitos em consultas de pré-natal, especialmente em áreas hiperendêmicas, deve ser rotina na atenção básica.
Abstract: Leprosy affects mainly young people in their reproductive capacity, requiring care in the Field of contraception, as pregnancy and lactation may aggravate the clinical presentation of women and pose risks to the baby. The main objective was to describe the reproductive and leprosy profile in a group of women at childbearing age, to know the practice of contraceptive research group and the suitability for the presence of leprosy; to assess the knowledge of women with leprosy on the specifics of the use of Contraceptive Method (CM), and on maternal and fetal risks associated with it, and verifying statistical association between the interval until the diagnosis of leprosy and the Degree of Disability(DD) at diagnosis, onset/diagnosis of leprosy with the period of pregnancy/lactation and the immediate postpartum period, and be combined hormonal contraceptive user and present leprosy reaction. It was an evaluative study, cross-sectional, conducted with 220 women with leprosy at childbearing age, accompanied by the Center of Dermatology Dona Libânia, in Fortaleza, Ceará. Data were collected from March to October 2011, through interview and records review. To assess the knowledge Likert scales were used. Descriptive statistical analysis was performed using absolute and relative frequency, mean, standard deviation and confidence intervals, and bivariate statistical analysis, and the associations between categorical variables were verified by the chi-square, chi-square with continuity correction and chi square trend. For all tests were considered statistically significant p =0.05. The research was submitted to the Ethics Committee of Center of Dermatology Dona Libânia, according to Resolution nº196/96, approved according to the protocol 012/2011 and participants signed a consent form. Women had a mean age of 39 years, predominantly in stable relationships, and per capita income of R$ 170.74. Boderline clinical forms predominated (86 – 43%), multibacilary multidrug therapy (111 – 55.5%) and zero degree of disability at diagnosis (160 – 80%). The onset/diagnosis of leprosy during pregnancy/lactation was affirmed by 50 (25%) women, and in the period of optimum fertility (16 to 35 years) was affirmed by 31 (40.2%). As to the contraception’s practice 163 (81.5%) women used a CM, the most cited was tubal ligation (71 – 43.5%), the combined oral contraceptive (41 – 25.1%) and male condom (30 – 18.4%), and 58 (35.3%) women were using a contraindicated CM for their condition. Limited knowledge level was predominated (114 – 57%) in the assessment of risks to the baby, moderate (95% - 47.5%) in the assessment of risks to the mother, and limited (107 – 53.5%) in assessment of safe use of CM. There was no statistically significant association between time to diagnosis and DD (p = 0.0461) between appearance of signs and symptoms of leprosy diagnosis with pregnancy or lactation, the values of p= 0.335 and 0.871, respectively, and between the use of combined hormonal contraceptive and the onset/diagnosis of leprosy reaction (p = 0.156). It was concluded that women with leprosy requires contraceptive care with effective guidance for the CM indicated for their condition to contribute to achieving the level of extensive knowledge. Although the study doesn’t establish a statistically significant association between pregnancy/lactation with the onset/diagnosis of leprosy, the search for suspects in cases in prenatal consultations, especially in hyperendemic areas, should be a routine in primary care.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/6994
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