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Tipo: Dissertação
Título: "Aqui é onde o mundo acontece": periferias urbanas em pauta nas práticas de uma biblioteca comunitária livre
Título em inglês: "Here's where the world happens": urban peripheries on the agenda in the practices of a free community library
Autor(es): Silva, Dagualberto Barboza da
Orientador: Barros, João Paulo Pereira
Palavras-chave: Periferias;Territorialidades;Biblioteca comunitária;Re-existências;Pesquisa-inter(in)venção
Data do documento: 2022
Citação: SILVA, Dagualberto Barbosa da. “Aqui é onde o mundo acontece”: periferias urbanas em pauta nas práticas de uma biblioteca comunitária livre. Orientador: João Paulo Pereira Barros. 2022. 122 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2022.
Resumo: Nos últimos anos, uma multiplicidade de práticas culturais vem se fortalecendo em cotidianos de periferias de Fortaleza/CE, mobilizadas por articulações em torno da organização de saraus, produções audiovisuais, teatros de rua, rolezinhos, festivais de juventudes, reggaes, literaturas periférico-marginais e mediações de leitura. Entre essa profusão estão as práticas de bibliotecas comunitárias, que vêm atuando em aliança com coletivos juvenis ao produzirem arte, cultura e lazer de periferias para periferias. Para além de incidirem como lugares em que as pessoas têm acesso a livros, jogos e espaços para socialização, democratização e partilha da informação, as bibliotecas comunitárias têm sido importantes intercessoras das mais distintas práticas culturais. Isso tem possibilitado que as periferias sejam pautadas a partir da arte e da cultura, insurgindo- se contra as narrativas hegemônicas que as fixam como lócus de violência, padecimento e morte. Diante disso, objetivamos analisar de que modo periferias urbanas têm sido pautadas a partir de práticas realizadas por uma biblioteca comunitária de Fortaleza. Para dar conta desse objetivo, elencamos três objetivos específicos: 1) traçar um rizoma das práticas produzidas por uma biblioteca comunitária inserida em uma territorialidade periférica de Fortaleza; 2) discutir que deslocamentos a narrativas hegemônicas sobre periferias urbanas têm sido produzidos a partir das práticas dessa biblioteca e 3) problematizar como as invenções artísticas realizadas no âmbito da biblioteca se constituem como dispositivo de re-existência. No que concerne às articulações teóricas, partimos de estudos da Psicologia Social que têm se inclinado às temáticas que envolvem violências, territorialidades urbanas e noções de resistência/re-existência, tecendo conexões, entre outras, com estudos pós-estruturalistas e críticos à colonialidade. Metodologicamente, utilizamos uma proposta de abordagem qualitativa, especificamente a Pesquisa-Inter(in)venção. O local de pesquisa foi a Livro Livre Curió Biblioteca Comunitária, que, assim como outras bibliotecas de iniciativa popular, desponta no cenário das práticas culturais de Fortaleza como um potente espaço comunitário de promoção cultural, artística e política das e nas margens. As cenas e conversações criadas com esta pesquisa-inter(in)venção apontam que as práticas da Livro Livre Curió disputam e tensionam as fronteiras simbólicas e concretas que fragmentam a cidade; problematizam a romantização sobre a precarização da vida em contextos periféricos e inventam multiterritorialidades por meio de políticas da amizade ao pautarem as periferias urbanas a partir de vozes juvenis, LGBTQIA+, negras, mulheres e crianças. Além disso, essas práticas têm promovido desenquadramentos ao deslocarem-se de “enquadramentos coloniais”, que fixam periferias urbanas como “territórios de não ser”, e as (re)inventam ao pautarem-nas a partir das denúncias contra o que a colonialidade impõe historicamente, sem, no entanto, deixar de anunciá-las como multiterritorialidades do amor e do futuro.
Abstract: In recent years, a multiplicity of cultural practices have been strengthened in the daily lives of the periphery of Fortaleza/CE, mobilized by collective articulations around the organization of soirees, audiovisual productions, street theaters, rolezinhos, festivals, reggae, marginal literature and reading mediations. Among this profusion are the practices of community libraries, which have been working in alliance with youth collectives by proposing art, culture and leisure from periphery to periphery. In addition to being places where people have access to books, games and spaces for socialization, democratization and information sharing, community libraries have been important intercessors of the most distinct cultural practices. This has made it possible for the peripheries to be guided by art and culture, rebelling against hegemonic narratives that set them as a locus of violence, suffering and death. Therefore, we aim to analyze how urban peripheries have been guided by practices carried out by a community library in Fortaleza. To achieve this objective, we have listed three specific objectives, namely: 1) to trace a rhizome of the practices produced by a community library inserted in a peripheral territoriality of Fortaleza; 2) to discuss which shifts to hegemonic narratives about urban peripheries have been produced from the practices of this library and 3) to discuss how the artistic inventions carried out within the library are constituted as a device of re-existence. In relation to theoretical articulations, we start from studies of Social Psychology that have been inclined to themes that involve violence, urban territorialities and notions of resistance/re- existence, weaving connections, among others, with post-structuralist studies and critics of coloniality. Methodologically, we used a proposal for a qualitative approach, specifically the Research-Inter(in)vention. The research site was Livro Livre Curió Biblioteca Comunitário, which, like other libraries of popular initiative, has emerged in the scenario of cultural practices in Fortaleza as a powerful community space for cultural, artistic and political promotion of the margins. The scenes and conversations created from this research-inter(in)vention point out that the practices of Livro Livre Curió dispute and tension the symbolic and concrete borders that fragment the city; problematize the romanticization of the precariousness of life in peripheral contexts and invent multi-territorialities through friendship policies that guide urban peripheries through echoes of youth, LGBTQIA+, black, women and children voices. In addition, these practices have promoted disframing by moving away from “colonial frameworks”, which establish urban peripheries as “territories of not being”, and (re)invent them by guiding them from the denunciations against what coloniality imposes. historically, without, however, failing to announce them as multi-territorialities of love and the future.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/69882
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