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Tipo: Dissertação
Título: Análise clínica e de custos do tratamento de pacientes coinfectados com meningite criptocócica e HIV em um Hospital do Nordeste do Brasil
Autor(es): Freire, Claudevan Pereira
Orientador: Pires Neto, Roberto da Justa
Coorientador: Damasceno, Lisandra Serra
Palavras-chave: Meningite Criptocócica;HIV;Economia e Organizações de Saúde
Data do documento: 30-Mar-2021
Citação: FREIRE, C. P. Análise clínica e de custos do tratamento de pacientes coinfectados com meningite criptocócica e HIV em um Hospital do Nordeste do Brasil. 2021. 65 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/69626. Acesso em: 02 dez. 2022.
Resumo: Os indivíduos imunocomprometidos são mais susceptíveis a contrair infecções fúngicas. As micoses não são doenças oficialmente notificadas no Brasil, mas dados do Sistema de Infecções Hospitalares do SUS (SIH/SUS) mostram que 20367 indivíduos foram internados por infecções hospitalares no Brasil. A forma disseminada da doença dá-se quando há antígeno criptococo no soro e hemocultura fúngica em PVHA com CD4 ≤ 100 cels/µL. A coinfecção MC/HIV atinge 223 mil indivíduos com 180 mil mortes em todo o mundo. A terapia antirretroviral de alta eficácia melhora a clínica das PVHA além de reduzir os casos de criptococose que apresentou 6,8 mil casos na população brasileira (98,5% MC/HIV.) Tinta da China e a cultura do líquido cefalorraquidiano são os principais exames laboratoriais. Os guidelines internacionais recomendam dos esquemas de poliênico associada à 5-FC durante sete dias. Na Economia da Saúde os recursos financeiros geralmente são escassos e as necessidades são ilimitadas. Os custos são classificados em diretos, indiretos e intangíveis. O objetico desse estudo foi determinar os custos hospitalares de tipo direto em pacientes coinfectados com MC/HIV atendidos durante a fase de indução de MC em um hospital de referência em doenças infecciosas, na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil entre 2014 a 2018. Estudo retrospectivo do tipo coorte econômica com avaliação dos indivíduos que foram internados com MC/HI, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HSJ, segundo a Resolução do CNS 466/2012 V. Os pacientes foram divididos em dois grupos. Pesquisa composta por 60 indivíduos. O sexo masculino foi predominante em 81,6%, dos quais 69,9% entre 35-44 anos com 55% oriundos da capital ou região metropolitana. Esses dados refletem um cenário comum da Saúde Pública entre as PVHA, em que a população masculina é vulnerável à infecção pelo HIV. Houve crescimento de C. neoformans em 41 amostras de LCR. A mediana de linfócitos T-CD4+ foi de 44 cel/mm3 (IIQ=18-112) e a mediana de carga viral do HIV foi de 35.319 cópias/uL (IIQ=1.413-246.155). As hospitalizações ocorreram naqueles que desenvolvem a forma grave da doença e apresentam maus parâmetros de CD4 e alta carga viral. 65% estavam em uso de TARV com tempo médio de infecção pelo HIV de 31,9 meses. A média de creatinina no sexo masculino foi de 1,41mg/dL (0,6-5,4 mg/dL), e no sexo feminino foi de 1,55 mg/dL (0,7-2,3 mg/dL). Em 33,3% dos pacientes, d-AmB foi substituída por formulações lipídicas. 62,9% continuaram o tratamento para as fases seguintes do tratamento, 34,3% evoluíram a óbito. Houve maior proporção vivos e mortos entre os pacientes do grupo 1, do que naqueles do grupo 2 porém sem significância estatística. O tempo total mais prevalente foi 18 dias com d-AmB, 6,5 dias com l-AmB e 11 dias com ABCL. A indisponibilidade de flucitosina no mercado brasileiro faz com muitos pacientes passem mais de 14 dias na fase de indução. O grupo 1 (d-AmB + fluconazol) teve 66,7% dos pacientes e o grupo 2 (lAmB/ABLC + fluconazol) em 33,3%. A sobrevida foi semelhante entre os indivíduos do grupo 1 e os do grupo 2 (118,6 dias e 74,5 dias), respectivamente durante 30 dias. Creatininas elevadas indicaram 52% mais chance de ir a óbito durante o internamento. O grupo 1 custou, em média, R$ 86,9 mil e o grupo 2, R$ 111,4 mil, pois alguns individuos mecessitaram de cuidados em terapia intensiva e 11,86% passaram por processo de hemodiálise. O preço/miligrama de ABLC é barato do que o de l-AmB, embora requeira administração de medicamentos pré-infusionais. Os principais órgãos de saúde mundiais confirmam que as doenças fúngicas são um problema global de Saúde Pública. A criptococose é a principal infecção fúngica com altos índices de mortalidade em todo o mundo, em especial, na coinfecção MC/HIV. O protocolo nacional de criptococose deve ser revisto pelas Políticas Públicas em Saúde baseado em artigos e guidelines internacionais.
Abstract: Immunocompromised individuals are more susceptible to be infected by fungal infections. Mycoses are not officially notified diseases in Brazil, but data from the Sistema de Infecções Hospitalares do SUS (SIH/SUS) show that 20367 individuals were hospitalized for hospital infections in Brazil. The disease disseminated form occurs when there is a cryptococcal antigen in the serum and fungal blood culture in people with CD4 ≤ 100 cells / µL. Cryptococcal meningitis/HIV co-infection affects 223,000 individuals with 180,000 deaths worldwide. Highly Active Antiretroviral Therapy improves the people living HIV/aids clinical condition, in addition to reducing the cases of cryptococcosis that presented 6,800 cases in the Brazilian population (98.5% CM/HIV.) Chinese link and cerebrospinal fluid culture are the main ones laboratory tests. International guidelines recommend the polyenic schemes associated with 5-FC for seven days. In Health Economics, financial resources are generally scarce and needs are limitless. Costs are classified as direct, indirect and intangible. The aim of this study was to determine direct hospital costs in patients coinfected with CM / HIV treated during the phase of induction of CM in a referral hospital for infectious diseases, at Fortaleza, Ceará, Brazil between 2014 to 2018. Retrospective study of the economic cohort type with evaluation of individuals who were hospitalized with CM/HIV, approved by the HSJ Research Ethics Committee, according to CNS Resolution 466/2012. Patients were divided into two groups. Research composed of 60 individuals. Male gender was predominant in 81.6%, of which 69.9% between 35-44 years old with 55% coming from the capital or metropolitan region. These data reflect a common Public Health scenario among people living HIV/aids, in which the male population is vulnerable to HIV infection. There was growth of C.neoformans in 41 CSF samples. The median T-CD4 + lymphocytes was 44 cells / mm3 (IIQ = 18-112) and the median HIV viral load was 35,319 copies / uL (IIQ = 1,413 - 246,155). Hospitalizations occurred in those who develop the severe form of the disease and have poor CD4 parameters and high viral load. 65% were using ART with an average HIV infection time of 31.9 months. The mean creatinine in males was 1.41mg / dL (0.6-5.4 mg / dL), and in females it was 1.55 mg / dL (0.7-2.3 mg / dL ). In 33.3% of patients, d-AmB was replaced by lipid formulations. 62.9% continued treatment for the next stages of treatment, 34.3% died. There was a higher proportion alive and dead among patients in group 1, than in those in group 2, but no statistical significance. The most revalent total time was 18 days with d-AmB, 6.5 days with l-AmB and 11 days with ABCL. The unavailability of flucytosine in Brazilian market causes treatments more than 14 days in induction phase. Group 1 (d-AmB + fluconazole) had 66.7% of patients and group 2 (1-AmB / ABLC + fluconazole) in 33.3%. Survival was similar between individuals in group 1 and those in group 2 (118.6 days and 74.5 days), respectively for 30 days. Elevated creatinines indicated 52% more chance of dying during hospitalization. Group 1 cost, on average, R$ 86.9 thousand and group 2, R$ 111.4 thousand, as some individuals needed intensive care and 11.86% underwent hemodialysis. The price / milligram of ABLC is cheaper than that of l-AmB, although it requires administration of pre-infusion drugs. The main global health agencies confirm that fungal diseases are a world Public Health problem. Cryptococcosis is the main fungal infection with high mortality rates worldwide, especially in CM/HIV co-infections. The national protocol for cryptococcosis should be reviewed by Public Health Policies based on international scientific article and guidelines. Health decision makers need to review the allocation of available resources to optimize the treatment of systemic mycoses.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/69626
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