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Tipo: Tese
Título: Psicose e autismo na infância: uma abordagem psicanalítica do diagnóstico diferencial a partir do corpo e da linguagem
Título em inglês: Psychosis and autism in childhood: a psychoanalytic approach to differential diagnosis based on body and language
Autor(es): Campos, Renata Carvalho
Orientador: Martins, Karla Patrícia Holanda
Palavras-chave: Clínica psicanalítica;Diagnósticos;Infância;Autismo;Psicose;Corpo;Linguagem
Data do documento: 2022
Citação: CAMPOS, Renata Carvalho. Psicose e autismo na infância: uma abordagem psicanalítica do diagnóstico diferencial a partir do corpo e da linguagem. Orientadora: Karla Patrícia Holanda Martins. 2022. 193 f. Tese (Doutorado em Psicologia) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2022.
Resumo: O psicanalista inserido no contexto da saúde mental infantil se depara com quadros clínicos que constituem verdadeiros desafios, no que tange à formulação do diagnóstico e à direção do tratamento. Esse fato é particularmente relevante quando se trata das psicoses infantis e do autismo, tendo em vista sua origem muito precoce e a labilidade da estruturação psíquica na infância. Na clínica psiquiátrica atual, o termo TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) condensa sob essa nomenclatura os dois tipos clínicos, situando o autismo como aquilo que anteriormente era nomeado de psicose infantil. Já para a psicanálise, não há essa equivalência entre os dois quadros. Permanece no movimento psicanalítico a discussão sobre o mecanismo de defesa envolvido no autismo e o debate sobre sua inclusão ou não numa quarta estrutura. Na infância, as psicoses infantis apresentam-se de modo multifacetado, com sintomas variados, semelhantes aos do autismo, o que produz uma verdadeira confusão diagnóstica, sobretudo se sua formulação se dá a partir dos fenômenos. A sintomatologia associada a esses quadros varia desde um atraso no desenvolvimento, dificuldade de aprendizagem, até agitação psicomotora, estereotipias, distúrbios de linguagem, agressividade e alucinações. Um cenário que leva a alguns questionamentos como, por exemplo: o que exatamente é psicótico na criança? Do que se trata quando se fala em autismo (ou TEA) na atualidade? Como precisar melhor esses casos considerados atípicos que não se apresentam como o autismo clássico, mas nem sempre são configurados como psicose? Como situar um diagnóstico a partir das diferenças estruturais, tal como propõe a psicanálise, enfatizando uma abordagem do corpo e da linguagem? A psicanálise que não define o diagnóstico pelos sintomas e sim por traços estruturais e pela transferência, pode contribuir com essa discussão, e essa é a proposta da pesquisa, ou seja, situar a diferenciação psicose/autismo, a partir de uma compreensão clínica que considere a estruturação psíquica do sujeito e as implicações no corpo e na linguagem. É importante destacar, ainda, o aporte teórico lacaniano, sobretudo, suas considerações acerca de uma clínica orientada para o real e na qual o corpo adquire primazia. Corpo e linguagem constituem, portanto, dois eixos centrais da pesquisa, uma vez que compõem o substrato sobre o qual é realizado o tratamento psicanalítico com crianças. A investigação tem como método a pesquisa bibliográfica e o estudo de casos clínicos atendidos pela pesquisadora, que ilustram os impasses relativos à definição diagnóstica. Pretende-se compreender as especificidades dos dois quadros, para além da sintomatologia apresentada pelas crianças. Espera-se com essa pesquisa contribuir para a identificação mais adequada dos dois diagnósticos, possibilitando melhores intervenções, além de problematizar o suposto aumento de casos diagnosticados como autismo na atualidade em detrimento dos de psicose na infância, sobretudo, de esquizofrenia.
Abstract: The psychoanalyst inserted in the context of child mental health is faced with clinical conditions that constitute real challenges regarding the formulation of the diagnosis and the direction of the treatment. This fact is particularly relevant when it comes to childhood psychoses and autism, given their very early origin and the lability of psychic structuring in childhood. In the current psychiatric clinic, the term ASD (Autism Spectrum Disorder) condenses the two clinical types under this nomenclature, placing autism as what was previously called childhood psychosis. As for psychoanalysis, there is no such equivalence between the two frameworks. he discussion about the defense mechanism involved in autism and the debate about its inclusion or not in a fourth structure remains in the psychoanalytic movement. In childhood, childhood psychoses present themselves in a multifaceted way, with varied symptoms, similar to those of autism, which produces a real diagnostic confusion, especially if its formulation is based on the phenomena. The symptoms associated with these conditions range from developmental delay, learning difficulties, to psychomotor agitation, stereotypies, language disorders, aggression and hallucinations. A scenario that leads to some questions, such as: what exactly is psychotic in children? What is it about when we talk about autism (or ASD) today? How can we better specify these cases considered atypical that do not present themselves as classic autism, but are not always configured as psychosis? How to situate a diagnosis based on structural differences, as proposed by psychoanalysis, emphasizing an approach to the body and language? Psychoanalysis, which does not define the diagnosis by symptoms, but by structural traits and transference, can contribute to this discussion, and this is the research proposal, that is, to situate the psychosis/autism differentiation, from a clinical understanding that considers the psychic structuring of the subject and the implications for the body and language. It is also important to highlight the Lacanian theoretical contribution, above all, his considerations about a clinic oriented to the real and in which the body acquires primacy. Body and language constitute, therefore, two central axes of the research, since they compose the substrate on which the psychoanalytic treatment with children is carried out. The investigation's method is bibliographic research and the study of clinical cases attended by the researcher, which illustrate the impasses related to the diagnostic definition. It is intended to understand the specificities of the two conditions beyond the symptoms presented by the children. It is hoped that this research will contribute to the more adequate identification of the two diagnoses, enabling better interventions, in addition to problematizing the supposed increase in cases diagnosed as autism today to the detriment of childhood psychosis, especially schizophrenia.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/69359
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