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Tipo: Dissertação
Título: Funcionalidade de mulheres com incontinência urinária na pré e pós menopausa
Autor(es): Rocha, Rebeca de Oliveira
Orientador: Moreira, Mayle Andrade
Coorientador: Nascimento, Simony Lira do
Palavras-chave: Climatério;Menopausa;Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde;Saúde da Mulher;Incontinência Urinária
Data do documento: 15-Jul-2022
Citação: ROCHA, Rebeca de Oliveira. Funcionalidade de mulheres com incontinência urinária na pré e pós menopausa. 2022. Dissertação (Mestrado em Fisioterapia e Funcionalidade) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2022. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/67809. Acesso em: 23/08/2022.
Resumo: O climatério é o período da vida da mulher caracterizado por alterações metabólicas e hormonais, marcado pela menopausa, e pode ser dividido em diferentes estágios menopausais: pré, peri e pós menopausa. A diminuição hormonal associada a alterações musculares contribui para o aparecimento da incontinência urinária (IU). Estas alterações podem repercutir em problemas de ordem física, social, psicológica, ocupacional e sexual, afetando também a funcionalidade dessas mulheres. A avaliação adequada da funcionalidade nesta fase visa a identificação das repercussões em diferentes domínios de vida e possibilita o direcionamento de estratégias preventivas. Existem estudos abordando desfechos negativos em saúde, como o déficit de força, em mulheres na pós-menopausa, mas não se sabe sobre a associação do estágio menopausal com a funcionalidade em mulheres com IU na fase do climatério. Assim sendo, o presente estudo tem como objetivos avaliar a funcionalidade, considerando seus domínios de vida, nesta população e analisar a associação entre estágio menopausal e funcionalidade em mulheres com IU na fase do climatério. Trata-se de um estudo transversal realizado com mulheres com IU a partir de 40 anos, atendidas na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), na cidade de Fortaleza, entre março de 2020 a abril de 2022. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário com dados sociodemográficos, medidas antropométricas, histórico uroginecológico e obstétrico, e a classificação do estágio menopausal (STRAW). Posteriormente, as mulheres responderam os seguintes instrumentos: World Health Disability Assessment Schedule 2.0 (WHODAS 2.0), Menopausa Rating Scale (MRS), Incontinence Severity Index (ISI), Pelvic Floor Impact Questionnaire-7 (PFIQ- 7) e, por fim, realizaram os testes sentar-levantar da cadeira e força de preensão. Para a análise estatística foram utilizados o teste Mann-Whitney, a Correlação de Spearman e a regressão linear múltipla, considerando o nível de significância de 5%. Foram avaliadas 113 mulheres com média de 54,5 (9,7) anos, estando 44 (38,9%) na pré-menopausa e 69 (61,1%) na pós-menopausa. Foi observada média de 18,6 pontos no MRS, 15,09 no WHODAS e 55% das mulheres apresentavam IU mista. No modelo de regressão linear múltipla, após ajuste pelas covariáveis, observamos que não houve associação do estágio menopausal com a funcionalidade (p > 0,05). Entretanto, observamos que as covariáveis sintomas climatéricos (MRS) (p = 0,04) e impacto dos sintomas da IU nas atividades e participação (PFIQ-7) (p < 0,001) estão associados à funcionalidade (WHODAS total). Embora na literatura existam estudos mostrando mais desfechos negativos relacionados à redução hormonal e maior prevalência de IU em mulheres na pós-menopausa, ao considerarmos o WHODAS, que avalia a funcionalidade e incapacidade, não observamos associação com o estágio menopausal. O grupo pós-menopausa apresentou piores valores absolutos nos domínios cognição, autocuidado e relações interpessoais. Enquanto o grupo pré-menopausa apresentou piores escores em mobilidade, atividades de vida e participação. Com isso entendemos que durante o período do climatério pode existir a necessidade de observamos os impactos em diferentes domínios de vida. Não houve associação entre o estágio menopausal e o nível de funcionalidade e incapacidade em mulheres com incontinência urinária. Outros fatores, como os sintomas climatéricos e o impacto dos sintomas da IU podem interferir na funcionalidade. Os resultados apresentados propiciam a elaboração de estratégias de prevenção e tratamento, na atenção à saúde da mulher com IU no período do climatério, com base no melhor entendimento da funcionalidade nesta população.
Abstract: Climacteric is the period of a woman's life characterized by metabolic and hormonal changes, marked by menopause, and can be divided into different menopausal stages: pre, peri, and post-menopause. The hormonal decrease associated with muscle changes contributes to urinary incontinence (UI). These changes can affect physical, social, psychological, occupational, and sexual problems, affecting these women's functioning. The adequate assessment of functioning at this stage aims to identify the repercussions in different domains of life and enables the targeting of preventive strategies. Current studies address adverse health outcomes in postmenopausal women, such as strength deficit. However, the association of the menopausal stage with functioning in women with UI in the climacteric phase is unknown. Therefore, the present study aims to evaluate functioning in this population, considering its domains of life, and to analyze the association between the menopausal stage and functioning in women with UI in the climacteric phase. This work is a cross-sectional study carried out with women with UI from 40 years old, attended at the Maternity School Assis Chateaubriand (MEAC), in Fortaleza city, between March 2020 and April 2022. Data collection was carried out through a questionnaire with sociodemographic data, anthropometric measurements, urogynecological and obstetrical history, and the classification of the menopausal stage (STRAW). Subsequently, the women answered the following instruments: World Health Disability Assessment Schedule 2.0 (WHODAS 2.0), Menopause Rating Scale (MRS), Incontinence Severity Index (ISI), Pelvic Floor Impact Questionnaire-7 (PFIQ-7), and, finally, performed the sit-stand and grip strength tests. The Mann-Whitney test, the Spearman correlation, and multiple linear regression were used for the statistical analysis, considering a significance level of 5%. A total of 113 women with an average age of 54.5 (9.7) years were evaluated, 44 (38.9%) were premenopausal, and 69 (61.1%) were postmenopausal. A mean of 18.6 points was observed in the MRS, 15.09 in the WHODAS, and 55% of the women had mixed UI. In the multiple linear regression model, after adjusting for covariates, we observed no association between the menopausal stage and functioning (p > 0.05). However, we observed that the covariates climacteric symptoms (MRS) (p = 0.04) and impact of UI symptoms on activities and participation (PFIQ-7) (p < 0.001) are associated with functioning (WHODAS total). Although published studies show more negative outcomes related to hormone reduction and a higher prevalence of UI in postmenopausal women, when considering the WHODAS, which assesses functioning and disability, we did not observe an association with the menopausal stage. The postmenopausal group had the worst absolute values in the cognition, self-care, and interpersonal relationships domains. In contrast, the premenopausal group had worse scores in mobility, life activities, and participation. With this, we understand that during the climacteric period, there may be a need to observe the impacts in different domains of life. There was no association between the menopausal stage and level of functioning and disability in women with urinary incontinence. Other factors such as climacteric symptoms and the impact of UI symptoms can interfere with functioning. The results presented here allow for the elaboration of prevention and treatment strategies in the health care of women with UI during the climacteric period, based on a better understanding of functioning in this population.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/67809
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