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Type: Dissertação
Title: Mulheres na ciência: uma avaliação das políticas públicas de apoio à maternidade implementadas no âmbito da pós-graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Authors: Rocha, Mírian Narjara Pires
Advisor: Cruz, Danielle Maia
Keywords: Avaliação;Políticas públicas;Gênero;Carreira científica;Maternidade na pós-graduação;Evaluation;Public policy;Gender;Scientific career;Motherhood in postgraduate studies
Issue Date: 2022
Citation: ROCHA, Mírian Narjara Pires. Mulheres na ciência: uma avaliação das políticas públicas de apoio à maternidade implementadas no âmbito da pós-graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC). Orientadora: Danielle Maia Cruz. 2022. 188 f. Dissertação (Mestrado em Avaliação de Políticas Públicas ) – Mestrado Profissional em Avaliação de Políticas Públicas, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2022.
Abstract in Brazilian Portuguese: A análise histórica da maternidade revela essa experiência como uma construção social (BEAUVOIR, 2019; BADINTER, 1985). Além disso, diversos atravessamentos configuram distintas formas de vivê-la, com destaque para marcadores como raça, etnia e classe (AKOTIRENE, 2019; CRENSHAW, 1989; DAVIS, 1982; GONZALEZ, 2020; hooks, 2015). Movimentos feministas, sobretudo a partir da segunda onda, foram essenciais para problematizar a maternidade e negar o inatismo atribuído a ela. A condição da mulher na sociedade precisa considerar os significados atribuídos à maternidade, principalmente, no que diz respeito a pressões sociais e produção de desigualdades. Relacionado a isso, a divisão sexual do trabalho, diretamente relacionada com o advento do capitalismo (FEDERICI, 2004), produziu severas desvantagens para as mulheres ao longo dos séculos e até hoje as sobrecarrega. Essas problemáticas reverberam no fazer científico e nas instituições universitárias. O campo da ciência reproduz desigualdades de gênero e, por isso, coletivos de mulheres cientistas brasileiras vêm pressionando o poder público por políticas públicas que apoiem mulheres que se tornam mães quando elas ainda estão no processo de formação universitária. Contudo, ainda são poucas as garantias conquistadas no que diz respeito às políticas públicas de apoio à maternidade. Considerando esse cenário, a presente pesquisa avaliativa se situa no campo da avaliação das políticas públicas. O objetivo foi o de avaliar as políticas públicas de apoio à maternidade, implementadas no âmbito da pós-graduação da UFC, verificando iniciativas, estrutura e direitos garantidos ou não pela instituição e os desdobramentos disso na trajetória acadêmica das estudantes pós-graduandas mães. Para realização deste estudo, a abordagem avaliativa utilizada foi a Avaliação em Profundidade, que pressupõe a avaliação como produção de conhecimento. Além disso, essa abordagem possibilita um caráter interdisciplinar e multidimensional exigido na avaliação de tais políticas (RODRIGUES, 2008, 2019; GUSSI, 2008, 2015, 2016 e 2019; GONÇALVES, 2008). Nesse tipo de avaliação, a compreensão da subjetividade dos sujeitos ganha força e são considerados elementos como contexto e historicidade em processo, que extrapolam a dimensão apenas técnica. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa tem natureza qualitativa e contou com o desenvolvimento de análises documental e bibliográfica, além de entrevistas em profundidade com 17 mulheres estudantes e ex-estudantes, de oito programas de pós-graduação da UFC, entre mestrado e doutorado, com idades entre 26 e 39 anos, sendo uma negra, uma indígena, sete pardas e oito brancas. Além disso, foram entrevistados sete coordenadores de pós-graduação, 3 mulheres e 4 homens, além de um gestor e uma ex-gestora da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UFC. Percebeu-se ao longo do estudo, a necessidade de melhorias nas políticas existentes, mas principalmente a falta de iniciativas no quesito apoio à maternidade, tanto a nível local como federal. O principal resultado do trabalho foi uma proposta com 18 indicadores qualitativos, divididos em três esferas: econômica, social e institucional. Espera-se, com isso, que sejam implantadas melhorias nas políticas existentes, que as lacunas possam ser supridas e que o conhecimento gerado colabore com o enfrentamento das desigualdades de gênero, pelo menos, no ambiente acadêmico.
Abstract: The historical analysis of motherhood reveals this experience as a social construction (BEAUVOIR, 2019; BADINTER, 1985). Moreover, several interferences set up various forms of going through it, with emphasis to aspects such as race, ethnicity, and social class (AKOTIRENE, 2019; CRENSHAW, 1989; DAVIS, 1982; GONZALEZ, 2020; hooks, 2015). Feminist movements, especially starting from the second wave onwards, were essencial for problematizing motherhood and denying the inatism attributed to it. Women' status in society must consider the meanings attributed to motherhood, especially when it comes to the social pressure and the production of inequalities. Related to it, the sexual division of work, strictly related to the advent of capitalism (FEDERICI, 2004), produced severe disadvantages to women throughout the centuries, which until nowadays overload them. These problematics reverberate into scientific production and universities. The science field reproduces gender inequalities, hence collectives of Brazilian female scientists have been pressuring public authorities to implement public policies that support women who become mothers when they're still in the process of university graduation. However, the gained guarantees are still few when it comes to, as we call in this work, public policies in support of motherhood. Considering this scenario, this evaluative research is positioned in the field of public policies evaluation. The aim was to evaluate the public policies in support of motherhood, implemented within the scope of post-graduation at UFC, checking initiatives, structure and rights guaranteed or not by the institution and its unfolding in the journeys of post-graduate student mothers. In order to execute this study, the evaluative approach used was the In-Depth Examination, which presupposes the evaluation as production of knowledge. Besides, this approach enables an interdisciplinary and multidimensional character required in the evaluation of such policies (RODRIGUES, 2008, 2019; GUSSI, 2008, 2015, 2016 e 2019; GONÇALVES, 2008). In this type of evaluation, the understanding of the subjectivity of the subjects gains strength, and elements such as context and in process historicity are considered, which go beyond the purely technical dimension. From a methodological point of view, the research has a qualitative nature and included the development of documental and bibliographic analysis, plus in-depth interviews with 17 female students and alumni from eight post-graduation programs at UFC, among master's and doctoral degrees, aged between 26 to 39 years old, one black, one indigenous, seven brown and eight white. In addition, seven graduate coordinators, 3 women and 4 men, were interviewed, as well as a manager and a former manager of the Research and Postgraduate Dean's Office at UFC. It was noticed throughout the study, the need for improvements in existing policies, but mainly the lack of initiatives in the area of maternity support, both at local and federal levels. The main result of the work was a proposal with 18 qualitative indicators, divided into three spheres: economic, social and institutional. It is hoped, therefore, that improvements will be implemented in existing policies, that gaps will be filled and that the knowledge generated will collaborate with the confrontation against gender inequalities, at least in the academic environment.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/67673
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