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Tipo: Resumo
Título: O discurso religioso como aprisionamento: uma análise do sermão vigésimo sétimo do rosário, de padre Antônio Vieira
Autor(es): Maia, Matheus Tomaz
Souza, Francisco Elton Martins de
Serafim, Monica de Souza
Palavras-chave: Literatura colonial;Quinhentismo no Brasil;Padre Antônio Vieira
Data do documento: 2021
Citação: MAIA, Matheus Tomaz; SOUZA, Francisco Elton Martins de; SERAFIM, Monica de Souza. O discurso religioso como aprisionamento: uma análise do sermão vigésimo sétimo do rosário, de padre Antônio Vieira. Revista Encontros Universitários da UFC, Fortaleza, v. 6, n. 7, p. 4337, 2021. (Encontro de Experiências Estudantis, 14)
Resumo: O objetivo deste trabalho é tecer uma experiência de leitura do Sermão Vigésimo Sétimo do Rosário, de padre Antônio Vieira, estudado na disciplina Literatura Portuguesa I do Curso de Letras Diurno da Universidade Federal do Ceará. Nesse sermão, o padre procurou desenvolver uma justificativa à escravidão negra, pois, para ele, se toda obra de Deus é boa, Ele jamais permitiria que algo injusto acontecesse a seus filhos. O padre, inclusive, argumentava que diversos fatores poderiam ter corroborado para a não concretização da chegada desses povos africanos trazidos para o Brasil, como a direção dos ventos não ter favorecido a chegada do navio negreiro até as nossas terras – o que não aconteceu. Por isso, o religioso propaga a ideia de que não cabia a nós questionarmos os propósitos de Deus. Esse último raciocínio era considerado por padre Vieira como a resposta à aparente incongruência do princípio da universalidade cristã com a escravidão dos povos africanos: para ele, isso acontecia, na verdade, porque os escravizados faziam parte da providência divina – tudo era parte do plano perfeito de Deus e suas almas seriam recompensadas no céu por tudo o que tivessem sofrido na Terra. Também é do padre Antônio Vieira a ideia de que uma pessoa poderia ser escrava em sua dimensão corpórea, porém ela continuaria sempre sendo livre em sua alma, desde que não praticasse e alimentasse o pecado. Contudo, com o raciocínio dialético que Vieira nos apresentou, ele apenas desviou o foco do real problema, não conseguindo responder à pergunta que, de fato, ainda é inerente à solução encontrada por ele: se todos são iguais aos olhos de Deus (princípio da universalidade), por que o sofrimento, nesse caso a escravidão dos negros, não é aplicada igualmente a todos os outros seres humanos? Além disso, que direito esse homem branco europeu tem de escravizar os povos africanos? Essas e outras questões não foram respondidas pelo sacerdote.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/62937
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
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