Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/61814
Tipo: Tese
Título: Aprimoramento das condições operacionais para a síntese de oligossacarídeos por Β-Galactosidase de Kluyveromyces lactis a partir de soro de leite
Autor(es): Silva, Natan Câmara Gomes e
Orientador: Rocha, Maria Valderez Ponte
Coorientador: Gonçalves, Luciana Rocha Barros
Palavras-chave: Oligossacarídeos;Lactulose;Soro de leite;β-galactosidase;Kluyveromyces lactis;Imobilização enzimática
Data do documento: 2021
Citação: SILVA, Natan Câmara Gomes e. Aprimoramento das condições operacionais para a síntese de oligossacarídeos por Β-galactosidase de Kluyveromyces lactis a partir de soro de leite. 2021.188f. Tese (Doutorado em Engenharia Química) – Universiade Federal do Ceará, Centro de Tencologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Fortaleza, 2021.
Resumo: Alimentos funcionais podem ser definidos como compostos benéficos ao organismo humano e que podem atuar na prevenção de determinadas doenças crônicas. Um dos principais compostos, são os oligossacarídeos, destacando-se a lactulose. Esse composto possui características benéficas ao organismo humano, contribuindo para o tratamento e a prevenção de doenças relacionadas ao trato gastrointestinal. Já existem formas de obtenção a partir de vias bioquímicas, que possibilitam o uso de substratos não puros, como por exemplo, subprodutos ou resíduos industriais, encaixando-se aqui o soro de leite, o qual é um subproduto da indústria de lacticínios com baixo custo e alto potencial para o uso nesse tipo de processo. Neste contexto, o presente estudo objetivou avaliar diferentes condições operacionais para aprimorar a produção de oligossacarídeos por β-galactosidase de Kluyveromyces lactis imobilizada em quitosana, utilizando o soro de leite como substrato. A imobilização enzimática em quitosana foi feita seguindo um protocolo de ativação com glutaraldeído 0,8 % (v/v). Os resultados mostraram que a melhor carga de proteína usada na imobilização foi de 7 mg/g, obtendo-se um biocatalisador com atividade de 44,29 ± 0,95 U/g. Também se determinou a atividade de transgalactosilação da enzima, a qual foi de 56.837 ± 487,32 Ulactulose/genzima. Na produção da lactulose e/ou de oligossacarídeos, com reagentes puros, avaliou-se o efeito da razão inicial de substrato lactose:frutose e a melhor proporção avaliada foi de 1:2, para ambas as formas do catalisador, livre ou imobilizada. O percentual de hidrólise da lactose foi de 96,02 % e 97,86 %; 15,51 g/L e 13,20 g/L de lactulose produzida e um rendimento de produção de lactulose de 0,20 e 0,21 glactulose/glactose, usando enzima livre e imobilizada, respectivamente. Os estudos com soro de leite mostraram que os melhores resultados foram obtidos também na razão de 1:2 de lactose:frutose. Os percentuais de hidrólise foram de 95,39 % e 96,56 %; 20,77 g/L e 9,01 g/L de lactulose produzida com rendimentos de 0,33 e 0,14 glactulose/glactose, respectivamente nos estudos com enzima livre e imobilizada. Além desses estudos, foram realizados processos que envolveram a incubação prévia do biocatalisador à temperatura de reação e na presença dos componentes do meio reacional. Uma prévia incubação do biocatalisador à temperatura de 50 °C foi positiva para o processo quando foram utilizadas temperaturas inferiores à ótima na reação, ocorrendo um aumento de 40,74 % e de 26 % na produção de lactulose quando o processo foi conduzido a 25 °C e 37 °C, respectivamente. Em relação à incubação enzimática em meios com os substratos, houve uma melhora nos níveis de lactulose produzida à 25 °C, quando o biocatalisador foi incubado em tampão e em lactose. Estabelecidas as melhores condições, buscou-se uma proposta de integração de processos, utilizando-se diferentes configurações operacionais e outros biocatalisadores, como a glicose-isomerase de S. murinus. Utilizou-se reatores batelada, seguindo diferentes esquemas reacionais. Os resultados mostraram-se inferiores ao esperado, mas ainda assim foram produzidos oligossacarídeos, como a lactulose (1,24 g/L) e a rafinose (3,16 g/L). As etapas de hidrólise foram eficientes, indicando a necessidade de se partir para novas estratégias operacionais, a fim de se otimizar a integração dos processos. Assim, estudos iniciais em reatores de leito fixo (utilizando reagentes puros) foram realizados e os percentuais hidrolíticos obtidos nos processos contínuos foram de 96%, com uma produção de glicose e de galactose de 41,64 e 42,14 g/L, respectivamente, obtidas após o processo entrar no estado estacionário, com poucas variações de concentração após 3,5 horas de reação no leito. Avaliou-se também o processo de isomerização da glicose liberada, por glicose-isomerase de S. murinus. Os estudos de isomerização em reator de leito fixo, usando glicose pura e soro de leite hidrolisado, também se mostraram eficientes, produzindo uma concentração de frutose de aproximadamente 46,13 g/L e 35,19 g/L, respectivamente, após entrada no estado estacionário. Além desses estudos, avaliou-se a redução da carga proteica no processo de imobilização, a fim de se reduzir efeitos de uma possível hidrólise reversa dos produtos formados, mostrando que essa redução melhorou os níveis de produção da lactulose, bem como da rafinose. Os resultados obtidos indicam o início de um processo promissor para o uso de um subproduto industrial para obtenção de compostos com maior valor agregado.
Abstract: Functional foods can be defined as beneficial compounds to the human body and that can act in the prevention of certain chronic diseases. One of the main compounds are the oligosaccharides, especially lactulose. This compound has beneficial characteristics to the human body, contributing to the treatment and prevention of diseases related to the gastrointestinal tract. There are already ways of obtaining it from biochemical pathways, which allow the use of non-pure substrates, such as by-products or industrial waste, including whey, which is a low-cost by-product of the dairy industry and high potential for use in this type of process. In this context, the present study aimed to evaluate different operational conditions to improve the production of oligosaccharides by β-galactosidase from Kluyveromyces lactis immobilized on chitosan, using whey as a substrate. Enzymatic immobilization in chitosan was performed following an activation protocol with 0.8% glutaraldehyde (v/v). The results showed that the best load of protein used in the immobilization was 7 mg/g, resulting in a biocatalyst with an activity of 44.29 ± 0.95 U/g. The transgalactosylation activity of the enzyme was also determined, which was 56,837 ± 487.32 Ulactulose/genzyme. In the production of lactulose and/or oligosaccharides, with pure reagents, the effect of the initial substrate lactose:fructose ratio was evaluated and the best ratio evaluated was 1:2 for both forms of catalyst, free or immobilized. The percentage of lactose hydrolysis was 96.02% and 97.86%; 15.51 g/L and 13.20 g/L of lactulose produced and a lactulose production yield of 0.20 and 0.21 glactulose/glactose, using free and immobilized enzyme, respectively. The studies with whey showed that the best results were also obtained in the 1:2 ratio of lactose:fructose. The hydrolysis percentages were 95.39% and 96.56%; 20.77 g/L and 9.01 g/L of lactulose produced with yields of 0.33 and 0.14 glactulose/glactose, respectively in studies with free and immobilized enzymes. In addition to these studies, processes were carried out that involved the previous incubation of the biocatalyst at the reaction temperature and in the presence of the components of the reaction medium. A previous incubation of the biocatalyst at a temperature of 50°C was positive for the process when temperatures below the optimal reaction were used, with an increase of 40.74% and 26% in lactulose production when the process was conducted at 25°C and 37°C, respectively. Regarding the enzymatic incubation in media with the substrates, there was an improvement in the levels of lactulose produced at 25°C, when the biocatalyst was incubated in buffer and in lactose. Once the best conditions were established, a proposal for process integration was sought, using different operational configurations and other biocatalysts, such as glucose-isomerase from S. murinus. Batch reactors were used, following different reaction schemes. The results were lower than expected, but oligosaccharides were produced, such as lactulose (1.24 g/L) and raffinose (3.16 g/L). The hydrolysis steps were efficient, indicating the need to move to new operational strategies in order to optimize the integration of processes. Thus, initial studies in fixed bed reactors (using pure reagents) were carried out and the hydrolytic percentages obtained in the continuous processes were 96%, with a glucose and galactose production of 41.64 and 42.14 g/L, respectively, obtained after the process enters the steady state, with little variation in concentration after 3.5 hours of reaction in the bed. The process of isomerization of the released glucose by glucose-isomerase from S. murinus was also evaluated. The isomerization studies in a fixed-bed reactor, using pure glucose and hydrolyzed whey, were also efficient, producing a fructose concentration of approximately 46.13 g/L and 35.19 g/L, respectively, after entry into the stationary state. In addition to these studies, the reduction of protein load in the immobilization process was evaluated in order to reduce the effects of a possible reverse hydrolysis of the formed products, showing that this reduction improved the production levels of lactulose, as well as raffinose. The results obtained indicate the beginning of a promising process for the use of an industrial by-product to obtain compounds with greater added value. Key-words: Oligosaccharides
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/61814
Aparece nas coleções:DEQ - Teses defendidas na UFC

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2021_tese_ncgs.pdf2,75 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.