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Tipo: Dissertação
Título: Sintomas urinários e sexuais em mulheres submetidas à histerectomia por câncer de colo uterino: prevalência e impacto na qualidade de vida
Autor(es): Firmeza, Mariana Alves
Orientador: Vasconcelos, Camila Moreira Teixeira
Coorientador: Vasconcelos Neto, José Ananias
Palavras-chave: Neoplasias do Colo do Útero;Histerectomia;Distúrbios do Assoalho Pélvico;Qualidade de vida
Data do documento: 27-Jul-2021
Citação: FIRMEZA, M. A. Sintomas urinários e sexuais em mulheres submetidas à histerectomia por câncer de colo uterino: prevalência e impacto na qualidade de vida. 2021. 72 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021.
Resumo: O câncer de colo uterino é um dos mais importantes tipos de câncer feminino. Embora o resultado da sobrevida para o câncer cervical tratado com linfonodos negativos em estágio inicial seja excelente, a histerectomia transmite morbidade importante, particularmente no que diz respeito às funções urinária e sexual. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da histerectomia por câncer de colo uterino nas funções urinária e sexual, assim como os impactos dessas disfunções na qualidade de vida das pacientes. Foi desenvolvido um estudo do tipo coorte, em um hospital de referência, localizado na cidade de Fortaleza/CE. A coleta de dados ocorreu de julho de 2020 a fevereiro de 2021 e amostra foi composta por mulheres que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: idade entre 18 e 64 anos e indicação de histerectomia. Foram excluídas da amostra: mulheres com distúrbios neurológicos, história de cirurgias pélvicas anteriores (urológicas, ginecológicas ou proctológicas) e com indicação de histerectomia por outro câncer que não o de colo uterino. Dessa forma, obteve-se uma amostra total de 71 pacientes, 31 oncológicas (G-CCU) e 40 com doenças benignas (G-PB). Foram utilizados seis instrumentos para a coleta de dados: um instrumento desenvolvido pela autora para a coleta de dados sociodemográficos, clínicos e perfil gineco-obstétrico, instrumento estruturado de acordo com as recomendações da ICS/IUGA para investigaçao de queixas miccionais e outro para investigar queixas sexuais; o Female Sexual Function Index (FSFI); o King's Health Questionnaire (KHQ) e o 36-Item Short Form Health Survey (SF-36) para avaliação da qualidade de vida. Este estudo foi organizado em 3 etapas: 1) Pré-operatório: avaliação de queixas urinárias e sexuais e da qualidade de vida; 2) 1º mês pós-operatório: avaliação de queixas urinárias e de qualidade de vida por telefone; 3) 4º mês pós-operatório: avaliação de queixas urinárias e sexuais. As mulheres de ambos os grupos iniciaram com percentuais semelhantes de queixas urinárias (G-CCU:32,5%; G-PB:32,3%; p>0,05), contudo o percentual dessas disfunções praticamente duplica durante o primeiro mês no G-CCU e esse aumento se mantém no quarto mês em relação ao baseline para as mulheres deste grupo (61,3%; p=0,012). Com relação às disfunções sexuais, um percentual maior de mulheres do G-PB declarou ter vida sexual ativa no momento da coleta de dados, as quais apresentaram maiores taxas de queixas sexuais (G-PB:82,5%; G-CCU:54,8%; p=0,011). No entanto, quatro meses após a realização da histerectomia, os percentuais dessas queixas se aproximam entre os grupos. As participantes dessa pesquisa já apresentavam alguns sintomas urinários e sexuais antes da abordagem cirúrgica, contudo, mesmo na presença de fatores confundidores (paridade, por exemplo), em pós-operatório de histerectomia, essas taxas se apresentaram mais elevadas. E, ao comparar-se o G-CCU e o G-PB, a prevalência de disfunções miccionais e sexuais foi mais prevalente no primeiro. No tocante à qualidade de vida, tanto geral como específica, as pacientes diagnosticadas com CCU, tiveram sua qualidade de vida mais reduzida em pós-operatório, comparando-se ao baseline e ao G-PB.
Abstract: Cervical cancer is one of the most important types of cancer in women. Although the survival outcome for cervical cancer treated with early-stage negative lymph nodes is excellent, hysterectomy carries important morbidity, particularly with regard to urinary and sexual functions. This study aimed to evaluate the effects of hysterectomy for cervical cancer on urinary and sexual functions, as well as the impacts of these dysfunctions on the patients' quality of life. A cohort study was carried out in a reference hospital located in the city of Fortaleza/CE. Data collection took place from July 2020 to February 2021 and the sample consisted of women who met the following inclusion criteria: age between 18 and 64 years and indication for hysterectomy. The following were excluded from the sample: women with neurological disorders, history of previous pelvic surgeries (urological, gynecological or proctological) and with an indication for hysterectomy due to cancer other than that of the uterine cervix. Thus, a total sample of 71 patients was obtained, 31 oncologic (G-CCU) and 40 with benign diseases (G-PB). Six instruments were used for data collection: an instrument developed by the author for the collection of sociodemographic, clinical and gynecological-obstetrical data, an instrument structured according to the ICS/IUGA recommendations for investigating voiding complaints and another for investigating complaints sexual; the Female Sexual Function Index (FSFI); the King's Health Questionnaire (KHQ) and the 36-Item Short Form Health Survey (SF-36) to assess quality of life. This study was organized in 3 stages: 1) Preoperative: assessment of urinary and sexual complaints and quality of life; 2) 1st postoperative month: assessment of urinary complaints and quality of life by telephone; 3) 4th month after surgery: evaluation of urinary and sexual complaints. Women in both groups started with similar percentages of urinary complaints (G-CCU:32.5%; G-PB:32.3%; p>0.05), however the percentage of these dysfunctions practically doubles during the first month in the G-CCU and this increase is maintained in the fourth month in relation to the baseline for women in this group (61.3%; p=0.012). Regarding sexual dysfunctions, a higher percentage of women in the G-PB declared to have an active sexual life at the time of data collection, which had higher rates of sexual complaints (G-PB: 82.5%; G-CCU: 54 .8%; p=0.011). However, four months after performing the hysterectomy, the percentages of these complaints are similar between the groups. The participants in this research already had some urinary and sexual symptoms before the surgical approach, however, even in the presence of confounding factors (parity, for example), in the postoperative period of hysterectomy, these rates were higher. In addition, when comparing the G-CCU and G-PB, the prevalence of voiding and sexual dysfunctions was more prevalent in the former. With regard to quality of life, both general and specific, patients diagnosed with CCU had their quality of life lower postoperatively, compared to baseline and G-BP.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/60299
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