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Tipo: Tese
Título: A relação metafísica entre matéria e mal na filosofia de Plotino
Título em inglês: The metaphysical relationship between matter and evil in Plotinus' philosophy
Autor(es): Silva, Robert Brenner Barreto da
Orientador: Santos, José Gabriel Trindade
Palavras-chave: Plotino;Enéadas;Metafísica;Cosmologia;Matéria;Mal;Plotinus;Enneads;Metaphysics;Cosmology;Matter;Evil
Data do documento: 2021
Citação: SILVA, Robert Brenner Barreto da. A relação metafísica entre matéria e mal na filosofia de Plotino. 2021. 207 f. Tese (Doutorado em Filosofia) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021.
Resumo: O objetivo desse trabalho é analisar a relação metafísica entre matéria e mal nas Enéadas de Plotino. A conjunção desses conceitos é estabelecida pelo filósofo por identidade. Tal formulação é controversa, pois toda a realidade é principiada pelo Uno/Bem (hén agathón), ao passo que, se a matéria pertence à emanação regida pelo Bem, e a matéria é mal, emerge o problema de uma possível concepção do mal como derivado do Bem. Textos como o Sobre o que são e de onde vem os males I.8[51], Sobre a Matéria II.4 [12] e outros de natureza argumentativa semelhante proporcionam o entendimento prima facie de que Plotino admite a matéria como princípio explicativo para o mal. Além desse problema de fundo, em excertos dos referidos tratados, há a clara referência à matéria enquanto condição necessária, ainda que não suficiente, à constituição do cosmos sensível. Se a matéria possui esse papel ontocosmológico, tal consideração é coerente com aquela noção inicial da matéria como vinculada ao mal? A matéria é um problema digno de estudo ainda por motivar outras controvérsias importantes entre os scholars de Plotino. Entre essas questões há duas principais: se a matéria seria gerada ou não e se seria o mal absoluto. A esses dois grandes problemas, de certa forma, associam-se à necessidade de escolher entre dois pressupostos interpretativos: o do dualismo, que estabelece a matéria como princípio independente do Uno; e o do monismo, que tenta integrar a matéria dentro do todo da emanação proveniente do Uno como princípio único. Conforme se discutirá ao longo do trabalho, quer seja por um caminho ou por outro, a explicação da matéria precisará ser coerente com o todo da filosofia de Plotino. Do contrário, dever-se-ia avaliar como frágil a construção plotiniana, pelo menos sob esse aspecto de sua metafísica. O exame do binômio matéria-mal é consequência do que se deve apreender da exploração de dois níveis compreensíveis: o que se obtém da análise dos textos in loco e a interpretação mais coerente sobre eles na forma de conjunto. Para tal, será proposta a apreciação dos tratados V.2[11], I.6 [1], I.8 [51]. II.4[12], II.5[25], III.6[26], III.9[13], IV.8[6] e II.9[33] de Plotino, cuja ordem de análise é de caráter temático-expositivo; e dos referenciais teóricos de interpretação, dos quais se destacam Schäfer (2004) e Opsomer (2007). Esses dois níveis se refletem em dois parâmetros metodológicos: a) exegético e b) filosófico. Em primeiro lugar, deve-se perseguir a interpretação mais precisa do que dizem os textos do filósofo; em segundo, se o conteúdo filosófico interno ao desenvolvimento desses textos conduz a uma inferência consistente. Em suma, se a conclusão plotiniana se segue de suas próprias premissas metafísicas.
Abstract: The aim of this research is to analyze the metaphysical relationship between matter and evil in Plotinus' Enneads. The conjunction of these concepts is established by the philosopher by identity. Such a formulation is controversial, because all reality is grounded in the One/Good (hén agathón), whereas, if matter belongs to the emanation ruled by Good, and matter is evil, the problem of a possible conception of evil as derivative of the Good arises. Texts such as What evils are and where they come from I.8 [51], On Matter II.4 [12] and others of a similar argumentative nature provide the prima facie understanding that Plotinus admits the matter as an principle of explanation for the evil. In addition to this fundamental problem, in excerpts from the aforementioned treatises there is a clear reference to matter as a necessary, although not sufficient, condition for the constitution of the sensible cosmos. If matter has this ontocosmological role, is this consideration coherent with that initial notion of matter as linked to evil? The matter is a problem worthy of study also as it motivates other important controversies among Plotinus scholars. Among these questions there are two main ones: whether matter would be generated or not and whether it would be absolute evil. These two major problems are associated with the need to choose between two interpretive assumptions: that of dualism, which establishes matter as an independent principle of the One; and that of monism, which tries to integrate matter into the whole of the procession that comes from the One as a single principle. As will be discussed throughout the work, whether by one way or another, the explanation of the matter will need to be consistent with the whole of Plotinus' philosophy. Otherwise, the Plotinian construction should be evaluated as fragile, at least under this aspect of his metaphysics. The success of this examination of the matter-evil binomial depends on two levels of comprehension: what is obtained from the texts in loco and the more coherent interpretation of them as a whole. To achieve this goal, it will be proposed to read treatises V.2[11], I.6 [1], I.8 [51]. II.4[12], II.5[25], III.6[26], III.9[13], IV.8[6] and II.9[33] of Plotinus. The order of analysis follows a thematic-exhibitory character; as well as the main references of interpretation on the subject, from which Schäfer (2004) and Opsomer (2007) stand out. These two levels are reflected in two methodological parameters: a) exegetical and b) philosophical. First, the interpretation of what the philosopher's texts say must be pursued; second, whether the philosophical content internal to the development of these texts leads to a consistent inference. In a word, if the Plotinian conclusion follows from its own metaphysical premises.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/59994
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