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Tipo: Dissertação
Título: Mortalidade e contexto do uso das formulações de anfotericina B em pacientes com histoplasmose disseminada e AIDS em hospital de referência
Autor(es): Silva, Joyse Mirele Figueiredo
Orientador: Leitão, Terezinha do Menino Jesus Silva
Palavras-chave: Histoplasmose;Síndrome de Imunodeficiência Adquirida;Terapêutica;Mortalidade
Data do documento: 30-Out-2020
Citação: SILVA, J. M. F. Mortalidade e contexto do uso das formulações de anfotericina B em pacientes com histoplasmose disseminada e AIDS em hospital de referência. 2020. 30 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2020.
Resumo: A histoplasmose disseminada (HD) é uma doença definidora de AIDS, com elevada mortalidade nos países subdesenvolvidos, nos quais a demora para diagnóstico e consequente início do tratamento, além da indisponibilidade de anfotericina B lipossomal, impactam diretamente num pior prognóstico. O tratamento de indução da HD em doentes com HIV /Aids do Hospital referência para doenças infecciosas do Ceará é feito rotineiramente com a anfotericina B desoxicolato, reservando-se as formulações lipídicas para casos com insuficiência renal à admissão hospitalar ou durante a internação. O objetivo deste trabalho foi avaliar a efetividade, tolerabilidade, complicações e contexto de uso da diferentes formulações de anfotericina B para tratamento de indução da HD em pacientes com aids. Estudo retrospectivo realizado através de consulta de prontuários de pacientes com HIV/Aids e HD confirmada, tratados na fase de indução com anfotericina B no Hospital São José, no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2015. Foram incluídos 46 pacientes no estudo, destes, 25 utilizaram anfotericina desoxicolato (grupo1) para tratamento da HD, 13 usaram anfotericina B desoxicolato trocada em seguida para anfotericina B lipossomal ou complexo lipídico (grupo 2) e oito usaram somente anfotericina B lipossomal ou complexo lipídico (grupo 3). A média de idade no grupo 1 foi 39,2 anos (DP= 10,8; 25-63 anos), grupo 2 foi de 35,6 anos (DP= 4,74; 27-50 anos) e no grupo 3 de 36,6 anos (DP= 9,2; 37 – 39 anos). À admissão, os níveis séricos de creatinina foram mais elevados no grupo 3; todos os pacientes tinham valor médio de albumina baixo, principalmente o grupo 2. Vômitos, hepatomegalia, hemoglobina <8g/dl no desfecho (alta ou óbito), creatinina >1,5mg/dl durante a internação e no desfecho tiveram associação significativa com o uso de formulação lipídica. A mortalidade geral durante o período do estudo foi de 32,6%. Não foi observada redução da mortalidade com o uso de formulações lipídicas. Conclui-se que os pacientes mais graves estavam no grupo que usou preparações lipídicas e muito provavelmente isso contribuiu para a maior mortalidade observada dentre eles. Esse estudo aponta a necessidade de mudança nos critérios de utilização das formulações lipídicas de modo a impactar de modo favorável na evolução dos doentes com essa grave patologia fúngica.
Abstract: Disseminated histoplasmosis (HD) is an AIDS-defining disease, with high mortality in underdeveloped countries, in which the delay in diagnosis and the consequent initiation of treatment, in addition to the unavailability of liposomal amphotericin B, directly impact a worse prognosis. The induction treatment of HD in patients with HIV / AIDS at the reference hospital for infectious diseases in Ceará is routinely performed with amphotericin B deoxycholate, reserving lipid formulations for cases with renal failure at hospital admission or during hospitalization. The aim of this work was to evaluate the effectiveness, tolerability, complications and context of use of the different formulations of amphotericin B for the treatment of HD induction in AIDS patients. This was a retrospective study carried out through consultation of medical records of patients with HIV / AIDS and confirmed HD, treated in the induction phase with amphotericin B at Hospital São José, from January 2014 to December 2015. Forty six patients were included in the study, of these , 25 used amphotericin deoxycholate (group 1) to treat HD, 13 used amphotericin B deoxycholate then switched to liposomal amphotericin B or lipid complex (group 2) and eight used only liposomal amphotericin or lipid complex (group 3). The mean age in group 1 was 39.2 years (SD = 10.8; 25-63 years), group 2 was 35.6 years (SD = 4.74; 27-50 years) and in group 3: 36.6 years (SD = 9.2; 37 - 39 years). On admission, serum creatinine levels were higher in group 3; all patients had a low mean albumin value, especially in group 2. Vomiting, hepatomegaly, hemoglobin <8g / dl at the outcome (discharge or death), creatinine> 1.5mg / dl during hospitalization and at the outcome had a significant association with use of lipid formulation. The overall mortality during the study period was 32.6%. No reduction in mortality was observed with the use of lipid formulations. In conclusion, the most severe patients were in the group that used lipid preparations and most likely this contributed to the highest mortality observed among them. This study points out the need to change the criteria for the use of lipid formulations in order to have a favorable impact on the patients outcome with this severe fungal pathology.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/56833
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