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Tipo: Dissertação
Título: Potencial nefroprotetor dos ácidos ursólico e oleanólico na injúria renal aguda induzida pelo veneno da serpente Bothrops jararacussu
Título em inglês: The potential nephroprotective of ursolic and oleanolic acids in the acute kidney injury induced by the venom of Bothrops jararacussu
Autor(es): Lima, Mikael Almeida
Orientador: Bindá, Alexandre Havt
Palavras-chave: Bothrops;Triterpenos;Expressão Gênica;Mordeduras de Serpentes
Data do documento: 20-Fev-2020
Citação: LIMA, M. A. Potencial nefroprotetor dos ácidos ursólico e oleanólico na injúria renal aguda induzida pelo veneno da serpente Bothrops jararacussu. 2020. 147 f. Dissertação (Mestrado em Farmacologia) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2020.
Resumo: O acidente ofídico é considerado um importante problema de saúde pública, principalmente em países tropicais e subtropicais. As consequências desses acidentes resultam em sequelas como falência renal. A Injúria Renal Aguda (IRA) é uma complicação grave dos acidentes por serpentes do gênero Bothrops, ocasionando danos na estrutura renal, consequente da rabdomiólise oriunda do acidente ofídico, alterações hemodinâmicas, reações imunológicas e nefrotoxicidade direta. Nesse contexto, diversas estratégias são estudadas no sentindo de prevenir a ocorrência de IRA, como por exemplo o uso substâncias naturais como parte do tratamento. Dentre essas substâncias se destacam os triterpenos, metabólitos secundários bioativos de plantas com grandes variedades químicas estruturais e funcionais. O ácido oleanólico e o ácido ursólico fazem parte desse grupo, e possuem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e nefroprotetoras. O presente estudo buscou investigar os efeitos dos triterpenos na IRA induzida por veneno de Bothrops jararacussu em camundongos. Primeiramente, fez-se a determinação da DL50 intramuscular do veneno, no qual avaliou-se 4 doses do veneno (10, 15, 20 e 40mg/Kg) por meio do método probito, regressão que examina a relação entre duas variáveis (dose do veneno X número de óbitos). O resultado foi a dose de 14,72 mg/Kg. Para o segundo experimento, que consistiu no experimento de atividade in vivo do veneno, optou-se por utilizar 80% da DL50 (11,77mg/Kg). Dividiu-se os camundongos em 10 grupos (n=6-8): um grupo controle e um grupo veneno em cada tempo analisado, sendo os tempos 6, 12, 24, 72 e 96h de envenenamento. Após o término dos tempos analisados os animais foram eutanasiados. O grupo 6h e 12h apresentaram resultados bioquímicos sugestivos de IRA caracterizada por azotemia renal, redução da taxa de filtração glomerular e proteinúria. Selecionou-se o tempo 12h para realização da terceira etapa, que consistiu no experimento tratamento com os ácidos ursólico e oleanólico. No experimento tratamento dividimos os camundongos em 6 grupos (n=6-8): controle, triterpenos, veneno, e veneno + triterpenos nas dose 25, 50 e 75 mg/Kg. Os animais receberam aplicações de veneno ou salina no tempo 0, seguido do tratamento com salina ou triterpenos nas 3ª e 9ª hora, sendo eutanasiados após 12h de envenenamento. Nos resultados encontrados o grupo veneno + triterpenos na dose 75mg/Kg apresentou valores sugestivos de atividade nefroprotetora, ocorrendo significância, em relação ao grupo veneno, nos parâmetros creatinina plasmática (VT75: 0,24 ± 0,03 mg/dL; V: 0,32 ± 0,04 mg/dL), ureia plasmática (VT75: 106,5 ± 36,73 mg/dL; V: 201,3 ± 25,22 mg/dL), creatina quinase plasmática (VT75: 11434,0 ± 3639,0 U/L; V: 17737,0 ± 4245,0 U/L), gama-GT urinária (VT75: 2,07 ± 0,58 U/mg de creat.; V: 4,09 ± 1,11 U/mg de creat.) e MDA renal (VT75: 1698,0 ± 196,0 nmol/mg de tecido; V: 2259,0 ± 636,6 nmol/mg de tecido). Houve também diferença significativa do grupo veneno em relação ao grupo controle na expressão gênica de SOD1s (V: 0,62 ± 0,16; CTRL: 1,01 ± 0,17). O presente estudo conseguiu reproduzir o modelo de IRA induzido por acidente botrópico. A dose de 80% da DL50 via intramuscular foi capaz de causar lesão renal e sistêmica caracterizada por diminuição da função renal e indução de processo oxidativo tempo dependente. O tratamento feito com triterpenos conseguiu reduzir os efeitos da IRA induzida por veneno de B. jararacussu, sendo necessário a análise de outros biomarcadores além da SOD1s para comprovar a proteção viabilizada por ação atioxidante dos ácidos ursólico e oleanólicos.
Abstract: The snakebite accident is considered a major public health problem, especially in tropical and subtropical countries. The consequences of these accidents result in sequelae like renal failure. Acute Kidney Injury (AKI) is a serious complication of Bothrops snakebite accidents, causing damage to the renal structure resulting from rhabdomyolysis, hemodynamic changes, immunological reactions and direct nephrotoxicity. Several strategies are studied in order to prevent AKI, such as the use of natural substances as part of the treatment. Among these substances, triterpenes are characterized by being bioactive secondary metabolites of plants with structural and functional varieties. Oleanolic acid and ursolic acid are characterized by their antioxidant and anti-inflammatory properties with nephroprotective effect. The present study aimed to investigate the effects of triterpenes on Bothrops jararacussu venom-induced AKI. First, we made the determination of intramuscular venom LD50 (10, 15, 20 and 40mg/Kg) by means of the probitus method, a regression that examines the relationship between two variables (venom dose X number of deaths). The result was a dose of 14.72 mg/kg. For the second experiment, the venom activity in vivo experiment, we chose to use 80% of the LD50 (11.77mg/Kg), to determine the best AKI timing. We divided mice in 10 groups (n = 6-8): a control group and a venom group at each time analyzed, 6, 12, 24, 72 and 96h of envenoming . Finished the analyzed times the animals were euthanized. The 6h and 12h group showed results compatible with AKI characterized by renal azotemia, reduced glomerular filtration rate and proteinuria. The 12h time was selected for the third stage, the treatment experiment with ursolic and oleanolic acids. In the treatment experiment, we divided mice into 6 groups (n = 6-8): control, triterpenes, venom, and venom + triterpenes at doses 25, 50 and 75 mg / kg. The animals received venom or saline at time 0, followed by treatment with saline or triterpenes in the 3rd and 9th hours, and were euthanized after 12 hours of envenoming. In the results found, the venom + triterpenes group at a dose of 75mg/Kg showed values suggestive of nephroprotective activity, with significance, in relation to the venom group, in the plasma creatinine ( VT75: 0,24 ± 0,03 mg/dL; V: 0,32 ± 0,04 mg/dL), plasma urea (VT75: 106,5 ± 36,73 mg/dL; V: 201,3 ± 25,22 mg/dL), plasma creatine kinase (VT75: 11434,0 ± 3639,0 U/L; V: 17737,0 ± 4245,0 U/L), urinary gamma-GT (VT75: 2,07 ± 0,58 U/mg de creat.; V: 4,09 ± 1,11 U/mg de creat.), renal TBARS (VT75: 1698,0 ± 196,0 nmol/mg of tissue; V: 2259,0 ± 636,6 nmol/mg of tissue). There was also a significant difference between the venom group and the control group in the gene expression of SOD1s (V: 0.62 ± 0.16; CTRL: 1.01 ± 0.17). The present study managed to reproduce the AKI model induced by a botropic envenoming. The 80% LD50 dose intramuscularly was able to cause renal and systemic damage characterized by loss of renal function and induction of oxidative process time dependent. The treatment with triterpenes managed to reduce the effects of AKI induced by B. jararacussu venom, being necessary other biomarkers analysis, besides SOD1s to prove the possible protection made by the antioxidant action of ursolic and oleanolic acids.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/53607
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