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Tipo: Tese
Título: Gastos ambientais e folga financeira: value-relevance no mercado acionário brasileiro
Autor(es): Santos, José Glauber Cavalcante dos
Orientador: Vasconcelos, Alessandra Carvalho de
Palavras-chave: Gastos ambientais;Folga financeira;Mercados emergentes
Data do documento: 2020
Instituição/Editor/Publicador: PPAC/FEAAC/UFC
Citação: SANTOS, José Glauber Cavalcante dos. Gastos ambientais e folga financeira: value-relevance no mercado acionário brasileiro. 2020. 90 f. Tese (Doutorado em Administração e Controladoria) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria, Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2020.
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo avaliar se a folga financeira afeta a value-relevance de gastos ambientais. A tese fundamenta-se no argumento de que a relevância informacional dos gastos ambientais é influenciada pela folga financeira, assumindo-se que os investidores não avaliam a proatividade ambiental como algo necessariamente restrito à caridade corporativa. Examinase ainda se a folga financeira tem relação com os gastos ambientais. Este estudo é conduzido com as empresas que negociaram ações na bolsa de valores de São Paulo, Brasil, Bolsa, Balcão (B3) no período 2008-2018. Foi considerada uma amostragem de 53 empresas totalizando 308 observações. A pesquisa emprega o modelo de avaliação dos lucros residuais adaptado. Foram operacionalizadas regressões lineares com dados em painel com inserção de dummies para setor e ano, sendo testadas quatro diferentes hipóteses. Os dados foram obtidos majoritariamente na base Thomson ReutersTM. As variáveis analisadas são gastos ambientais, folga financeira em três variantes, valor de mercado, patrimônio líquido, lucro contábil, setor econômico, tamanho, idade e rentabilidade das firmas. Os resultados indicam que: i) são poucas as firmas com gastos ambientais e pequeno o impacto desses dispêndios nas receitas; ii) os números contábeis são sempre value-relevant, sugerindo que a informação contábil leva a um maior nível de acurácia na avaliação das firmas; iii) os gastos ambientais reduzem a avaliação das firmas, sinalizando custos econômicos futuros; iv) a folga financeira é um elemento importante na avaliação das firmas com gastos ambientais; v) empresas com gastos ambientais e melhor folga financeira apresentam avaliação superior e aquelas com menor nível de folga financeira têm redução do valor; vi) os investidores podem assumir folga financeira, tamanho, maturidade, rentabilidade e setor das empresas na seleção de suas carteiras de investimento se existe interesse nos gastos ambientais. Conclui-se que, em termos de avaliação no mercado acionário brasileiro, parece promissor que as empresas não relatem gastos ambientais se o intuito é alcançar melhor precificação, exceto se dispuserem de situação financeira compatível com as expectativas dos investidores. Aparentemente, a aversão dos investidores aos gastos ambientais pelo seu efeito negativo sobre o valor da empresa pode diminuir ou ser compensada com a melhoria da folga financeira. A folga financeira, em níveis elevados, melhora a precificação dos ativos e, em níveis menores, provoca a redução do valor. Isso confirma a tese de que a folga financeira funciona como vetor de indicação do risco da realização de gastos ambientais, que possuem elevada incerteza quanto à geração de benefícios econômicos futuros. Assim, as evidências sinalizam alinhamento do mercado brasileiro com as ideias da teoria do shareholder. A conclusão desta tese é pertinente assumindo a magnitude do efeito dos gastos ambientais nas receitas auferidas pelas firmas como variável de interesse.
Abstract: This study aims to assess whether financial slack affects the value-relevance of environmental expenditure. The thesis is based on the argument that the informational relevance of environmental expenditure is influenced by financial slack, assuming that investors do not evaluate environmental proactivity as something necessarily restricted to corporate charity. It is also examined the relationship between financial slack and environmental expenditure. This study is conducted with public companies listed on the São Paulo stock exchange, Brazil, Bolsa, Balcão (B3) in the period 2008-2018. A sample of 53 companies was considered, totaling 308 observations. The research employs the adapted residual income valuation model. For that, linear regressions were operated with panel data. Dummy variables for sector and year were included in the estimations and four different hypotheses were tested. The data were obtained mainly from the Thomson ReutersTM database. The variables analyzed are environmental expenditure, financial slack in three variants, market value, equity, profit, economic sector, size, age and profitability of firms. The results indicate that: i) there are few firms with environmental expenditures and the impact of these expenditures on revenues is small; ii) the accouting numbers are always value-relevant, suggesting that accounting information leads to a greater level of accuracy in the valuation of firms; iii) environmental expenditures signal future economic costs and lead the market to reduce the assessment of the firms; iv) financial slack is an important component in the valuation of firms with environmental expenditure; vi) companies with environmental expenditure and better financial slack have higher value and firms with a lower level of financial slack show a reduction in value; v) investors can assume financial slack, size, maturity, profitability and sector of companies in the selection of their investment portfolios if there is interest in environmental expenditure. It is concluded that, in terms of valuation in the Brazilian stock market, it seems promising that companies do not report environmental expenditures if the aim is to achieve better pricing, expect if they have a financial situation compatible with the expectations of investors. Apparently, investors’ aversion to environmental expenditures due to its negative effect on company’s value may decrease or be compensated by improving financial slack. At high levels, financial slack improves asset pricing and, at lower levels, reduces value. This confirms the thesis that financial slack works as a vector for indicating the risk of making environmental expenditures, which have high uncertainty regarding the generation of future economic benefits. Thus, the evidence indicates alignment of the Brazilian market with the ideas of the shareholder theory. The conclusion of this thesis is pertinent, assuming the magnitude of the effect of environmental expenditure on revenues earned by firms as a variable of interest.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/53054
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