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Tipo: Dissertação
Título: Homossexualidade(s) e psicanálise: debates entre os primeiros psicanalistas
Título em inglês: Homosexuality(s) and psychoanalysis: debates among the first psychoanalists
Autor(es): Sousa, Allan Ratts de
Orientador: Martins, Karla Patrícia Holanda
Palavras-chave: Homossexualide;Psicanálise;História da psicanálise;Difusão da psicanálise;Primeiros psicanalistas
Data do documento: 2020
Citação: SOUSA, Allan Ratts de Homossexualidade(s) e psicanálise: debates entre os primeiros psicanalistas. 2020. 132f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Psicologia. Fortaleza (CE), 2020.
Resumo: Na história da psicanálise, desde seus primórdios, a homossexualidade é um tema que vem sendo discutido, especialmente por não existir consenso acerca de uma etiologia ou de um conceito único que a defina. Freud sempre tratou a homossexualidade como um destino da pulsão sexual, defendendo que a escolha do mesmo sexo como objeto sexual não constitui em si uma patologia, não sendo possível, pois, categorizar os homossexuais como doentes. Em concordância com o pensamento de Freud, alguns de seus contemporâneos, como Sándor Ferenczi e Otto Rank, não viam na homossexualidade um impeditivo para a formação analítica. Já Karl Abraham e Ernest Jones problematizaram a institucionalização de analistas que se declaravam homossexuais. Diante disso, esta dissertação faz um levantamento das primeiras concepções psicanalíticas sobre homossexualidade na obra e em outros documentos, como cartas e entrevistas, de Freud e desses autores citados, destacando pontos de diálogo entre eles, sempre em conexão com os acontecimentos relevantes da história do movimento psicanalítico no que diz respeito a sua institucionalização e difusão no mundo. Nesse percurso, pudemos constatar que a homossexualidade foi, então, concebida por Freud como um fenômeno plural, com diferentes etiologias e variadas manifestações, elaboradas a partir de sua experiência clínica e de um profícuo debate com seus pares, que não só foram influenciados pelas teorias freudianas, mas também as influenciaram. Constatamos, por fim, que os elementos de discordância entre Freud e seus contemporâneos estavam nos encaminhamentos político-institucionais dados às teorizações em prol de interesses de seus grupos ou instituições. Dessa forma, concluímos que o processo de institucionalização da psicanálise se deu paralelamente a essas discussões, mostrando a importância de se pensar o diálogo da psicanálise com a sociedade, possível, por exemplo, em lugares oficiais de formação analítica, mas também em outros, como a universidade, que desponta como um interessante lócus de reflexão sobre a pesquisa teórico-clinica da psicanálise.
Abstract: In the history of psychoanalysis, since its beginnings, homosexuality is a topic that has been discussed, especially since there is no consensus about an etiology or a unique concept that defines it. Freud has always treated homosexuality as a destination of the sexual drive, arguing that the choice of the same sex as a sexual object does not in itself constitute a pathology, therefore it is not possible to categorize homosexuals as sick. In line with Freud's thinking, some of his contemporaries, such as Sándor Ferenczi and Otto Rank, did not see homosexuality as an impediment to analytical training. Karl Abraham and Ernest Jones, on the other hand, problematized the institutionalization of analysts who declared themselves homosexuals. With that being said, this dissertation makes a survey of the first psychoanalytical conceptions about homosexuality into their literary work and in another documents, such as letters and interviews, by Freud and these cited authors, highlighting points of dialogue between them, always in connection with the relevant events in the history of psychoanalytic movement with regard to its institutionalization and diffusion in the world. Along this path, we could see that homosexuality was, then, conceived by Freud as a plural phenomenon, with different etiologies and varied manifestations, elaborated from his clinical experience and a fruitful debate with his peers, who were not only influenced by Freudian theories, but also influenced them. Finally, we found that the elements of disagreement between Freud and his contemporaries were in the political-institutional directions given to the theorizations in favor of the interests of their groups or institutions. Thus, we conclude that the process of institutionalizing psychoanalysis took place in parallel to these discussions, showing the importance of thinking about the dialogue between psychoanalysis and society, possible, for example, in official places of analytical training, but also in others, such as the university, which emerges as an interesting place for reflection on the theoretical-clinical research of psychoanalysis.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/52650
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