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Tipo: Tese
Título: A cura pela palavra: Aristeu e Guimarães Rosa
Autor(es): Reinaldo, Gabriela Frota
Palavras-chave: Linguagem;Rosa, Guimarães;Cura
Data do documento: 2008
Instituição/Editor/Publicador: Revista ângulos
Citação: REINALDO, Gabriela Frota. A cura pela palavra: Aristeu e Guimarães Rosa. Ângulo v. 115. out./dez., p. 82-88. 2008.
Resumo: Este artigo propõe-se a discorrer sobre as relações entre as atividades de médico e escritor exercidas por Guima- rães Rosa de modo a sublinhar o processo de cura pela palavra. Palavra que, quando na forma de canto, assume uma potencialidade apotropaica. Neste sentido, nos debruçaremos sobre um episódio de Campo geral, mais pre- cisamente sobre o efeito de cura que a viola e cantoria de Aristeu operam no estado de espírito de Miguilim. Por compor Corpo de baile, interessa-nos, na investigação deste conto, uma apreciação do pensamento de Platão sobre os estados da alma e a alegria.
Abstract: www.fatea.br/angulo GUIMARÃES ROSA Em Sarapalha, conto de Sagarana, história de dois velhos primos moribundos contaminados pela malária, o doutor “apessoado”, que vivia atrás do mosquito, desiste de lutar contra o sezão e, desolado, abandona o povoado, alertando a população a fazer o mesmo. “Não adianta tomar remédio, porque o mos- quito torna a picar” (Rosa, 1976, p. 127). Também em Grande sertão: veredas, Riobaldo relata toda sorte de sofrimentos sem cura, sem assistência, como o caso de um leproso – “era um homem em chagas nojenta [...] um terminado [...] para não ver coisas assim, jogo meus olhos fora” (Rosa, 1979, p. 372). No Sucruiú, as pessoas já nem enterravam mais seus mortos, estavam com a bexiga preta. E quando o bando vai às Veredas mortas, todos os companheiros adoecem dos mais di- versos males – “Agora a maior parte dos companheiros tremiam em prazos, com a intermitente. Remédio que valesse de todo faltava. Aquilo afracava, no diário: os homens perdiam a natureza”(ROSA, 1979, p. 304). Sô Candelário, um dos chefes do bando, vivia em “fogo de idéia [...] não esbarrava de arregaçar a camisa, es- piar seus braços”. Ele entra na jagunçagem para fugir da lepra que matou seu pai e seus irmãos. Em Bicho Mau, história do começo da carreira de Rosa como es- critor, que integrava o volume Contos1 , Seo Quinquim é picado por uma Boicininga e morre por ter dispensa- do o socorro médico que invalidaria a cura prometida pelo preto velho Jerônimo. Esta história, publicada em 1968 no Jornal do Comércio do Rio de Janeiro e após da morte de Rosa, em 1969, em Estas Estórias, mais do que se posicionar do lado da medicina popular ou da oficial, versa sobre um conflito essencial para Guima- rães Rosa, o encontro entre os mundos culto, letrado, Resumo Este artigo propõe-se a discorrer sobre as relações entre as atividades de médico e escritor exercidas por Guima- rães Rosa de modo a sublinhar o processo de cura pela palavra. Palavra que, quando na forma de canto, assume uma potencialidade apotropaica. Neste sentido, nos debruçaremos sobre um episódio de Campo geral, mais pre- cisamente sobre o efeito de cura que a viola e cantoria de Aristeu operam no estado de espírito de Miguilim. Por compor Corpo de baile, interessa-nos, na investigação deste conto, uma apreciação do pensamento de Platão sobre os estados da alma e a alegria. Palavras-chave Guimarães Rosa; Linguagem mitopoética; Platão, cura e alegria. abstract This paper aims at approaching the relation between the medical and literary activities performed by Guimarães Rosa, in a way that we can underline the process of healing through the word. A word which when sung achieves a worship potential. With this in mind, we will lean over a Campo Geral episode, precisely over the healing effect of Aristeu’s singing and guitar playing over Miguilim’s state of mind. An appreciation of Plato’s reflections
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/51134
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