Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/51105
Tipo: Dissertação
Título: Crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): os sentidos produzidos sobre a infância na perspectiva de familiares e profissionais da educação educadores
Autor(es): Batista, Karina de Andrade
Orientador: Sousa, Maria do Socorro de
Coorientador: Pontes, Ricardo José Soares
Palavras-chave: Saúde da Criança;Educação Infantil;Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade
Data do documento: 26-Ago-2019
Citação: BATISTA, K. A. Crianças com Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): os sentidos produzidos sobre a infância na perspectiva de familiares e profissionais da educação educadores. 2019. 164 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2019.
Resumo: Compreender os sentidos atribuídos à infância a partir do diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é reconhecer que estamos diante de uma infância plural e multifacetada. Trata-se, portanto, de infâncias, onde cada uma representa um constructo complexo, constituído pela interação de fatores sociais, culturais, biofisiológicos e emocionais, sob influência direta da conjuntura histórica e política. Nesse contexto, o olhar e a significação que os sujeitos sociais operam sobre a criança ocupam papel fundamental em seu processo constitutivo. Partindo dessa compreensão, o objetivo principal da pesquisa foi compreender os sentidos produzidos sobre a infância na perspectiva de familiares e educadores de crianças diagnosticadas com TDAH. Cientes de que em nossa cultura um dos principais papéis sociais exigidos à infância é o desenvolvimento da aprendizagem escolar, esse estudo foi realizado na rede de Educação do município de Fortaleza-CE, tendo por cenário duas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF I e EMEF II). Em nossa sociedade, a escola surge como espaço socialmente instituído para a infância, contribuindo ativamente no processo pedagógico e formativo de sua subjetividade. A ocorrência de eventos que fogem a norma é constantemente vivenciada com angústia e tida como uma disfunção do organismo, devendo, portanto, ser tratado no campo da saúde. É nessa relação entre processos educacionais e saúde mental que se insere o diagnóstico de TDAH. Nessa perspectiva, para a realização dessa pesquisa, inicialmente, foi produzido um Diário de Campo para sistematizar as observações e vivências do cenário em estudo. As notas, descrições dos processos, bem como falas, comportamentos e impressões pessoais, compuseram esse primeiro momento. Posteriormente, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com pais e educadores e operada uma análise das práticas discursivas. Esse estudo, parte da compreensão de que as significações e representações verbais contidas nos discursos são resultantes de diversos domínios do saber e influenciam modos de pensar e compreender a infância e o TDAH, além de fornecer indícios de um modo de ser e se constituir uma infância específica. Como resultado, essa análise apontou que é crescente o processo de individualização das causas da não aprendizagem, corroborando com uma ótica individualizante e patologizante, compreendida a partir de uma perspectiva biomédica. Tal conjuntura, ao mesmo tempo em que faz emergir questões relacionadas à estruturação e funcionamento das redes de saúde e educação, nos coloca diante de um processo ideológico científico em que o campo de saber biomédico ainda impera nos processos de cuidado. É necessário reconhecer o sujeito em sua integralidade, considerando os fatores biopsicossociais. Reduzir a análise do sujeito a uma única categoria seria reduzir suas possibilidades de existência. Do mesmo modo, as Redes de Educação e Saúde precisam ser pensadas de forma ampliada, para além de barreiras existentes entre os campos de saberes. Discutir a possibilidade de uma abordagem interprofissional na construção de um trabalho interredes é uma perspectiva desafiadora, mas potencializadora de um cuidado ampliado e que tende a romper com o paradigma biologizante ainda hoje vigente.
Abstract: Understanding the meanings attributed to childhood from the diagnosis of Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) is to recognize that we are facing a plural and multifaceted childhood. These are, therefore, childhoods, where each represents a complex construct, constituted by the interaction of social, cultural, biophysiological and emotional factors, under the direct influence of the historical and political conjuncture. In this context, the look and meaning that social subjects operate on children play a fundamental role in their constitutive process. Based on this understanding, the main objective of the research was to understand the meanings produced about childhood from the perspective of family members and educators of children diagnosed with ADHD. Aware that in our culture one of the main social roles required for childhood is the development of school learning, this study was carried out in the Education network of the city of Fortaleza-CE, with the setting of two Municipal Elementary Schools (EMEF I and EMEF II). In our society, the school appears as a socially established space for childhood, actively contributing to the pedagogical and formative process of its subjectivity. The occurrence of events that are outside the norm is constantly experienced with anguish and considered as a dysfunction of the organism, therefore, it should be treated in the field of health. It is in this relationship between educational processes and mental health that the diagnosis of ADHD is inserted. In this perspective, to conduct this research, initially, a Field Diary was produced to systematize the observations and experiences of the scenario under study. The notes, descriptions of the processes, as well as speeches, behaviors and personal impressions, made up this first moment. Subsequently, semi-structured interviews were conducted with parents and educators and an analysis of discursive practices was performed. This study, part of the understanding that the verbal meanings and representations contained in the speeches are the result of several domains of knowledge and influence ways of thinking and understanding childhood and ADHD, in addition to providing evidence of a way of being and constituting a childhood specific. As a result, this analysis pointed out that the process of individualizing the causes of non-learning is growing, corroborating with an individualizing and pathological perspective, understood from a biomedical perspective. This situation, while raising issues related to the structuring and functioning of health and education networks, places us in front of a scientific ideological process in which the field of biomedical knowledge still prevails in care processes. It is necessary to recognize the subject in its entirety, considering the biopsychosocial factors. To reduce the analysis of the subject to a single category would be to reduce his possibilities of existence. Likewise, the Education and Health Networks need to be thought out in a broader way, in addition to existing barriers between the fields of knowledge. Discussing the possibility of an interprofessional approach in the construction of interred work is a challenging perspective, but enhancing an expanded care that tends to break with the biologizing paradigm still in force today.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/51105
Aparece nas coleções:PPGSP - Dissertações defendidas na UFC

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2019_dis_kabatista.pdf1,78 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.