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Tipo: Dissertação
Título: Linfoma de Hodgkin Clássico: perfil de duas décadas de um serviço de referência em Fortaleza-Ceará
Autor(es): Mesquita, Juliene Lima
Orientador: Lemes, Romélia Pinheiro Gonçalves
Coorientador: Fonteles, Marta Maria de França
Palavras-chave: Doença de Hodgkin;Análise de Sobrevida;Características da População;Terapêutica
Data do documento: 29-Jan-2020
Citação: MESQUITA, J. L. Linfoma de Hodgkin Clássico: perfil de duas décadas de um serviço de referência em Fortaleza-Ceará. 2020. 84 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2020.
Resumo: O Linfoma de Hodgkin Clássico (LHc), tipo de câncer que se origina nos linfonodos, surge quando um linfócito se transforma em uma célula maligna que cresce de forma descontrolada e acomete as cadeias linfonodais. O estágio do LHc pode variar do I ao IV de acordo com a extensão da doença. As formas de tratamento do LHc dependem do estadio da doença, podendo ser através da quimioterapia (QT), radioterapia (RT) e/ou transplante de células tronco hematopoiteicas (TCTH). O objetivo do estudo foi descrever as características epidemiológicas e clinicas dos pacientes submetidos ao tratamento com o protocolo ABVD associando-os a sobrevida global (SG) e sobrevida livre de eventos (SLE). Estudo descritivo e retrospectivo dos pacientes diagnosticados com LHc, atendidos no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) no período de 2000 a 2018 que realizaram o tratamento com o protocolo ABVD. Os pacientes foram agrupados em décadas de 2000 a 2009 e de 2010 a 2018, e em pacientes com e sem exame de imunohistoquímica. O teste qui-quadrado foi realizado para estabelecer à associação entre as variáveis de mortalidade e recidiva por meio da análise univariada. Posteriormente uma análise multivaridade dos preditores através da regressão logística binária. A sobrevivência foi determinada usando o método Kaplan-Meier teste LogRank. Foram incluídos no estudo um total de 314 pacientes no grupo de pacientes de 2000 a 2018. A faixa etária com maior incidência da doença foi a menor e/ou igual de 45 anos 278 (88,54%), com maioria do sexo masculino 159 (50,5%), subtipo histológico EN com 234 (74,52%), presença de sintomas B em 230 (73,25%), tratamento de primeira linha com 6 ciclos de ABVD em 145 (45,8%), a RT foi utilizada em 133 (42,2%) e resposta completa em 197(62,74). Quando distribuídos por décadas, de 2000 a 2009 e 2010 a 2018, observou-se semelhanças na média de idade dos pacientes, com predominância da faixa etária menor de 45 anos, procedência urbana, estadiamento II, presença de sintomas B, estadiamento avançado e subtipo esclerose nodular. No grupo do total de pacientes, aa análise bivariada foram fatores preditivos de mortalidade, a idade superior a 45 anos (p=0,0273), estadiamento clinico IIIB e IVB (p=0,0064), o uso da radioterapia (p<0,0011) e a resposta completa (p=0,0001) apresentaram significância. A análise multivariada confirmou que a idade maior de 45 anos (p=0,02) apresentou maior chance de óbito. Enquanto a resposta completa (p=0,000) e o uso da radioterapia (p=0,008) foram fatores de proteção ao óbito. Na análise univariada dos preditores de recidiva o tratamento sem radioterapia (p=0,0080) e tempo maior de 1 ano para o diagnóstico (p=0,0040) apresentaram maior chance de recidiva enquanto a resposta completa (p<0,0001) apresentou menor associação com a recidiva. Na multivariada, os pacientes sem resposta a terapia (p=0,001), terapia com ABVD sem RT (p=0,009) e tempo do diagnostico maior de 1 ano (p=0,012) apresentaram maior chance de recidiva. As variáveis que influenciaram a SG estão relacionadas a idade menor de 45 anos (p=0,0252), utilização da RT (p=0,0002), resposta ao tratamento completa (p<0,0001) e tempo menor igual a 1 ano do diagnóstico (p<0,0001) tiveram uma maior SG. Em relação a SLE, o tempo maior a 1 ano do diagnóstico (p=0,0106) influenciou de maneira negativa. O estudo demostrou prevalência do sexo masculino, com idade igual e/ou inferior a 45 anos, subtipo EN, estádio avançado, presença de sintomas B e que apresentaram resposta completa ao ABVD. Os fatores que influenciaram no maior óbito foram a idade superior a 45 anos, o tratamento sem uso da RT, a não resposta a terapia e o tempo do diagnostico maior de 1 ano. Os fatores que influenciaram na maior recidiva foram o tratamento sem RT e o tempo de diagnóstico maior de 1 ano. Os preditores que influenciaram na diminuição da SG foram a idade maior de 45 anos, tratamento sem uso da RT, não resposta ao tratamento e tempo do diagnóstico maior de 1 ano.
Abstract: Classical Hodgkin's lymphoma (CHL), a type of cancer that originates in lymph nodes, arises when a lymphocyte turns into an uncontrolled malignant cell that affects the lymph node chains. The stage of CLH may vary from I to IV according to the extent of the disease. The ways of treating CHL depend on the stage of the disease, which may be through chemotherapy (CT), radiotherapy (RT) and / or hematopoietic stem cell transplantation (HSCT). The aim of the study was to describe the epidemiological and clinical characteristics of patients undergoing treatment with the ABVD protocol associating them with overall survival (OS) and event free survival (EFS). Descriptive and retrospective study of patients diagnosed with CHL seen at the Walter Cantídio University Hospital (HUWC) from 2000 to 2018 who underwent ABVD treatment. Patients were grouped in decades from 2000 to 2009 and from 2010 to 2018, and into patients with and without immunohistochemically examination. Chi-square test was performed to establish the association between mortality and relapse variables through univariate analysis. Subsequently a multivariate analysis of predictors through binary logistic regression. Survival was determined using the Kaplan-Meier Log-Rank test method. A total of 314 patients were included in the study group from 2000 to 2018. The age group with the highest incidence of the disease was the less and/or equal of 45 years 278 (88.54%), with a majority of males 159 (50.5%), NE histological subtype with 234 (74.52%), presence of B symptoms in 230 (73.25%), first-line treatment with 6 cycles of ABVD in 145 (45.8%), RT treatment was used in 133 (42.2%) and complete response in 197 (62.74). When distributed over decades, from 2000 to 2009 and 2010 to 2018, similarities were observed in the mean age of patients, with a predominance of the age group younger than 45 years, urban origin, stage II, presence of symptoms B, advanced stage and subtype nodular sclerosis. In the total patient group, bivariate analysis were predictive factors for mortality, age over 45 years (p = 0.0273), clinical staging IIIB and IVB (p = 0.0064), use of radiotherapy (p < 0.0011) and the complete answer (p = 0.0001) were significant. Multivariate analysis confirmed that the age greater than 45 years (p = 0.02) had a higher chance of death. While the complete response (p = 0.000) and the use of radiotherapy (p = 0.008) were protective factors for death. In the univariate analysis of relapse predictors, treatment without radiotherapy (p = 0.0080) and time longer than 1 year for diagnosis (p = 0.0040) had a higher chance of recurrence while complete response (p <0.0001) presented less association with relapse. In the multivariate, patients without response to therapy (p = 0.001), ABVD therapy without RT (p = 0.009) and time of diagnosis greater than 1 year (p = 0.012) had a higher chance of relapse. The variables that influenced OS were related to age below 45 years (p = 0.0252), use of RT (p = 0.0002), response to complete treatment (p <0.0001) and time less than 1 year of diagnosis (p <0.0001) had a higher OS. Regarding EFS, the time greater than 1 year after diagnosis (p = 0.0106) had a negative influence. The study showed a prevalence of males, aged 45 and under, with subtype NE, advanced stage, presence of symptoms B and presented complete response to ABVD. The factors that influenced the highest death were age over 45 years, treatment without the use of RT, non-response to therapy and diagnosis time greater than 1 year. The factors that influenced the highest recurrence were treatment without RT and the diagnosis time greater than 1 year. Predictors that influenced the decrease in OS were older than 45 years, treatment without RT, non-response to treatment and diagnosis time greater than 1 year.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/51033
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