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Tipo: TCC
Título: Estrutura do microfitoplâncton em um estuário em duas condições contrastantes: regime hiposalino x regime hipersalino
Autor(es): Melo, Mariana Batista Teotônio de
Orientador: Soares, Marcelo de Oliveira
Palavras-chave: Diatomáceas;Estuários;Semiárido brasileiro
Data do documento: 2019
Instituição/Editor/Publicador: Instituto de Ciências do Mar - Labomar
Citação: MELO, Mariana Batista Teotônio de. Estrutura do microfitoplâncton em um estuário em duas condições contrastantes: regime hiposalino x regime hipersalino. 2019. 55 f. TCC-Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Oceanografia), Instituto de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2019.
Resumo: O microfitoplâncton estuarino é relevante para a manutenção da diversidade, da riqueza e da composição de toda a biota residente e dos serviços ambientais estuarinos. É importante que as alterações na estrutura dessa comunidade - em resposta às variações ambientais - sejam bem compreendidas, uma vez que podem repercutir por toda a teia trófica, gerando riscos à saúde ambiental estuarina e às atividades humanas codependentes. Nesse sentido, este estudo se propõe a analisar as variações na estrutura da comunidade microfitoplanctônica do estuário do Rio Piranji em duas condições ambientais contrastes: regime hiposalino, onde o gradiente salino cresce no estuário em direção ao mar; e regime hipersalino, onde há um gradiente salino decrescente no estuário em direção ao mar. As coletadas foram realizadas em duas campanhas oceanográficas, a primeira em Maio (regime hiposalino) e a outra em Novembro (regime hipersalino) de 2015, em um ponto fixo próximo a foz do estuário. Em cada campanha, 8 amostragens de plâncton foram realizadas ao longo de 21 horas durante a maré de sizígia, com intervalos de 3 horas entre elas, a fim de abarcar a influência das marés sobre a composição microfitoplanctônica. As amostras foram coletadas por arrastos horizontais subsuperficiais com rede de plâncton de 65 μm, acoplada de um fluxômetro mecânico. Os dados abióticos (pH, oxigênio dissolvido, temperatura e salinidade) foram obtidos por sonda multiparamétrica, enquanto o microfitoplâncton foi quantificado em câmara Sedgewick- Rafter. A densidade média microfitoplanctônica foi maior no regime hipersalino (5319 ± 6287 org/L) do que no regime hiposalino (291 ± 187 org/L). Nos dois regimes do ano, as diatomáceas dominaram o ambiente estuarino com abundância relativa maior que 98% em todas as amostras. Quatro táxons de diatomáceas foram as mais abundantes: Lithodesmium undulatum, Bellerochea spp., Asterionelopsis tropicalis e cf. Lithodesmiodes sp. Enquanto L. undulatum domina a condição no regime hiposalino (>80%) (Figura 6a), cf. Lithodesmioides sp. domina no regime hipersalino (>95%). Ambas as espécies são marcadoras de águas com características mais estuarinas do que marinhas. As diatomáceas costeiras Bellerochea spp. apresentam um excelente potencial de osmorregulação, estando presentes no estuário em ambos os regimes de salinidade. Contudo, o gênero ocorre em maior densidade no regime hipersalino. A análise de RDA apontou que as principais variáveis ambientais que determinam as diferenças na estrutura do microfitoplâncton são a salinidade, os sólidos totais em suspensão (SST) e as concentrações de ortofosfato e fósforo total. Alerta- se que o aumento excessivo da densidade do microfitoplâncton no estuário sob o regime hipersalino pode representar riscos à saúde ambiental do local, podendo desencadear consequências indesejáveis para o ambiente como a eutrofização. Ademais, o monitoramento das flutuações estruturais do microfitoplâncton em estuários semiáridos, como o do rio Piranji, frente a condições extremas, tal qual o regime hipersalino, podem contribuir para a projeção de cenários afetados pelas mudanças climáticas globais.
Abstract: Estuarine microphytoplankton is relevant for maintaining the diversity, richness and composition of all resident biota and estuarine environmental services. It is important that changes in the structure of this community - in response to environmental variations - are well understood, as they may have repercussions throughout the trophic web, creating risks to estuarine environmental health and codependent human activities. In this sense, this study aims to analyze the variations in the microphytoplankton community structure of the Piranji River estuary under two contrasting environmental conditions: hyposaline regime, where the saline gradient grows in the estuary towards the sea; and hypersaline regime, where there is a decreasing saline gradient in the estuary towards the sea. The data were collected in two oceanographic campaigns, the first in May (hyposaline regime) and the other in November (hypersaline regime) 2015, at a fixed point near the mouth of the estuary. In each campaign, eight plankton samplings were performed over 21 hours during the spring tide, with intervals of 3 hours between them, in order to encompass the influence of the tides on the microphytoplankton composition. Samples were collected by subsurface horizontal trawls with 65 μm plankton net, coupled with a mechanical flowmeter. The abiotic data (pH, dissolved oxygen, temperature and salinity) were obtained by multiparametric probe, while the microphytoplankton was quantified in a Sedgewick-Rafter chamber. The average microphytoplankton density was higher in the hypersaline regime (5319 ± 6287 org / L) than in the hyposaline regime (291 ± 187 org / L). In both regimes, diatoms dominated the estuarine environment with relative abundance greater than 98% in all samples. Four diatom taxa were the most abundant: Lithodesmium undulatum, Bellerochea spp., Asterionelopsis tropicalis and cf. Lithodesmiodes sp. While L. undulatum dominates the condition in the hyposaline regime (> 80%) (Figure 6a), cf. Lithodesmioides sp. dominates in the hypersaline regime (> 95%). Both species are markers of estuarine waters. Coastal diatoms Bellerochea spp. show excellent osmoregulation potential, being present in the estuary in both salinity regimes. However, the genus occurs in higher density in the hypersaline regime. The RDA analysis pointed out that the main environmental variables that determine the differences in the structure of the microphytoplankton are salinity, total suspended solids (TSS), and orthophosphate and total phosphorus concentrations. It is warned that the excessive increase in microphytoplankton density in the estuary under the hypersaline regime may pose risks to the environmental health of the site and may cause undesirable consequences for the environment such as eutrophication. In addition, monitoring the structural fluctuations of microphytoplankton in semi-arid estuaries such as the Piranji River against extreme conditions such as the hypersaline regime may contribute to the projection of scenarios affected by global climate change.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/50948
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