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Type: Dissertação
Title: A dor que ninguém vê : “corpos docilizados” com episódios reacionais hansênicos
Title in English: The pain that nobody sees, "docilizados bodies" with leprosy reactional episodes
Authors: Pereira, Thayza Miranda
Advisor: Barbosa, Jaqueline Caracas arbosa
Keywords: Hanseníase;Estigma Social;Pesquisa Qualitativa
Issue Date: 2013
Citation: PEREIRA, T. M. A dor que ninguém vê : “corpos docilizados” com episódios reacionais hansênicos. 2013. 105 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina, Fortaleza, 2013.
Abstract in Brazilian Portuguese: A hanseníase é uma doença estigmatizada de alto poder incapacitante atribuído em parte aos episódios reacionais hansênicos. A relevância do tema consiste na premência em diagnosticar e tratar os episódios reacionais hansênicos, eventos inflamatórios agudos no curso de uma doença crônica, que pode acometer os indivíduos antes da hanseníase, durante o tratamento e após a alta. Tem-se como objetivo compreender a vivência dos corpos com episódio reacional hansênico no âmbito individual, familiar e comunitário. Parte-se do pressuposto que os episódios reacionais marcam a vida das pessoas contribuindo para o estigma e o isolamento social. Constituindo-se numa investigação de caráter qualitativo, desenvolvida à luz da fenomenologia existencial, este estudo teve como cenário o centro de referência em hanseníase no município de Floriano no Piauí. Foram realizadas nove entrevistas fenomenológicas, em abril de 2012, sendo quatro com mulheres e cinco com homens que vivem ou viveram tal experiência. Para desvelar o fenômeno da vivência com episódios reacionais, elaborou-se a questão norteadora: “Como é para você ter tido hanseníase e apresentado episódio reacional” (considerando a sua vida pessoal, familiar e comunitária)? Desse modo, as falas dos sujeitos-colaboradores foram analisadas na perspectiva dos estudiosos da fenomenologia existencial. A análise das descrições permitiu identificar as unidades temáticas: corpos doídos – a descoberta da hanseníase; corpos rachados – vivência e transformação do corpo com episódio reacional hansênico; corpos quebrados – a incerteza da cura pela sequela; corpos ressignificados – mudança na vida após o episódio reacional hansênico; corpos sentidos – vivência na família e comunidade; corpos disciplinados – vivência no serviço de saúde. A compreensão do fenômeno culminou com o pressuposto elaborado, possibilitando desvelar algumas facetas que significam para os sujeitos-colaboradores transformações no seu mundo, ocasionadas pela manutenção dos episódios reacionais, pelas incapacidades físicas instaladas e pelas limitações funcionais repercutidas nas atividades laborais e nos aspectos socioeconômicos da existência mundana, fortalecendo, assim, o estigma social que permeia a hanseníase/episódios reacionais. Revelou também a autonomia do cuidado de si enfatizado pelo conhecimento da doença e pelas suas implicações; o apoio familiar e comunitário indispensável no modo de lidar com o adoecer e a possibilidade de ressignificar os encontros produtores de vida entre profissionais de saúde e pessoas acometidas pela hanseníase/episódios reacionais, considerando-se os saberes e as práticas existencialmente construídas.
Abstract: Leprosy is a stigmatized high power incapacitating disease which is partly attributed to leprosy reactional states. The relevance of this theme is the urgent need to diagnose and treat leprosy reaction episodes, acute inflammatory events in the course of a chronic, disease that can affect individuals of leprosy before, during treatment and after discharge. It aims to understand the experience of bodies with reactive episode of leprosy at the individual, family and community ambits. This is on the assumption that the reactive episodes mark the lives of people contributing to stigma and social isolation. It is a qualitative research, developed at the light of existential phenomenology. This study was set at the reference center for leprosy in the city of Floriano in Piauí. There were nine phenomenological interviews, in April 2012, with four women and five men who had or have lived such experience. To reveal the phenomenon of living with leprosy reactions, we were led to question: "What is it like, for you to have leprosy and the reactional episode presented" (considering their personal, family and community)? Thus, the subjects’ speeches were analyzed from the perspective of scholars of existential phenomenology. The analysis of descriptions led us to identify the thematic units: aching bodies - the discovery of leprosy; cracked bodies - and body transformation experience; broken bodies - the uncertainty of cure due to sequels; re-signified bodies - life changes after leprosy reaction episodes; body senses - experience in family and community; disciplined bodies - experience in the health care service. The understanding of the phenomenon culminated with the drawn assumption, allowing us to reveal some facets that mean for subject-transformations and changes in their lives, occasioned by the maintenance of leprosy reaction episodes, installed by physical disabilities and functional limitations reflected in the labor activities and Socioeconomic aspects of mundane existence, thus strengthening the social stigma that permeates leprosy / leprosy reaction episodes. It also revealed the autonomy of self-care emphasized by the knowledge of the disease and its implications, the family and community support needed in order to deal with the sickness, and the ability to reframe life producing encounters between health professionals and people affected by leprosy; considering the knowledge and practices existentially built.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/5027
Appears in Collections:PPGSP - Dissertações defendidas na UFC

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