Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/43744
Tipo: | Tese |
Título: | Ame seu corpo, inclusive sua vagina: estudo sociológico da produção discursiva sobre a autoestima vaginal e empoderamento feminino nas mídias digitais |
Autor(es): | Silva, Marcelle Jacinto da |
Orientador: | Paiva, Antonio Cristian Saraiva |
Palavras-chave: | Vagina;Corpo feminino;Tecnologias heteronormativas |
Data do documento: | 2019 |
Citação: | SILVA, Marcelle Jacinto da. “Ame seu corpo, inclusive sua vagina”: estudo sociológico da produção discursiva sobre a "autoestima vaginal" e "empoderamento feminino" nas mídias digitais. 2019. 264f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Fortaleza, 2019. |
Resumo: | Este estudo problematiza a produção discursiva sobre normalidade e beleza íntima feminina, coletada entre fevereiro de 2015 e junho de 2018 em diferentes mídias digitais. Analisa-se o conteúdo disponível em diversas páginas online que revelam múltiplas posições de enunciação sobre o que seria uma ―vagina perfeita‖ e que veiculam diferentes tipos de engajamentos a respeito do multifacetado fenômeno ―embelezamento íntimo‖. Discute-se sobre a atuação central de textos midiáticos, que auxiliam na difusão de injunções biomédicas sobre o corpo feminino, e também de textos ativistas que, juntos, animam um debate pautado em contradições na articulação de imaginários sobre a estética e a relação ideal da mulher com sua região vulvovaginal. A partir dessa discussão, é abordada uma série de questões que apontam para a existência de um tabu social global em torno da ―vagina‖ que, em vários aspectos, afeta a ―autoestima vaginal‖ de mulheres de diferentes faixas etárias e nacionalidades. Discute-se alguns dos impactos desse tabu a partir da análise de relatos pessoais que têm a ―vagina‖ como principal elemento narrativo, onde percebe-se a relação conflituosa entre mulheres e suas próprias genitálias. Discute-se ainda a conformação de estereótipos de gênero a partir de práticas culturais responsáveis pelos ―silêncios do corpo da mulher‖ (PERROT, 2003), tais como a ausência de uma educação esclarecedora sobre as mudanças ―naturais‖ do corpo, usos de ―palavrões, sinônimos e falas populares‖ (MAIO, 2011) para evitar a referência direta ao órgão e as censuras que são feitas aos usos de sua imagem em diferentes espaços, particularmente nos espaços digitais, como alguns dos múltiplos efeitos desse tabu na sociedade moderna. Tomando como ponto de partida reflexões do campo de estudos de gênero, lésbicos e queer sobre o regime heterocentrado – tais como Preciado (2011; 2014; 2018), Butler (2014), Lauretis (1994), Wittig (1980; 2006), Rich (2010) e Bento (2006; 2008), o argumento principal da tese é que os órgãos sexuais são ―ficções somáticas biopolíticas‖ que reconhecemos como naturais assim como noções de masculinidade e feminilidade, as quais são perpassadas por práticas culturalmente arraigadas e discriminatórias que objetivam o controle social da ―vagina‖. O estudo busca, nesse sentido, contribuir com o debate a respeito da artificialidade dos códigos engendrados pelas ―tecnologias sexopolíticas‖ (PRECIADO, 2018) e da associação entre ―vagina‖, feminilidade e beleza. |
Abstract: | This study analyses the discursive production about normality and female intimate beauty, collected between February of 2015 and June of 2018 in different digital media. It analyzes the content available in several online pages that reveal multiple positions of enunciation about what would be a "perfect vagina" and that manages different types of engagements regarding the multifaceted phenomenon "intimate embellishment". It examines the central role of media texts, which help in the diffusion of biomedical injunctions on the female body, and also of activist texts that, together, animate a debate based on contradictions in the articulation of imaginaries about aesthetics and the ideal relation of the woman with her vulvovaginal region. From this discussion, a series of questions are raised that point to the existence of a global social taboo around the "vagina" that, in several aspects, affects the "vaginal self-esteem" of women of different age groups and nationalities. Some of the impacts of this taboo are discussed through the analysis of personal reports that have the "vagina" as the main narrative element, where one perceives the conflicting relationship between women and their own genitalia. It also discusses the conformation of gender stereotypes based on cultural practices responsible for "women's body silences" (PERROT, 2003), such as the lack of enlightening education about the "natural" changes of the body, the use of ―palavrões, sinônimos e falas populares‖ (MAIO, 2011) to avoid direct reference to the organ and the censors that are made to the uses of its image in different spaces, particularly in digital spaces, as some of the multiple effects of this taboo in modern society. Taking as a starting point reflections from the field of gender studies, lesbian and queer studies about the heterocentered regime - such as Preciado (2011, 2014, 2018), Butler (2014), Lauretis (1994), Wittig (1980; (2010) and Bento (2006; 2008), the main argument of the thesis is that the sexual organs are "biopolitical somatic fictions" that we recognize as natural as well as notions of masculinity and femininity, which are permeated by culturally ingrained and discriminatory practices that aim at the social control of the "vagina". The study seeks, in this sense, to contribute to the debate about the artificiality of the codes generated by "sexopolitical technologies" (PRECIADO, 2018) and the association between "vagina", femininity and beauty. |
URI: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/43744 |
Aparece nas coleções: | PPGS - Teses defendidas na UFC |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
2019_tese_mjsilva.pdf | 4,7 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.