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Tipo: Dissertação
Título: O tratamento de vaginose bacteriana na gestação pode reduzir a incidência de trabalho de parto prematuro? : uma revisão sistemática e metanálise
Título em inglês: Assessing the impact of antibiotics for treating bacterial vaginosis in pregnancy: a systematic review and meta-analysis
Autor(es): Rebouças, Karinne Cisne Fernandes
Orientador: Eleutério Júnior, José
Coorientador: Peixoto, Raquel Autran Coelho
Palavras-chave: Vaginose Bacteriana;Metronidazol;Clindamicina;Gravidez;Trabalho de Parto Prematuro
Data do documento: 27-Fev-2018
Citação: REBOUÇAS, K. C. F. O tratamento de vaginose bacteriana na gestação pode reduzir a incidência de trabalho de parto prematuro? : uma revisão sistemática e metanálise. 2018. 67 f. Dissertação (Mestrado em Saúde da Mulher e da Criana) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.
Resumo: Parto prematuro é uma das complicações obstétricas mais frequentes e até 40% dos casos parecem estar relacionados a infecção intrauterina, por ascensão a partir do trato genital inferior. Dentre os agentes cérvico-vaginais relacionadas ao desencadeamento de trabalho de parto prematuro (TPP), podemos citar aqueles relacionados à vaginose bacteriana (VB). Assim, é lógico considerar o uso de antibióticos para prevenção de prematuridade. Os muitos estudos feitos para comprovar esta hipótese, entretanto, têm obtido resultados contraditórios, provavelmente por falhas metodológicas. Objetivos: Avaliar se o tratamento de gestantes com vaginose bacteriana diminui a incidência de trabalho de parto prematuro (TPP). Metodologia: O estudo consistiu em uma revisão sistemática da literatura, seguida de metanálise, com pesquisa bibliográfica realizada nos bancos de dados eletrônicos Pubmed, Bireme, Google Acadêmico, Scopus, Web of Science, Science Direct, Scielo, Nature, New England, Repositório Portugal e Omics. Foram pesquisados estudos publicados entre 01 de janeiro de 1990 até 20 de dezembro de 2017, de qualquer desenho, cuja população fosse de gestantes com vaginose (por critérios de Amsel ou bacterioscopia), sem outros fatores de risco conhecidos para TPP. A intervenção deve ter sido metronidazol ou clindamicina (oral ou vaginal), feita até 28 semanas idade gestacional, comparada com placebo ou nenhum tratamento. O desfecho estudado deve ter sido a incidência de TPP. Todos os estudos foram avaliados pelo escore de Jadad. A medida de efeito utilizada foi o Odds ratio (OR), calculado com um intervalo de confiança (IC) de 95%, com valores de p <0,05 considerados estatisticamente significativos. A heterogeneidade entre os estudos foi avaliada pelo I2-estático. Todas as análises estatísticas foram realizadas com Software Review Manager 5.3 (Copenhagen, Dinamarca). Resultados: Foram selecionados 9 estudos para a revisão sistemática e 8 foram submetidos a metanálise. Todos foram ensaios clínicos randomizados com escore de Jadad ≥ 3. A metanálise, que incluiu 2 artigos com metronidazol oral e 6, com clindamicina vaginal mostrou que estes tratamentos não diminuíram a incidência de TPP (OR= 0,97; IC 95% 0,79-1,19; I2=0%). Apenas um estudo foi identificado com uso de clindamicina oral e este mostrou benefício da medicação em diminuir prematuridade (OR 0,31, IC 95% 0,15-0,64). Pela análise do funnel plot, este ensaio foi excluído da metanálise, pois geraria grande heterogeneidade. Conclusões: O estudo atual identificou um resultado promissor com uso de clindamicina oral para tratamento de vaginose na gestação, visando diminuir trabalho de parto prematuro. Tal resultado deve ser interpretado com cautela, pois foi baseado em apenas um ECR, mas há respaldo na literatura para tal hipótese.
Abstract: Preterm delivery is one of the most frequent obstetric complications, with up to 40% of cases appearing to be related to intrauterine infection, ascending via the lower genital tract. Among the cervicovaginal agents related to the onset of preterm labor (PTL), we must also mention those associated with bacterial vaginosis (BV). Thus, it is logical to consider the use of antibiotics in order to prevent prematurity. Many studies have been done to prove this hypothesis; however, they obtained contradictory results, likely due to methodological failures. Objectives: To evaluate if the treatment of pregnant women with BV reduces the incidence of PTL. Methods: The study consisted of a systematic review of the literature and a meta-analysis. Bibliographic research was carried out in the electronic databases: Pubmed, Bireme, Google Schoolar, Scopus, Web of Science, Science Direct, Scielo, Nature, New England Journal of Medicine, Repository Portugal, and Omics. Published studies were conducted between January 1, 1990 and December 20, 2017, using many designs, including the population of pregnant women with vaginosis (Amsel criteria or bacterioscopy), without other known risk factors for PTL. The intervention was likely metronidazole or clindamycin (oral or vaginal), used up to 28 gestational weeks, compared to placebo or no treatment. The assessed outcome was the incidence of PTL. All studies were evaluated using the Jadad score. A measure of probability of analysis (OR), calculated with 95% confidence interval (CI), and values of p < 0.05 were considered statistically significant. Heterogeneity between studies was assessed by I2-static, and all statistical analyses were performed with Software Review Manager 5.3 (Copenhagen, Denmark). Results: Nine studies were selected for systematic review and 8 were submitted to meta-analysis. All were randomized clinical trials with a Jadad score ≥ 3. The meta-analysis, which included 2 articles with oral metronidazole and 6, with vaginal clindamycin, showed that these treatments did not decrease the incidence of PTL (OR = 0.97, 95% CI 0.79-1.19, I2=0%). Only one study was identified using oral clindamycin, which showed the medication’s benefit in decreasing prematurity (OR 0.31, 95% CI 0.15-0.64). With an analysis of the funnel plot, this assay was excluded from the meta-analysis, as it would generate too much heterogeneity. Conclusions: The current study identified a promising outcome using oral clindamycin for treatment of vaginosis during pregnancy to reduce preterm labor. This finding should be interpreted with caution, however, since it was based on only one trial. Nonetheless, there is support in the literature for such a hypothesis, which justifies subsequent studies with the same drug.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/30695
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