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Tipo: Dissertação
Título: Avaliação do efeito da lectina de Cratylia floribunda em feridas cutâneas experimentais
Título em inglês: Evaluation of the effect from Cratylia floribunda lectin in experimental cutaneous wounds
Autor(es): Figueirêdo, Ingrid Samantha Tavares de
Orientador: Alencar, Nylane Maria Nunes de
Coorientador: Leao, Ana Maria dos Anjos Carneiro
Palavras-chave: Lectinas de Plantas;Cicatrização;Tecido de Granulação
Data do documento: 2008
Citação: FIGUEIREDO, I. S. T. de. Avaliação do efeito da lectina de Cratylia floribunda Benth em feridas cutâneas experimentais. 2008. 112 f. Dissertação (Mestrado em Farmacologia) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2008.
Resumo: O trauma tecidual é seguido por uma cascata de eventos celulares e bioquímicos que resulta na formação da ferida cicatrizada. Este processo pode ser dividido em três fases: inflamação, proliferação e remodelação. Lectinas são (glico) proteínas que podem reconhecer e se ligar reversivelmente a carboidratos ou a outras substâncias derivadas de açúcares. Cratylia floribunda é uma espécie de leguminosa, encontrada exclusivamente na América do sul da qual foi isolada a lectina de Cratylia floribunda (CFL). O objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos do tratamento tópico diário com a CFL em um modelo de cicatrização de lesões cutâneas em camundongos. Feridas cirúrgicas (1cm2) foram produzidas sob condições assépticas na região dorsal de camundongos Swiss albinos (27-33g, n= 23/grupo), sendo estes posteriormente randomizados em dois grupo experimentais de acordo com o tipo de tratamento estabelecido: grupo C (solução salina) ou grupo CFL (100 µg/mL). As feridas foram tratadas diariamente com 100 μL de cada solução durante todo o período pós-operatório (PO). As lesões cutâneas foram submetidas à avaliações clínicas diárias durante 12 dias, onde investigou-se parâmetros macroscópicos relacionados à fase inflamatória e de fibroplasia. Os fragmentos de pele retirados nos dias de biópsia (2o, 7o e 12o dias PO) foram processados e analisados histopatologicamente. Paralelamente, verificou-se a capacidade da lectina em induzir a liberação de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α) por macrófagos in vitro. CFL reduziu a frequência, intensidade e a duração dos sinais flogísticos edema e hiperemia. No 10º e 11º dias PO a presença de crosta nas feridas do grupo tratado com a lectina foi significativamente menor (p<0,05) que no grupo controle. CFL antecipou a formação do tecido de granulação, sendo este visualizado em maior percentual das lesões cutâneas. O grupo CFL apresentou um maior percentual de contração das áreas das lesões desde os primeiros dias de tratamento e se manteve até o 12° dia PO (p<0,05). As maiores diferenças entre os percentuais de contração das lesões entre os grupos ocorreram no 1° dia PO (diferença de 22,5%) e no 5° dia PO (diferença de 20,5%). As áreas compreendidas pelas curvas (ASC) de evolução em ambos os grupos demonstrou diferença estatística entre os grupos (C - 6,27 ± 0,85; CFL - 4,00 ± 1,28, p<0.05). Em relação ao grupo C, CFL apresentou de forma significativa (p<0,05) um maior percentual de animais com feridas cicatrizadas no 10° e 11° dia de PO. O tratamento com a lectina antecipou o surgimento de tecido cicatricial, sendo estatisticamente significante (p<0,05) a frequência com que este foi observado no 6° e 8° dia PO. As análises histopatológicas mostraram que o tratamento com a CFL favoreceu a resolução da fase inflamatória. Além disso, a fase proliferativa foi antecipada no grupo CFL, sendo este aspecto evidenciado pela presença de um tecido de granulação fibroso desde o 7° dia de PO, enquanto que no mesmo período, as lesões do grupo C apresentavam uma formação inicial deste tecido. No 12° de PO foi observado uma completa reepitelização das lesões tratadas com CFL, enquanto que no grupo C um tecido de granulação sendo ainda invadido por fibras colágenas. CFL in vitro estimulou a liberação de TNF- α em cultura de macrófagos peritoneais de camundongos. Esses resultados mostram que a lectina de Cratylia floribunda modula a fase inflamatória do processo cicatricial de lesões cutâneas em camundongos. Hipotetizamos que in vivo a lectina estimula células residentes (macrófagos) a liberação de TNF-α. Em conjunto, esses resultados revelam que a CFL favorece o reparo de lesões.
Abstract: The tissue injury evokes a physiological process of complex cellular and biochemical events that results in wound healing. This process can be divided into three phases: inflammation, proliferation and remodeling. Lectins are (glyco)proteins that can recognize and reversibly bind to carbohydrates or other substances derived from sugars. Cratylia floribunda is a leguminous species, found only in South America, from which was isolated Cratylia floribunda lectin (CFL). The aim of this work was to evaluate the topical treatment of cutaneous wounds using CFL at a cicatricial model. Surgical wounds (1cm2) were produced aseptically in the dorsal region of male Swiss mice (27-33g; n=23/group), which were randomized in two experimental groups according to the treatment set: C (150 mM NaCl) or CFL (100 µg/mL). Wounds were treated topically, daily, with 100 µL from each solution throughout all the post-operative period (PO). Clinical evaluation of the skin lesions was performed along 12 days and the parameters investigated were some macroscopic signals of inflammation and fibroplasia. Cutaneous biopsies have been carried out at 2nd, 7th and 12th PO to histopathological analysis. In parallel, the ability of the lectin to induce the in vitro macrophage release of TNF-α, a pro-inflammatory cytokine, was evaluated. CFL reduced the frequency, intensity and duration of some flogistics signals, such as edema and hiperemy. At 10th and 11th PO the wounds treated with CFL had significantly less crust (p <0.05) than the lesions of the C group. CFL anticipated the formation of granulation tissue, being displayed in a greater percentage of skin lesions. The CFL group injuries presented a higher percentage of area contraction at the firsts day of treatment and this effect remained until the 12th PO (p<0,05). The major differences of the area contraction between the groups occurred at 1st PO (22.5%) and 5th PO (20.5%). CFL group showed a statistically lower area under the curve (AUC) of the area measures than the C group (C-6,27±0,85; CFL- 4,00±1,28, p<0.05). Compared to control group, CFL group showed a significant (p <0.05) percentual of animals with healed wounds at 10th and 11th PO. Treatment with the lectin anticipated the appearance of the cicatricial tissue, being statistically significant (p <0.05) the frequence that it was observed at 6th and 8th day PO. The histopathological analyses revealed that the treatment with CFL diminished the inflammatory phase of the wound healing. Moreover, the proliferation phase was anticipated in CFL group, since there was a fibrous granulation tissue since 7th PO on the lesions treated with CFL, while, at the same period in the C group lesions, there was an initial formation of the granulation tissue. At 12th PO, it was observed a complete reepithelization of the lesions treated with CFL, while, in C group lesions, there was a few collagen fibers among the granulation tissue. CFL stimulated the in vitro release of TNF-α in peritoneal macrophages culture of mice. Those results show that Cratylia floribunda lectin modulates the inflammatory phase of the cicatricial process from cutaneous lesions in mice. We postulate that in in vivo the lectin stimulates resident cells (macrophages) for liberation of TNF-α. Together, those results reveal that CFL favors the repair of lesions.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/2407
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