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Tipo: Dissertação
Título: Agricultura familiar camponesa e agroecologia em Apodi/RN: caminhos e desafios em contexto de conflito ambiental
Título em inglês: Agricultura familiar campesina y agroecología en Apodi/RN: caminos y desafios en el contexto de conflicto ambiental
Autor(es): Santos, Emanuelle Rocha dos
Orientador: Meireles, Antônio Jeovah de Andrade
Coorientador: Rigotto, Raquel Maria
Palavras-chave: Agricultura familiar camponesa;Agroecologia;Conflito ambiental
Data do documento: 2016
Citação: SANTOS, Emanuelle Rocha dos. Agricultura familiar camponesa e agroecologia em Apodi/RN: caminhos e desafios em contexto de conflito ambiental. 2016. 165 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente)-Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2016.
Resumo: A agricultura familiar camponesa vem promovendo desde seu surgimento há cerca de 10 mil anos, a conservação e diversificação da complexidade biológica e ecossistêmica em um processo de coprodução e coevolução com os ambientes naturais. A agroecologia vem se configurando como um resgate da memória biocultural da humanidade na defesa dos bens comuns através do processo de etnoconservação da natureza promovido pelos sistemas camponeses. O município de Apodi, localizado na microrregião da Chapada do Apodi no Rio Grande do Norte, vem sendo apontado como referência no desenvolvimento da agricultura familiar de base agroecológica, destacando-se na produção familiar de arroz vermelho, tradicional da região, mel, caprinos, ovinos, entre outros. Toda essa produção, proveniente da agricultura familiar organizada está sendo ameaçada pela chegada de empresas do agronegócio que se instalam na região. Esse estudo tem como objetivo compreender e visibilizar as formas de ocupação do espaço e de relação com o ambiente desenvolvidos pela agricultura camponesa em Apodi, bem como discutir quais as implicações territoriais e societais dos conhecimentos e valores que embasam as relações de famílias camponesas de Apodi-RN com a natureza e os bens comuns a partir de suas práticas e relações na produção agrícola. A metodologia utilizada parte de uma abordagem sistêmica e interdisciplinar na compreensão do território e seus agroecossistemas a partir de processos de observação participante na construção da cartografia social das águas e da produção camponesa de Apodi. Contou também com participação em reuniões e intercâmbios com movimentos sociais, camponeses e outros pesquisadores, bem como com um período de vivência de cunho mais etnográfico junto a famílias camponesas, além de entrevistas semiestruturadas. A análise qualitativa dos agroecossistemas revelou que em Apodi as riquezas naturais mobilizadas pelos saberes e práticas tradicionais camponesas em interação com novos conhecimentos e práticas provenientes da mobilização de outros setores da sociedade em torno da noção de Agroecologia e da Convivência com o Semiárido vem proporcionando o desenvolvimento de uma experiência agroecológica que se dá de forma territorializada. As diversidades social, ambiental e produtiva se complementam na constituição de circuitos curtos, baseado em fluxos de trocas ecológicas e sociais internas. Esses fluxos permitem que as riquezas continuem no território, promovendo a conservação dos bens comuns e a soberania alimentar com relativa autonomia a sistemas externos, conformando processos de fortalecimento da justiça ambiental. Por outro lado, essa diversidade vem sendo ameaçada pelo paradigma dominante da modernidade que se baseia na mercantilização dos bens naturais e do trabalho humano. O avanço desse modelo vem desestruturando sistemas de produção através das injustiças ambientais que se materializam quando se interfere negativamente nas possibilidades de autonomia na apropriação social do território e no usufruto de seus produtos. Apesar disso, como em todos os tempos, os camponeses seguem resistindo e ampliando essa resistência em diálogo e articulação com outros sujeitos e saberes.
Resumen: La agricultura familiar campesina ha venido promoviendo desde sus inicios, hace unos 10 mil años, la conservación y la diversificación de la complejidad biológica y de los ecosistemas por su forma de hacer agricultura y su propia forma de vida en un proceso de co-producción y coevolución con los entornos naturales. La Agroecología se perfila como un rescate de la memoria biocultural de la humanidad en defensa de los bienes comunes a través del proceso de etnoconservacion promovida por los sistemas campesinos en coproducción con la naturaleza. El municipio de Apodi, situado en la micro región de Chapada do Apodi en Rio Grande do Norte, ha sido designado como referencia en el desarrollo de la agricultura familiar de base agroecológica, especialmente en la producción del arroz rojo, tradicional em la región, miel, cabras, ovejas, entre otros. Toda esta producción, desde la agricultura familiar organizada se ve amenazada por la llegada de las empresas agroindustriales que se instalan en la región. Este estudio tiene como objetivo comprender las formas de ocupación del espacio y la relación con el medio ambiente desarrollada por la agricultura campesina en Apodi y discutir las implicaciones territoriales y societales de los conocimientos y valores que sustentan las relaciones de las familias campesinas Apodi-RN con la naturaleza y los bienes comunes de sus prácticas y relaciones en la producción agrícola. La metodología utilizada parte de un enfoque sistémico e interdisciplinario para entender el territorio y sus agroecossistemas desde procesos de observación participante en la construcción de mapas sociales de las agua y la produción campesina em Apodi. Contó también con la participación en reuniones e intercambios con los movimientos sociales, campesinos y otros investigadores, así como un período de experiencia etnográfica con las familias campesinas, así como entrevistas semiestructuradas. El análisis cualitativo de los agroecosistemas reveló que en Apodi los recursos naturales, movilizados por el conocimiento y las prácticas tradicionales de los agricultores en la interacción con los nuevos conocimientos y las prácticas de la movilización de otros sectores de la sociedad en torno a los conceptos de agroecología y la convivencia con el semiárido está proporcionando el desarrollo de una experiencia agroecológica territorializada. Las diversidades social, ambiental y productiva se complementan em la constituición de circuitos cortos, con base em flujos de intercâmbios ecológicos y sociales internos. Estos flujos permiten que las riquezas permanezcan en el territorio, promoviendo la preservación de los bienes comunes y la soberanía alimentaria con autonomía relativa a sistemas externos que conforman el fortalecimiento de los procesos de justicia ambiental. Por otro lado, esta diversidad está siendo amenazada por el paradigma dominante de la modernidad que se basa en la mercantilización de los recursos naturales y de la mano de obra humana. El avance de este modelo está perturbando los sistemas de producción a través de las injusticias ambientales que se materializan cuando se deteriora las posibilidades de autonomía em la apropiación social del território y de sus productos. Entendemos, pues, que sin justicia ambiental la agroecología no es posible. Sin embargo, como en todos los tiempos, los campesinos continúan resistiendo y ampliando la resistencia en diálogo y cooperación con otros sujetos y conocimientos.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/23820
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