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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/22379
Tipo: | Artigo de Periódico |
Título: | Ser e ter |
Autor(es): | Merleau-Ponty, Maurice |
Palavras-chave: | O homem;Ser;Ter |
Data do documento: | 2016 |
Instituição/Editor/Publicador: | Revista Dialectus |
Citação: | Merleau-Ponty, M. (2016) |
Resumo: | Tudo se passa como se o sentido comum e os filósofos tivessem por muito tempo tomado para tipo e ideal do conhecimento humano nossa contemplação dos objetos inanimados, de coisas indiferentes e que não nos toca ou nos afeta. Quando, de minha janela, olho homens que marcham na rua, “... não digo que vejo homens (...); e não obstante, que vejo desta janela, exceto chapéus e capas [mantos] que podem cobrir espectros e homens fingindo se agitarem para saírem. Mas julgo estes homens e assim os compreendo, pelo singular poder de julgar que reside em meu espírito, este que creio ver em meus olhos” (DESCARTES, 1904, p. 25)3. Minha percepção de outros homens permite, portanto, analisar dois elementos: aquele é visto propriamente com vestimentas, com contornos corporais, com uma carapaça humana, que Descartes traria, sem dúvida, por um conjunto de sinais coloridos e de traços e, de outra parte, um julgamento pelo qual confiro a esses dados inertes uma significação viva. Voltemos agora, para ao conhecimento do corpo próprio e interroguemos os psicólogos do século XIX. Eles nos disseram que nosso corpo é um conjunto de sensações visuais, táteis, que se distingue de corpos estranhos por muitas características: essa massa de sensações privilegiadas é-me constantemente dadas, ela é acompanhada de impressões afetivas particularmente vivas. E essas características especiais dar-se por um julgamento pelo qual circunscrevo como normal: a contemplação de um conjunto de qualidades, de características esparsas, insignificantes; em face desses dados, desse espetáculo, assenta um sujeito que o interpreta, o compreende, que é, por conseguinte, um puro “poder de julgar”, um “Cogito”. E como esta análise se aplica muito facilmente ao conhecimento científico, os filósofos se asseguram que todo conhecimento é um diálogo entre um “sujeito” e um “objeto” no sentido acima definido. |
Descrição: | MERLEAU-PONTY, Maurice. Ser e ter. Revista Dialectus, Fortaleza, ano 3, n. 8, p. 146-153, jan./ago. 2016. Tradução de Marquesssuel Dantas de Souza. |
URI: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/22379 |
ISSN: | 2317-2010 |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
Aparece nas coleções: | PPGEB - Artigos publicados em revistas científicas |
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