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Tipo: Artigo de Periódico
Título: Os “estabelecidos e os Outsiders” da Sulanca no agreste pernambucano
Autor(es): Burnett, Annahid
Palavras-chave: Comportamento;Estabelecidos e outsiders;Classe social
Data do documento: 2015
Instituição/Editor/Publicador: Revista de Ciências Sociais
Citação: BURNETT, Annahid. Os “estabelecidos e os Outsiders” da Sulanca no agreste pernambucano. Revista de Ciências Sociais, Fortaleza, v. 46, n. 1, p. 199-220, jan./jun. 2015.
Resumo: Norbert Elias & John L. Scotson abordaram de maneira bem ilustrativa a compreensão de processos que necessariamente começam dentro dos indivíduos – a constituição de alteridades, o “nós” e o “eles” –, através de uma reflexão sobre nossa própria posição e comportamento. Os autores descrevem como isso funciona na obra Estabelecidos e outsiders (1965). Os pesquisadores estudaram, no início dos anos 1960, uma área na periferia de uma rica cidade industrial no centro da Inglaterra, o subúrbio de Wiston Parva, onde vivia uma população de 5000 habitantes. Tinha suas próprias indústrias, escolas, igrejas, lojas e clubes. A Zona 1 era de classe média. A Zona 2 – na qual se estabelecia a maior parte das indústrias – abrigava a classe operária. A Zona 3 também era habitada por integrantes do proletariado. Essa zona industrial foi construída em 1880. A primeira foi a Zona 2. Durante as décadas de 1930 e 1940, a Zona 1 foi edifi cada como um distrito residencial, com casas ajardinadas, esparsas, distantes umas das outras, desenhadas para a classe média. A Zona 3 foi construída depois, numa terra desqualificada anteriormente, e afirmava-se ser alagada e cheia de ratos. Os apartamentos ficaram vazios por um longo período, apesar do baixo valor dos aluguéis. Logo a relação “nós” e “eles” foi desenvolvida entre os estabelecidos nas zonas 1 e 2, e os novatos na Zona 3. Elias e Scotson procuraram respostas para a razão e função da segregação. Inicialmente estudaram os fatores demográficos, atentos às variáveis classe social, renda, trabalho e origem da população. Entretanto, encontraram diferenças mínimas entre as zonas 2 e 3, e grandes diferenças entre a 1 e a 2. A análise da pesquisa quantitativa não foi satisfatória, principalmente para as zonas 2 e 3 que tinham uma estrutura social similar, vista através de fatores de classe e socioeconômicos. De acordo com Elias e Scotson, a resposta seria encontrada em outro lugar. A sua nova hipótese focou na necessidade de estudar os contatos e confrontações dos grupos, assim como as barreiras e conflitos que surgiram quando dois grupos anteriormente independentes se tornaram dependentes um do outro, ou seja, essas configurações surgiram quando culturas e valores se encontraram...
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/18095
ISSN: 2318-4620
0041-8862
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
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