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Tipo: Dissertação
Título: Características clínicas e evolução da histoplasmose disseminada em pacientes com AIDS em hospital de referência do Ceará
Título em inglês: Clinical features and follow-up of patients with disseminated histoplasmosis and AIDS in a reference hospital in Ceará State
Autor(es): Pontes, Licia Borges
Orientador: Leitão, Terezinha do Menino Jesus Silva
Palavras-chave: Histoplasmose;Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
Data do documento: 2008
Citação: PONTES, L.B. Características clínicas e evolução da histoplasmose disseminada em pacientes com AIDS em hospital de referência do Ceará. 2008. 86 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2008.
Resumo: Desde o início da epidemia de HIV no Ceará, a histoplasmose disseminada (HD) é detectada com freqüência crescente em pacientes com aids. De modo a conhecer as características clínico-laboratoriais, evolução e a sobrevida da coinfecção HD/aids, foram analisados retrospectivamente 134 prontuários de pacientes com HD e 119 prontuários com outras doenças, internados de 1999 a 2005 no hospital-referência para HIV no Ceará. Dados dos pacientes foram colhidos do momento da admissão até dois anos após. O programa SPSS versão 10.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA) foi utilizado para as análises uni e multivariadas de dados clínicos e laboratoriais. Os testes de Kaplan-Meier e Log-rank foram utilizados para estimar sobrevida. Eram do sexo masculino 71,6% dos pacientes com HD e 79,8% dos pacientes sem HD. A média de idade foi 35,5 ± 8,9 anos e mais de 90% declararam ter renda inferior a três salários mínimos em ambos os grupos. Vinte e seis pacientes (50%) com HD tiveram internamento anterior por infecção respiratória não tuberculosa contra 13 (22,8%) do grupo sem HD (p<0,05). Pacientes com HD apresentaram com maior freqüência febre (94%), diária (92,7%), acima de 38,5°C (78,6%), com calafrios (41,1%), além de tosse (77,1%), perda de peso (89,9%), diarréia (68,9%), vômitos (47%), hepatomegalia (43,2%), esplenomegalia (24,2%), lesões de pele (14,9%) e icterícia (14,4%) (p<0,05). À admissão hospitalar, grupo com HD apresentava médias significativamente mais baixas de leucócitos (4594,5±3873,6 versus 6.030±-3.986céls/mm³), plaquetas (121.737±101.054 versus 218.739±130.320céls/mm³) tempo de ativação de protrombina (56,6±17,6 versus 73,8±18,2%) e CD4 (78,3±105,1 versus 112,3±114,5céls/mm³), assim como médias significativamente mais altas de creatinina (1,63±1,63 versus 1,16±1,19mg/dL), ureia (60,9±59,6 versus 39,7±35,8mg/dL), LDH (4249±4248 versus 605±654UI/L), AST (245±289 versus 60±50UI/L), ALT (138±409 versus 43±40UI/L) e fosfatase alcalina (409±475 versus 205±257UI/L) (p<0,05). Hemoglobina8g/L e CD4100céls/mm³ (p<0,05) também predominaram dentre os pacientes com HD. Insuficiência respiratória e sepse foram complicações mais freqüentes em pacientes com HD (p<0,05). O diagnóstico foi dado por pesquisa direta (72,4%) e/ou cultura (49,3%) de material biológico. O óbito durante o internamento foi maior entre os pacientes com HD (32,8% versus 25,2%), porém sem significância estatística (p=0,213). À admissão, foram fatores de risco relacionados ao óbito de pacientes com HD: vômitos, dispnéia, dor pleurítica, insuficiência respiratória, hemoglobina8g/L, uréia≥40mg/dL e creatinina≥1,5mg/dL (p<0,05). Análise multivariada mostrou hemoglobina8g/L e uréia≥40mg/dL à admissão como fatores de risco independentes para o óbito, com significância de 10%. Foi notada recaída por HD em 21,8% dos casos, durante todo o período do estudo; observou-se também uma mortalidade na recaída de 64,7%. A análise de sobrevida mostrou que, durante o primeiro mês, a mortalidade é significativamente maior para o grupo com HD (p<0,05), equiparando-se aos controles a partir do terceiro mês de acompanhamento. Em conclusão, os pacientes com HD apresentaram, caracteristicamente, febre mais elevada, mais internamentos anteriores por infecção respiratória não tuberculosa, mais complicações clínicas, e tiveram como fatores de risco independente para óbito anemia importante e elevação de uréia.
Abstract: Since the beginning of HIV epidemic in Ceará, disseminated histoplasmosis (DH) has been detected more often among aids patients. In order to know better clinical and laboratorial features, follow up and survival analysis of DH/AIDS co-infection, 134 medical records of inpatients with DH and 119 of patients without DH, from a reference hospital of Ceará, from 1999 to 2005 were analysed. The data was obtained from admission through two years later. Univariate and multivariate analisys of clinical and laboratory data was conduct with SPSS version 10.0 (SPSS Inc., Chicago, IL). Kaplan-Meier and Log-rank tests were used for survival analisys. Most (71,6% with DH and 79,8% without DH) of patients were men. The mean ± SD age of the patients was 35,5 ± 8,9 years and more than 90% of the patients had very low incomes in both groups. Twenty six patients (50%) with DH had a previous hospital admission for non tuberculosis respiratory infection compared to 13 (22.8%) patients without DH (p<0,05). Patients with DH had more fever (94%), daily (92,7%), higher than 38.5°C (78,6%), chills (41,1%), cough (77,1%), weight loss (89,9%), diarrhea (68,9%), vomiting (47%), enlarged liver (43,2%) and spleen (24,2%), skin lesions (14,9%) and jaundice (14,4%) (p<0.05). At hospital admission patients with DH had lower white cell count (4594,5±3873,6 versus 6030±3986cells/mm³), platelet count (121.737±101.054 versus 218.739±130.320cells/mm³) prothrombin time (56,6±17,6 versus 73,8±18,2%) and CD4 cell count (78,3±105,1 versus 112,3±114,5cells/mm³),as well as higher levels of serum creatinin (1,63±1,63 versus 1,16±1,19mg/dL), serum urea (60,9±59,6 versus 39,7±35,8mg/dL), LDH (4249±4248 versus 605±654UI/L), AST (245±289 versus 60±50UI/L), ALT (138±409 versus 43±40UI/L) and alkaline phosphatase (409±475 versus 205±257UI/L) (p<0,05). Hemoglobin8g/L and CD4 cell count100cells/mm³ were more common in DH pactients (p<0,05). Respiratory failure (RF) and sepsis were more common complications in DH patients (p<0,05). The diagnosis was maken mostly through direct microscopy (72,4%) and or through culture (49,3%) of biological material. Death during hospital stay was higher in DH patients (32,8% versus 25,2%) (p=0,213). At hospital admission, DH risk factors for death were: vomiting, dyspnea, respirophasic chest pain, RF, hemoglobin8g/L, serum urea≥40mg/dL and serum creatinine≥1,5mg/dL (p<0,05). Multivariate analysis showed hemoglobin8mg/dL, serum urea≥40 mg/dL at hospital admission as independent risk factors for death, with 10% significance level. DH relapsing was noted in 21.8% of cases during the study period and 64,7% of them died. Survival analysis showed significant higher mortality in DH group during the first month (p<0,05); afterwards the rate of death was similar in both groups. In conclusion, patients with DH had higher fever, more previous hospital admission for non tuberculosis pulmonary infection, more clinical complications compared to patients without DH. And had anemia (hemoglobin<8g/dL) and elevated serum urea (urea≥40mg/dL) as independent risk factors for death.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/1327
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