Please use this identifier to cite or link to this item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/65754
Type: Dissertação
Title: Análise do programa comercio justo e solidário: o caso da coopercaju no Estado do Rio Grande do Norte
Authors: Gonçalves, Jackson Eduardo
Advisor: Campos, Robério Telmo
Keywords: Indicadores econômicos;Castanha-de-caju - Beneficiamento
Issue Date: 2002
Citation: GONÇALVES, Jackson Eduardo. Análise do programa comercio justo e solidário: o caso da coopercaju no Estado do Rio Grande do Norte. 2002. 116 f. Dissertação (Mestrado em Economia Rural) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2002. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/65754. Acesso em: 24 jun. 2022.
Abstract in Brazilian Portuguese: Nos últimos anos, tem-se constatado a crescente concentração de grandes unidades de beneficiamento da amêndoa da castanha de caju (ACC), fato este que vem gerando constantes crises no setor. Essas grandes estruturas produtivas inviabilizam o beneficiamento da ACC para os pequenos e médios produtores, especialmente oriundos da agricultura familiar, sendo que uma das saídas apontadas é a criação de pequenas unidades de beneficiamento que adotem sistemas manuais ou semi-mecanizados. O beneficiamento da ACC se encontra em crise, em razão do baixo nível tecnológico empregado no processo produtivo, bem como dos problemas de comercialização. Os pequenos beneficiadores, de um modo geral, desorganizados, não têm acesso às informações relacionadas ao mercado e não dispõem de recursos financeiros necessários para custear a comercialização da produção. Diante de tais obstáculos, são forçados a comercializar a produção com intermediários que determinam as normas de funcionamento do mercado, sem nenhuma fiscalização governamental e absorvem, em benefício próprio, parcela considerável das receitas de vendas que poderiam ser apropriadas pelos beneficiadores. Neste estudo, procurou-se analisar o impacto econômico do Programa Comércio Justo e Solidário (Fair Trade Program) implantado pela ONG Visão Mundial entre os beneficiadores artesanais de castanha de caju, cooperados da COOPERCAJU, no Município de Serra do Mel, Rio Grande do Norte, Brasil. Os cooperados foram estratificados em três grupos, sendo que os grupos I e II participam do Programa Fair Trade, são cooperados e beneficiadores de castanha. O que diferencia o grupo I do grupo H é o fato de que os primeiros produzem a castanha in natura, enquanto que os do segundo grupo não são produtores de castanha. O grupo II é composto por não-participantes do Programa Fair Trade, mas são produtores de castanha de caju in natura, cooperados e beneficiadores. Os dados utilizados são de natureza primária e secundária. Especificamente, fazem-se as caracterizações dos cooperados e da COOPERCAJU, levando-se em consideração alguns aspectos técnicos e econômicos, assim como os problemas enfrentados pela Cooperativa. Em seguida, descreve-se o processo de beneficiamento da ACC nas unidades familiares e na COOPERCAJU. Outro aspecto analisado foi o delineamento das formas de comercialização da ACC utilizado pela COOPERCAJU, para escoar a sua produção para os mercados interno e externo. Finalmente, procura-se avaliar o Fair Trade como forma de comercialização que assegura maior margem de retorno aos associados da COOPERCAJU e à Cooperativa. Objetivando a caracterização, são usadas as análises tabular e descritiva. Para os demais objetivos, são determinados os custos de produção, de beneficiamento e de comercialização para o cálculo de indicadores de resultado econômico, a exemplo da renda liquida e do custo unitário. Os beneficiadores participantes do Fair Trade (grupos I e II) apresentam as seguintes características em relação aos não-participantes (grupo HI): são em média mais jovens, utilizam assistência técnica em escala pouco superior, se dedicam mais à atividade de beneficiamento, utilizam os mesmos sistemas de adubação e manejo dos cajueiros e possuem áreas com tamanhos médios semelhantes. Os principais problemas enfrentados pela Cooperativa são: problemas financeiro e sanitário, ociosidade e utilização da mão-de-obra infantil pelos cooperados. O processo de beneficiamento da ACC na unidade familiar é dividido em duas etapas. A primeira está compreendida entre a colheita e o armazenamento da castanha de caju in natura. A segunda se encontra entre a pesagem da castanha in natura e a comercialização da ACC. A etapa de beneficiamento na COOPERCAJU, inicia-se com a recepção, passa por uma série de processos como padronização e classificação, embalagem, dentre outros, até a etapa final, que é a comercialização. Os principais resultados confirmam a hipótese de que a comercialização da ACC via Fair Trade resulta em maior retorno financeiro para os cooperados e a Cooperativa. Os cooperados do grupo I apresentam melhores indicadores econômicos em relação aos cooperados dos demais grupos, ou seja, renda líquida mais elevada. Esses melhores resultados se deram em razão de o cooperado do grupo I ser produtor de castanha de caju e participante do Programa Fair Trade. O grupo IL mesmo participando do Programa, apresenta indicadores econômicos inferiores aos apresentados pelo grupo III, o que decorre do fato de este ser formado por produtores de sua própria castanha, a menor custo. A Cooperativa apresenta dois custos unitários finais, já que o produto se destina aos mercados interno e externo. O custo unitário do mercado externo foi maior em função dos custos de comercialização, como frete, ICMS e despesas aduaneiras. No entanto, este mercado paga um preço bem melhor pelo quilo da ACC, quando comparado ao preço recebido internamente. A renda líquida obtida pela Cooperativa com a venda da ACC para o mercado interno apresenta-se negativa, enquanto que a renda obtida com as vendas da ACC para o mercado externo (Fair T; rade) foi positiva, compensando o prejuízo gerado pelo mercado interno. Sugere-se para a Cooperativa a busca de parcerias comerciais, com o objetivo de expandir os negócios; estimular o cooperado do grupo II produzir a própria matéria-prima; e ao cooperado do grupo III recomenda-se a participação no Programa Comércio Justo e Solidário (Fair Trade Program).
Description: Este documento está disponível online com base na Portaria nº 348, de 08 de dezembro de 2022, disponível em: https://biblioteca.ufc.br/wp-content/uploads/2022/12/portaria348-2022.pdf, que autoriza a digitalização e a disponibilização no Repositório Institucional (RI) da coleção retrospectiva de TCC, dissertações e teses da UFC, sem o termo de anuência prévia dos autores. Em caso de trabalhos com pedidos de patente e/ou de embargo, cabe, exclusivamente, ao autor(a) solicitar a restrição de acesso ou retirada de seu trabalho do RI, mediante apresentação de documento comprobatório à Direção do Sistema de Bibliotecas
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/65754
Access Rights: Acesso Aberto
Appears in Collections:DEA - Dissertações defendidas na UFC

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
2002_dis_jegonçalves.pdf25,1 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.